No ar como Júlio em Éramos Seis, Antonio Calloni já se prepara para gravar as últimas cenas do personagem, que morre na novela.
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A saída da trama no capítulo 48 já estava prevista desde que aceitou o personagem, o que colaborou para ser uma coisa natural, mas garante que vai ficar com saudade. “Não tenho ansiedade, tenho uma equipe bacana, um diretor legal. Só vou sentir saudade do trabalho, o clima de gravação é muito bom, todo mundo se entende, é muito gostoso de vir trabalhar, tem ansiedade de despedida do trabalho. Só!”, adiantou Calloni em entrevista ao Área Vip nos bastidores da novela.
Aliás sair da trama no meio do caminho não é novidade para Calloni que em 2018 deixou O Sétimo Guardião no 16º episódio. “Estou avançando, quem sabe na próxima não faço uma inteira”, diverte-se o ator, que também pode ser visto como o médico estuprador Roger Sadala (baseada em fatos reais) na minissérie Assédio, no Globoplay. “Foi uma honra ter feito parte dessa história para discutir um tema tão árduo. Quanto mais a gente debate isso, mais rápido tem a chance de resolver“, acredita.
Fazer parte do elenco de Éramos Seis, mesmo por pouco tempo, foi mais uma alegria para o ator. “É um sucessos maravilhoso. Vemos as repercussões nas redes sociais e na imprensa. Receberam muito bem a novela, ela é absolutamente emocionante e ganha pela simplicidade, é um adágio elegante com gosto de bolo de chocolate, tem um cheirinho de cafezinho quentinho. Ela ganha por essa simplicidade e emoção”, compara.
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Apesar da personalidade forte de Júlio, Calloni ameniza o comportamento do personagem com os filhos, já que a novela se passa no início do século passado. “Acho que era um costume da época, era cultural, o que não justifica. Naquela época não era tida como uma agressão, isso é uma leitura atual. Repito que, mesmo sendo natural, está errado“, enfatiza o ator, que não teve problemas para gravar as cenas em que, por exemplo, bate em Alfredo (Pedro Sol/Nicolas Prattes). “Nenhum tipo de cena me faz sofrer. A verdade é esta. Qualquer tipo de cena ou personagem eu procuro sempre, acima de tudo, o prazer e a diversão. Qualquer que seja a cena, eu sempre sinto prazer e sempre me divirto”, garante.
Mesmo se divertindo em cena, Calloni não defende o tipo de comportamento de Julio e acha que o homem mudou pouco desde a década de 1920. “Deveria ter mudado muito mais. O machismo ainda esta muito presente, acho que os homens melhoraram de uma maneira geral, mas ainda acho que está muito presente isto, infelizmente. Acho que a mulher está cada vez mais se colocando e o emponderamento feminino vem se colocando. Mas o machismo ainda tem força. Isso é muito importante porque o machismo ainda está muito presente. Mas, como pai eu não posso repetir os mesmo erros. Eu tenho que fazer novos erros e que meus filhos façam os erros deles daqui pra frente. Os que já foram, já se foram“, analisa.
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Fazer um personagem que já foi interpretado por Gianfrancesco Guarnieri (1977, TV Tupi) e Othon Bastos (1994, SBT) só engrandece o personagem. “Mesmo sem eu ter visto, é um estimulo grande saber que estes atores fizeram este clássico. Espero que daqui uns 10 anos esta novela seja refeita e eu possa fazer uma participação“, disse o ator, se referindo a participação de Othon Bastos como padre na versão atual.