Considerada uma das novelas mais marcantes de todos os tempos, ‘A Viagem‘ chegou na última segunda (2) ao Globoplay, como parte do projeto de resgate dos clássicos da dramaturgia. Remake da obra homônima exibida pela TV Tupi em 1975, o folhetim ganhou texto de Ivani Ribeiro com colaboração de Solange Castro Neves e direção de Wolf Maya. Exibida na TV Globo em 1994, a história de amor aborda a vida após a morte, e é protagonizada por Christiane Torloni e Antonio Fagundes, que dão vida ao casal Diná e Otávio.
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Alexandre (Guilherme Fontes), irmão de Diná (Christiane Torloni), é um jovem delinquente que, ao tentar roubar o cofre do escritório onde trabalha, é pego em flagrante, se desespera e acaba matando o tesoureiro da empresa. Após ser denunciado pelo próprio irmão, Raul (Miguel Falabella), e pelo cunhado, Téo (Maurício Mattar), Alexandre é preso. Na tentativa de salvar a pele do caçula, Diná tenta contratar o famoso criminalista Otávio Jordão (Antonio Fagundes), que se recusa a atender o caso já que a vítima fora um amigo pessoal. Condenado e revoltado com seu destino, o jovem comete suicídio na cadeia, jurando infernizar a vida daqueles que julga responsáveis pelo seu fim trágico. Em outro plano, Alexandre é encaminhado para o Vale dos Suicidas, de onde se dedica a tentar prejudicar a vida de Raul, Téo e Otávio.
A trama ainda conta com grandes nomes da dramaturgia brasileira, como Laura Cardoso no papel de Dona Guimar, a sogra de Raul que recebe interferências do espírito do jovem falecido para infernizar o relacionamento da filha; e Ary Fontoura, que dá vida a Seu Tibério, senhor solitário que é o único a saber a verdade por trás do mistério de Adonay (Breno Moroni), o homem mascarado que nunca mostrava o rosto.
“Eu creio que o sucesso dessa novela é muito significativo, porque em momentos instáveis e de angústias, ‘A Viagem’ acaba sendo um antídoto. Eu percebo que ela tem esse lugar no coração das pessoas, traz conforto, apaziguamento, consolo“, conta Christiane Torloni. A atriz ainda ressalta a relação com sua personagem: “Com todas essas reprises, ela é como uma fênix: ela vem, reacende, incendeia e traz de novo toda a luz sobre esse tema incrível. A Diná se tornou uma grande parceira minha, com certeza”.
Na entrevista abaixo, Christiane Torloni conta mais detalhes sobre o seu envolvimento com a novela e sobre os bastidores com o grande elenco da trama.
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Entrevista com Christiane Torloni:
A novela foi um grande sucesso em 1994! O que você lembra da repercussão à época?
Eu creio que o sucesso dessa novela é muito significativo, porque em momentos instáveis e de angústias, “A Viagem” acaba sendo um antídoto. Eu percebo que ela tem esse lugar no coração das pessoas, traz conforto, apaziguamento, consolo. É um remédio que, vira e mexe, a gente tem que tomar de novo. Ela vem nessa moldura de ser uma novela mais leve, mas trata-se de um tema profundamente delicado, sério e de respeito.
A sua parceria com o Fagundes deu muito certo e o público torcia muito pelo casal Diná e Otávio. Como era essa troca com o ator?
O encontro com Fagundes já é antigo. Nós temos trabalhos anteriores de “A Viagem”, como “Baila Comigo” e “Amizade Colorida”. Nós tivemos encontros sempre muito gostosos e temos uma sinergia maravilhosa.
A novela também tinha grandes nomes no elenco, como Laura Cardoso, Ary Fontoura e tantos outros. Como eram esses encontros nos bastidores?
Foi um grande encontro e agora, assistindo a reprise, foi muito emocionante ver colegas que não estão mais conosco, como Cláudio Cavalcanti, um querido amigo, e a Yara Cortes, que fazia a minha mãe. Foi um encontro maravilhoso! O Ary e a dona Laura Cardoso são parceiros adoráveis, a gente se divertia muito. O encontro com o Guilherme foi muito forte, era uma tensão enorme entre os dois personagens. Com a Lucinha Lins foi uma delícia, o Falabella também é um parceiro desde “A Selva de Pedra”. São encontros e reencontros e isso é muito gostoso. Eu acho que isso também ajudou a novela a ser um grande sucesso. Foram vários encontros incríveis, isso resulta e vai para o ar.
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Como você resumiria a trama da sua personagem, a Diná?
Diná é uma personagem que, como todas, de alguma maneira acabam fazendo parte da sua vida. Ela continua morando aqui dentro e vira e mexe acontece alguma coisa que lembra a personagem. Com todas essas reprises, ela é como uma fênix: ela vem, reacende, incendeia e traz de novo toda a luz sobre esse tema incrível. A Diná se tornou uma grande parceira minha, com certeza.
Para os mais jovens que não acompanharam a novela em 1994 e agora poderão assistir pelo Globoplay, qual mensagem você gostaria de deixar?
É uma grande oportunidade. Em um momento em que as pessoas estão se despersonalizando, se desidratando em tantas informações, versos e controversos, a novela vai buscar um lugar de silêncio e de reflexão. “A Viagem” é um caminho sem volta! Por isso, a gente vê gerações assistindo e reprisando. A grande mensagem é de que o caminho continua. Eu sou uma criatura que acredita na eternidade da alma e a novela trata disso com muito respeito. Acho muito importante a novela ter esse lugar de diálogo.