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Thiago Lacerda solta o verbo e fala sobre carreira, novos projetos e processo contra Gugu

No auge de sua carreira, mesmo tendo apenas 25 anos, o ator Thiago Lacerda está completando 2 anos de teatro […]

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Redação
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No auge de sua carreira, mesmo tendo apenas 25 anos, o ator Thiago Lacerda está completando 2 anos de teatro protagonizando a polêmica peça “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, de José Saramago, que atraiu grande público no teatro do CIC, em Florianópolis, nos dias 25, 26 e 27 de julho. Thiago, natural do Rio de Janeiro, atuou em inúmeras novelas e minisséries da Rede Globo (ganhou maior notoriedade em Terra Nostra) e já está no elenco da próxima novela das oito, Celebridades. Em entrevista exclusiva ao site Bem na Foto, o ator, que começou    

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Foto: Divulgação

Thiago Lacerda e Maria Fernanda Cândido na peça “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”

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sem muito êxito na carreira de modelo, comentou sobre o sucesso da peça, sobre a sua última participação na TV, em A Casa das Sete Mulheres, e sobre a sua relação com a imprensa (principalmente sobre a polêmica envolvendo o apresentador Gugu, do SBT). 

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Davi Paes e Lima – Você já interpretou Jesus outras vezes. Qual é a diferença desse Jesus, escrito por José Saramago, na peça “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, para os outros que você já interpretou?
Thiago Lacerda –
Primeiro tem uma diferença técnica, pois fiz três vezes a encenação da Paixão de Cristo em João Pessoa, que é um outro tipo de apresentação, não segue o padrão normal do teatro. É uma coisa montada para ser ao ar livre, bem diferente. A diferença principal é o personagem que o José Saramago apresenta, que é um personagem diferente do Jesus convencional. O Jesus escrito pelo Saramago é humano, que como todo homem tem vontades próprias, tem conflitos, tem autoridade, ama, odeia… Essa é a diferença principal: contar a história de uma pessoa de uma forma diferente. Mexer com esses pilares (a peça contesta a Bíblia, alegando, entre outras coisas, que Maria – a mãe de Jesus – não era virgem e que Jesus manteve relações sexuais com uma prostituta) é um desafio muito grande.

Foto: Reprodução Rede Globo
Thiago e a atriz Camila Morgado na minissérie
A Casa das Sete Mulheres 

Davi – Como você recebeu esse convite, sabendo que essa peça rendeu uma certa polêmica quando entrou em cartaz no Brasil? Chegou a receber críticas por estar assumindo esse papel?
Thiago –
Não, de maneira nenhuma. Não recebi crítica nenhuma, mas estou bem a fim de receber (risos)… Quero que as pessoas falem.

Davi – Quer que gere polêmica?
Thiago –
Quero! Aceitei fazer esse trabalho porque a dose de polêmica que a peça tem é saudável. À medida que nos faz repensar uma série de coisas, acho importante dizer tudo que essa peça tem a dizer. Além, é claro, de ser um personagem bacana e de ter a oportunidade de trabalhar com cada uma dessas pessoas que estão aqui.

Davi – Fala um pouco sobre o elenco da peça… Você contracena com profissionais experientes como a atriz Jandira Martini (a Zoraide, de O Clone, que na peça interpreta Maria) até a Maria Fernanda Cândido, com quem você já trabalhou na TV, que é menos experiente. Como é trabalhar com essa diferença?
Thiago –
Sou um ator que está no início da carreira, tenho apenas 2 anos de teatro. Aprendi fazendo, não fiz escola de teatro. Quando fui convidado pra fazer fiquei muito tranqüilo em aceitar em função dos atores do elenco, que já eram conhecidos meus. É um elenco extremamente talentoso, experiente e que me dá toda a tranqüilidade para caminhar. Dependo muito da força deles em cena. Muitas vezes, eles que direcionam a cena.

Davi – Você atribui esse convite para essa peça ao seu êxito nas suas atuações anteriores como Jesus?
Thiago –
Acho que não, pois dificilmente alguém viu aquelas encenações lá em João Pessoa. Acho que o convite surgiu muito em função do Garibaldi (seu personagem na minissérie A Casa das Sete Mulheres). 

Davi – O Garibaldi caiu como um presente pra você, não é Thiago? Você já estudava esse personagem há algum tempo, certo?

