Alma Gêmea já se tornou um clássico e sinônimo de sucesso na Globo. A novela marcou a história da emissora com alguns dos maiores índices de audiência da faixa das 18h e, mesmo na reprise atual no Vale a Pena Ver de Novo, continua batendo recordes, chegando a ameaçar os números das tramas inéditas da casa.
Apesar do sucesso, a novela carregou um rótulo que se tornou uma pedra no sapato do autor Walcyr Carrasco. Embora conhecido por criar histórias que conquistam o público, ele foi criticado por investir em tramas consideradas “ultrapassadas”. Não foi diferente com Alma Gêmea, que enfrentou resistência de parte da crítica especializada durante sua exibição original.
Quando chegou ao fim, há 18 anos, a novela registrou impressionantes 53 pontos de audiência na Grande São Paulo, segundo o Ibope. Esses números eram comparáveis aos das novelas das 20h, um feito raríssimo para o horário das 18h.
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Mas a crítica não foi tão generosa. Muitos avaliaram que a trama exagerou no tom dramático, trazendo “diálogos melosos” e uma vilã “caricata”. A Folha de S. Paulo, por exemplo, em uma crítica assinada por Bia Abramo, classificou a novela como “cafona”, criticando a “caracterização desastrada” de indígenas e caipiras.
Críticas do público e da imprensa
Outros, como Thomas Villena, do Jornal do Brasil, chegaram a definir a novela como um “desserviço para a teledramaturgia nacional”. Já Dirceu Alves Jr., da IstoÉ Gente, elogiou o elenco, mas criticou a direção “pouco naturalista” de Jorge Fernando, a passagem de tempo “inverossímil” no desfecho e a mensagem espiritualista, que considerou “dispensável”.
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O público também ficou dividido quanto ao final. Muitos telespectadores escreveram à Globo reclamando do desfecho do casal Serena (Priscila Fantin) e Rafael (Eduardo Moscovis), que morrem juntos, mas acabam se reencontrando em outras vidas. A repercussão foi tão intensa que Walcyr precisou escrever finais alternativos para despistar a imprensa e evitar vazamentos.
No fim das contas, apesar das críticas e polêmicas, Alma Gêmea se consolidou como um dos maiores sucessos da teledramaturgia brasileira.
Colaborou: Renan Santos
