Encontros marcados. E um amor que não tem fim apesar dos contratempos. Como fio condutor, o cultivo de uvas no sul do Brasil e a comercialização do vinho. A saga de um amor ‘impossível’ começa em pleno século XIX. Iniciam-se também ali os principais questionamentos desta trama: e se fosse possível termos outra chance? Uma nova oportunidade para amar, para “fazer diferente”, para corrigir os erros do passado ou pagar por eles? Será mesmo que cada um colhe o que planta, e nada acontece por acaso?
Lívia (Alinne Moraes) e Felipe (Rafael Cardoso) nasceram um para outro e há muitas passagens por aqui vêm tentando descobrir juntos o verdadeiro sentido da felicidade, de amar e de ser amado. Um encontro entre eles acontece no século XIX, em Campobello, no sul do Brasil. Ele, membro de uma família nobre, de origem italiana, está prestes a se casar com Melissa (Paolla Oliveira) e vai para a região a negócios. Já ela, de origem humilde, está se preparando – mesmo a contragosto – para voltar para o convento onde foi criada, a pedido de sua mãe, Emília (Ana Beatriz Nogueira).
Campobello é uma cidade pequena, rural e calma. Sem muitos acontecimentos, a notícia de que a tia de Felipe, a Condessa Vitória (Irene Ravache), dona de um casarão abandonado por ali, está de volta depois de longos anos fora, deixa os habitantes em polvorosa. Apesar dos boatos sobre a personalidade difícil da Condessa, eles acreditam que o seu retorno trará novas oportunidades de trabalho e uma vida melhor para os moradores. Enquanto a maioria das pessoas se candidata a um emprego no casarão, Emília (Ana Beatriz Nogueira) sofre calada. No passado, ela se relacionou com Bernardo (Felipe Camargo), filho único de Vitória (Irene Ravache). Ela se opõe ao relacionamento por conta da diferença social entre eles, e arma uma emboscada para matar Emília (Ana Beatriz Nogueira). Mas o plano dá errado e cristaliza para “sempre” a relação conturbada entre elas. Este embate vai refletir na trajetória de diversos personagens, mas especialmente na de Lívia (Alinne Moraes) e Felipe (Rafael Cardoso). Apesar da paixão fulminante e do amor puro que sentem um pelo outro, eles terão que lidar com as divergências existentes entre suas famílias e enfrentar muitos obstáculos para ficarem juntos.
Cerca de 150 anos depois, e em uma situação completamente diferente, acontece um novo encontro entre Lívia (Alinne Moraes), Felipe (Rafael Cardoso) e as pessoas que conviveram com eles no século XIX. Embora não se reconheçam fisicamente, eles viverão de outra forma, já em dias atuais, e terão a oportunidade de se redimir, escrever uma história diferente e acertar as contas com o passado. É a chance de cada um ter uma nova vida, colhendo o que plantou um dia.
As viagens
A equipe da novela visitou quatro cidades para gravar as cenas iniciais da trama. A primeira viagem foi para a região sul fluminense, mais especificamente para as cidades de Vassouras e Rio das Flores. As lembranças dos tempos áureos do café estão preservadas nas duas cidades, conhecidas pelas construções coloniais do século XIX. A atmosfera histórica e os casarões bem conservados caíram como uma luva para as gravações das cenas externas do convento, onde Lívia, a personagem de Alinne Moraes, foi criada, e do casarão da Condessa Vitória (Irene Ravache). Na região, foram gravadas mais de 60 cenas com os atores Rafael Cardoso, Alinne Moraes, Paolla Oliveira, Irene Ravache, Ana Beatriz Nogueira, Julia Lemmertz, entre outros.
Poucos dias depois, a equipe se deslocou para o sul do Brasil. Foram cerca de três semanas para gravar mais de 120 cenas com praticamente todo o elenco da novela. As cidades escolhidas foram São José dos Ausentes e Garibaldi, no Rio Grande do Sul. Desenhada pelos Campos de Cima da Serra e cânions dos Aparados da Serra, São José dos Ausentes é conhecida por seu inverno rigoroso para os padrões brasileiros. É nesta região que foi gravada boa parte das cenas que mostram o cotidiano dos moradores de Campobello, a cidade fictícia criada pela autora Elizabeth Jhin. Em Garibaldi, cidade próxima a Bento Gonçalves, conhecida como a capital nacional do vinho, foi gravada a sequência da festa da colheita, uma das mais importantes do início do folhetim, além de outras cenas. Famosa pelo enoturismo, que leva os visitantes ao Vale dos Vinhedos, uma área recortada por estradas emolduradas por colinas e muitas videiras, a região atrai milhares de turistas todo ano. O plantio da uva no município de Garibaldi remete à chegada dos imigrantes italianos à região, o que mostra que a atividade não tem apenas caráter econômico, mas também histórico e cultural. Mais de 100 pessoas viajaram para essas gravações. Do Rio de Janeiro, saíram 15 caminhões, sendo que dois deles foram destinados às carruagens utilizadas em cena.
Com previsão de estreia para julho, ‘Além do Tempo’ é uma novela de Elizabeth Jhin, com direção de núcleo de Rogério Gomes e direção geral de Pedro Vasconcelos.