A peça segue em turnê pelo país até novembro 

Thiago – É. O Garibaldi já faz parte da minha vida há 4 anos…

Davi –
Foi uma surpresa esse convite ou quem lhe convidou sabia do seu interesse?
Thiago –
Foi sem querer… Foi um convite do Jaime Monjardim e ele não sabia que eu já conhecia o personagem. Foi uma feliz coincidência!

Davi –
De onde saiu esse interesse?
Thiago –
Quando fiz a novela Terra Nostra, comecei a estudar um pouco da história da Itália, no século XIX, e o Garibaldi unificou a Itália em 1870, então me deparei com ele e fiquei curioso pra saber quem era esse cara que foi marido da Anita. Acabei acumulando informação, lendo e coincidiu de, um tempo depois, fazer o personagem.

Davi –
Voltando à peça, desde quando estão em cartaz e até quando?Thiago – Estreamos em Porto Alegre no dia 18 de julho e ficamos viajando pelo Brasil até final de novembro.

Davi –
Falando do início da sua carreira, você começou como modelo, certo?
Thiago –
Tentei… (risos).

Davi –
Não deu muito certo?
Thiago –
Não. Descobri que não era a minha praia.

Davi –
Mas, no início da sua carreira de ator, todos associavam você a um ex-modelo. Chegou a sofrer críticas por essa mudança de profissão?
Thiago –
Não. As pessoas, basicamente a imprensa, supõem coisas.

Davi –
Você acha que é uma tendência, cada vez mais, buscar atores em agências de modelo? Acontece muito isso no seriado Malhação
Thiago – É. Na verdade, acho que a televisão é um veículo que, a cada dia que passa, vive muito de imagem, esse é um dos mecanismos da televisão, mas não pode ser exclusivamente isso. O que acontece com eles lá (está se referindo a Malhação) é que, em função dessa coisa de imagem, eles têm ido buscar pessoas fisicamente bonitas, mas que, eventualmente, não conseguem ser aproveitadas, pois são pessoas despreparadas. É no teatro que você aprende o ofício mesmo, então acho que é uma cilada. É importante você ter uma imagem bacana, mas as pessoas têm que se interessar um pouco.

Davi –
Hoje é notável e ninguém mais questiona o seu talento. Beleza pode atrapalhar?
Thiago – Me recuso a acreditar nisso. As pessoas sempre me perguntam se tive problemas, se sofri preconceito… Recuso-me a acreditar que beleza seja uma coisa ruim. Sou um admirador de coisas bonitas… Adoro ver uma mulher bonita, um cara bonito, uma praia bonita… Beleza tem que ser um prazer, não uma preocupação.

Davi –
Uma certa vez, a Marília Gabriela comentou em seu programa que determinadas pessoas, como o Reynaldo Gianechinni, seu marido, não precisavam ter talento, bastavam ser admiradas em função da sua beleza. Você concorda?
Thiago –
Para isso existem os modelos. Mas, não é só isso, não. Não concordo com ela, acho que a beleza pode ser encarada de uma forma bacana, mas existem outras coisas mais relevantes.

Davi –
Qual trabalho (novela, filme ou peça de teatro) que mais marcou, até hoje, a sua carreira?
Thiago –
Terra Nostra teve um papel muito importante na minha carreira. Foi o meu maior risco…

Davi –
Você assumiu receoso o personagem?
Thiago –
Não. Assumi sabendo que aquilo poderia não dar tão certo quanto eu queria que desse. Era muito arriscado fazer aquele personagem e deu tudo certo. Acho que foi muito em função da confiança que adquiri. Foi um passo muito grande pra mim.

Davi –
Tens planos para a TV ainda em 2003?
Thiago –
Tenho. Começo a gravar dia 6 de agosto a novela Celebridades (a próxima das oito, da Globo), do Gilberto Braga. Mas é uma participação muito rápida…

Davi –
O teu personagem morre?
Thiago –
Não, ele viaja. O personagem é namorado da Malu Mader e ele sai da vida dela pra chegada do protagonista. Não sei se infelizmente ou felizmente, mas realmente não estava programando fazer televisão nesse ano de novo. A Globo me convidou meio que às pressas para fazer esse personagem… Gosto do que o Gilberto Braga faz e sou fã da Malu Mader também.

