Quem acompanha o sucesso de Alma Gêmea, seja na exibição original ou na reprise no Vale a Pena Ver de Novo, talvez nem imagine que a trama, que conquistou a maior audiência do século na faixa das 18h da Globo, enfrentou muitas críticas. Elas iam desde os protagonistas até o desfecho inesperado da novela.
Um dos pontos mais questionados pelo público era o comportamento da protagonista, Serena (Priscila Fantin). Mesmo sendo alvo de inúmeras crueldades da vilã Cristina (Flávia Alessandra), que chega a sequestrá-la e espancá-la, Serena nunca revidava e sempre oferecia perdão. Essa postura acabou irritando parte dos telespectadores, que esperavam uma reação mais firme da mocinha.
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No entanto, para o autor Walcyr Carrasco, foi justamente essa bondade exagerada que garantiu o sucesso estrondoso de Alma Gêmea. Em entrevista para o livro Autores: Histórias da Teledramaturgia, lançado em 2008, Carrasco, que mais tarde ficaria conhecido por criar mocinhas vingativas, defendeu sua escolha para a personagem.
Cena que “virou a chave” para sucesso de Alma Gêmea
“A Serena era extremamente ética, e acho que as pessoas gostam de ver personagens agindo dessa forma. O olhar da Cristina era o olhar do mal, e o da Serena, o olhar da ética”, explicou ele, reforçando que esse contraste foi essencial para o êxito da trama.
O autor ainda revelou que uma cena específica foi crucial para transformar Alma Gêmea em um fenômeno de audiência. Nesse momento, Serena identifica Guto (Alexandre Barillari) como o assassino de Luna (Liliana Castro) e o enfrenta. Apesar de o vilão tentar matá-la, Serena consegue desarmá-lo e, mesmo tendo a chance de acabar com sua vida, decide perdoá-lo, o que surpreende até o próprio criminoso.
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“Depois dessa cena, a audiência cresceu ainda mais. Foi um momento em que a ética da Serena ficou tão evidente que o público passou a se conectar ainda mais com a novela. Alma Gêmea, que já era sucesso, se tornou um fenômeno”, concluiu Carrasco.
Colaborou: Renan Santos