Aproveitando a parceria e a amizade que existe entre os dois ídolos infantis, Xuxa, co-produtora do filme “Didi – O cupido Trapalhão”, novo longa de Renato Aragão que tem lançamento nacional no dia 27 de junho, deu uma de repórter e entrevistou o trapalhão sobre o novo filme e sobre o cinema nacional. Confira:
XUXA – Quantos dias de filmagem?
RENATO ARAGÃO – Fizemos o filme em quatro semanas.
XUXA – O que é mais difícil, o primeiro ou o último dia?
RENATO ARAGÃO – Nunca cumprimos o plano geral, sempre falta algo. A adaptação dos técnicos e do elenco, depois vai embalando. No final já está todo mundo cansado, devendo sono. A gente faz um filme em um mês, os americanos em um ano.
XUXA – Quando eu começo um filme tenho o meu personagem na cabeça de uma forma. Quando termino o filme, tenho a impressão de que se pudesse recomeçar faria diferente. Você sente isso?
RENATO ARAGÃO – Quando a gente vai embalando, fixando o personagem, já acabou o filme.
XUXA – Você se mete na escolha do elenco, luz, trilha…?
RENATO ARAGÃO – Só no roteiro, que sou eu que faço e na finalização.
XUXA – Você faz o roteiro e as pessoas montam o filme. Você fica chateado se não sair do jeito que imaginou?
RENATO ARAGÃO – A locação já muda a fantasia, a idéia inicial. Os atores, a direção, tudo muda. Nunca fica igual ao que se escreveu, imaginou.
XUXA – Você tem algumas idéias para depois do filme? Quando eu começo a gravar um projeto, já estou pensando no outro.
RENATO ARAGÃO – Eu também já fico preparando outra sinopse. Prá mim é uma questão de costume. Eu fazia dois filmes por ano, quando terminava um já tinha que entregar o roteiro do outro.
XUXA – Tem algum filme que você gostaria de fazer e ainda não fez?RENATO ARAGÃO – Sempre surgem idéias novas.
XUXA – É difícil a comparação feita, não pelo nosso público mas pelos críticos e pelo público em geral, entre os filmes nacionais e internacionais. Sempre que lançamos um filme eles comparam com os filmes lá de fora. Como você vê isso?
RENATO ARAGÃO – Eles estão muitos dólares na frente. Eles fazem um filme com cem milhões de dólares e nós com um milésimo disso. O importante é que a qualidade do nosso filme não fica ruim.
XUXA – Você não fica chateado com essa comparação?
RENATO ARAGÃO – Temos que aguentar. O nosso público sabe a verdade e a sinceridade das nossas produções. O cinema nacional está crescendo muito e isso é muito bom.
XUXA – Você teria vontade, se pudesse, de trazer alguém lá de fora para a sua equipe?
RENATO ARAGÃO – Não. Nós temos técnicos e diretores muito melhores do que os americanos, o que falta a eles são meios, dinheiro e produção. Se eles tivessem os recursos que os diretores e técnicos americanos tem, eles fariam melhor aqui no Brasil.