Davi –
O que mais te realiza como ator?
Thiago –
Perceber no público que eles assimilaram coisas relevantes. O que mais me realiza é entrar em cena e dizer alguma coisa. Já fiz trabalhos em que me questionei: “Acho que as pessoas não estão entendendo o que estamos querendo dizer”. Ou então: “Podia ser dita tanta coisa a partir deste trabalho e não conseguimos dizer”. Nesse trabalho aqui (a peça O Evangelho Segundo…) sinto que as pessoas estão entendendo, recebendo super bem. Isso me dá um p*** orgulho!

Davi – São poucas as novelas, hoje, onde se vê a preocupação de estar passando alguma coisa além de entretenimento.
Thiago –
Hoje em dia, ou as pessoas não sabem como dizer as coisas ou, realmente, não fazem questão de dizer nada. Tem muita coisa de entretenimento, e entretenimento ruim na televisão. Tem gente fazendo televisão que não deveria estar ali. Dessas pessoas não quero nem chegar perto! Quero trabalhar com quem sabe o que está fazendo, com quem tem o prazer de levar coisas relevantes às pessoas.

Davi – O que mais te decepcionou nesse meio?
Thiago –
O que mais me decepciona é perceber que existem pessoas que tem uma forma muito triste de encarar esse mecanismo do show-business. O nosso trabalho pode ser tão bonito, tanto no teatro, quanto na televisão e no cinema, e tem gente que só quer ganhar grana. Tem gente que pensa primeiro no retorno pessoal que aquilo vai dar para depois pensar na importância daquilo. Isso me deixa muito triste. E quando vejo pessoas com tesão de fazer porque aquilo é legal, isso me motiva. Quero fazer coisas que me dêem prazer, pois se me dá prazer vou conseguir fazer bem e ter o meu retorno financeiro.

Davi – O assédio excessivo da imprensa te incomoda?
Thiago –
Não. A imprensa tem um papel fundamental no mecanismo todo.

Davi – Me refiro aos programas e revistas de fofoca…
Thiago –
Mas isso não é imprensa. As pessoas falam que é a “imprensa marrom”, eu digo que é mídia, fama… Imprensa é isso aqui: conversar, bater um papo, trocar idéia… Tem gente que pára na tua frente e pergunta: “Como você dorme?”. Ou ainda: “O que você come?”. Eu como comida.

Davi – Já que tocamos no assunto, como ficou aquela questão envolvendo o apresentador Gugu Liberato (que, certa vez em seu programa, leiloou uma peça de roupa íntima dizendo ser do Thiago)?
Thiago –
Saiu a sentença e ganhei o processo. A juíza deu causa favorável pra gente porque ela entendeu que o que estávamos dizendo procedia. Nunca quis humilhar ninguém. Ele é uma pessoa pública e tem que se responsabilizar pelo que diz. Se me ofendeu, preciso que ele saiba disso. Eu tinha duas maneiras de fazer isso: ou dava uma porrada na cara dele ou cobrava os meus direitos como cidadão civilizado.

Davi – E ele, o Gugu, até o final insistiu que a peça de roupa era sua? Thiago – Mas o problema não foi esse. Realmente, a peça não era minha, mas isso foi só um detalhe. O problema é que ele não assumiu o erro. Ele não pode me ofender por estar querendo que ele seja correto. Não sei se você sabe, mas fui dizer pra ele que ele havia cometido um equívoco e ele achou que eu estava o ameaçando. Agrediu-me, me ofendeu no ar, ao-vivo, durante 26 minutos. Ele não pode pegar o microfone e falar uma coisa que desconhece. Nem ele, e nem ninguém, tem esse direito. Quem fala o que quer, ouve o que não quer. Eu podia ter baixado o cacete, enfiado a porrada nele, mas fui cobrar da forma que achei mais civilizada. E ganhei.

Davi – Algum outro boato te incomodou?
Thiago –
Ahh… Muita coisa! As pessoas falam muita bobagem. A minha relação com a imprensa é ótima, respeito demais o trabalho da imprensa. Se a minha profissão tem a beleza dela – que é a de fazer as pessoas sonharem, se emocionarem, pensarem – a função da imprensa é genial no sentido de que é ela quem leva a informação pras pessoas, aproxima uma coisa da outra. E essa função é seriíssima! O problema é que algumas pessoas não são imprensa e a própria imprensa deveria tomar cuidado para não confundirem as coisas.

Por: Davi Paes e Lima
Agradecimento: Débora Alves e Bem na Foto

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