Saiba mais sobre a nova temporada de ‘Malhação – Toda Forma de Amar‘, que estreia nesta terça-feira, dia 16.
“Qualquer maneira de amor vale a pena. Qualquer maneira de amor vale amar”. A lição contida na letra de ‘Paula e Bebeto’, canção de Milton Nascimento que vai embalar a abertura de ‘Malhação – Toda Forma de Amar’, será vivenciada em sua máxima intensidade na nova temporada. Escrita por Emanuel Jacobina, com supervisão artística de Carlos Araujo e direção artística de Adriano Melo, a trama traz histórias de amor que se cruzam, sejam elas sobre casais, pais e filhos, irmãos ou um grupo de amigos.
A história parte da força do amor incondicional e vai mostrar a luta da jovem Rita (Alanis Guillen) em busca da filha, a quem nunca viu. Justo na missa de sétimo dia da morte do pai, Rita descobre que ele levou sua bebê, que ela acreditava ter morrido logo após o parto, para o Rio de Janeiro. Disposta a procurar pela menina, Rita deixa sua cidade natal, Queimados, e se muda para Duque de Caxias, ambas na Baixada Fluminense, onde é acolhida pela amiga de sua falecida mãe, Carla (Mariana Santos), e seus dois filhos, Raíssa (Dora de Assis) e Thiago (Danilo Maia). Pista após pista, a jovem descobre que a criança foi adotada por Lígia (Paloma Duarte) e Joaquim (Joaquim Lopes), que a criam cercada de amor, ao lado do filho já adulto do casal, Filipe (Pedro Novaes). Rita sabe que será difícil, mas fará o que for preciso para ter a guarda da menina.
Paralelamente, a nova temporada mostra a força da amizade, ao contar a relação de um grupo de jovens que testemunha um crime dentro de uma van em Duque de Caxias. Rita está entre eles, acompanhada dos irmãos Raíssa e Thiago e mais três adolescentes que não se conheciam – Jaqueline (Gabz), Guga (Pedro Alves) e Anjinha (Caroline Dallarosa). Diante do impasse entre relatar ou não o que viram à polícia, eles decidem criar um grupo em uma rede social e, a partir daí, tornam-se grandes amigos, capazes de se apoiar mutuamente para lidar com questões como os dilemas da juventude, a violência urbana e o preconceito. “É interessante perceber que, mesmo diante de todas as dificuldades, os jovens brasileiros, em sua maioria, são criativos, divertidos, éticos, solidários, tolerantes e amorosos. É sobre esses jovens e suas manifestações de amor que vamos falar”, conta o autor, Emanuel Jacobina.
‘Malhação – Toda Forma de Amar’ terá uma história baseada na convivência entre jovens de realidades tão diferentes quanto a Baixada Fluminense e Ipanema, na zona sul do Rio, com alguns deles já cursando a faculdade. O universo do funk e do rap também será um elemento muito presente na narrativa. “Queremos uma temporada bem pulsante e viva, com jovens de forte personalidade individual e muita cumplicidade entre eles”, conta o supervisor artístico Carlos Araujo. “A trama mostra os jovens inseridos no mundo e nas comunidades em que vivem. Cada um tem a própria história, a sua forma de amar. Pretendemos tocar o coração das pessoas através dos sentimentos vividos pelos personagens”, declara o diretor artístico Adriano Melo.
O amor incondicional: a luta de Rita para reaver sua filha
Com apenas 18 anos, Rita (Alanis Guillen) vive situações difíceis e conflitos que exigem maturidade e muita determinação. Garra e temperamento forte, além de otimismo e esperança, ela tem de sobra para enfrentar dias de muita luta.
A jovem tem a trajetória marcada por perdas. É órfã de mãe, e o pai acaba de morrer. Um ano antes, acreditou que perdeu sua filha pouco depois de dar à luz. Sentindo-se mais sozinha do que nunca, ela precisa lidar com uma revelação arrebatadora. Uma amiga da família conta que seu pai levou a bebê assim que nasceu para um hospital público no Rio de Janeiro. Atordoada e decidida a recuperar a filha, Rita tem o apoio e a ajuda do melhor amigo, Tadeu (Joao Fernandes). Ela não gosta de falar sobre o pai da criança e sabe que não pode contar com ele. Carregando poucos pertences, a jovem deixa sua cidade natal, Queimados, na Baixada Fluminense, rumo a Duque de Caxias, na mesma região, onde é acolhida com carinho por Carla (Mariana Santos), amiga da falecida mãe, e seus dois filhos, Raíssa (Dora de Assis) e Thiago (Danilo Maia), para iniciar a jornada em busca da filha.
Com o amparo dessa família, que logo considera como sua, Rita sai em busca de pistas sobre a localização da bebê. As circunstâncias colaboram para que chegue ao hospital para onde o pai levou a menina e consiga o endereço de um abrigo para menores. Lá, descobre que sua filha está sendo criada na zona sul carioca por Lígia (Paloma Duarte) e Joaquim (Joaquim Lopes). Carolina – carinhosamente chamada de Nina pela família adotiva – faz a alegria da casa e é muito bem cuidada, inclusive pelo filho mais velho do casal, o estudante de Direito Filipe (Pedro Novaes). Para Rita, a menina se chama Ana e deve ser imediatamente devolvida a ela, a mãe biológica e que a ama sem nem a conhecer. Após procurar a Justiça, Rita enfrentará o que for preciso para recuperar a guarda da filha e terá muitas dificuldades para provar que pode ser uma boa mãe.
Enquanto o processo na Justiça caminha, a jovem procura estar sempre perto da criança, mesmo que seja assistindo de longe aos passeios matinais pelo bairro de Ipanema. Jovem carismático, altruísta e dedicado à criação da irmã, Filipe é quem muitas vezes leva Nina para a pracinha, e um dia percebe a presença de Rita. O rapaz teme o que ela possa fazer ao tentar se aproximar da menina, mas, encantado pela sua beleza, se sensibiliza ao perceber o amor que tem por Nina. Mesmo estando totalmente ao lado da família, Filipe acabará facilitando o contato entre mãe e filha, e a aproximação entre os dois desperta sentimentos inesperados. Namorada do futuro advogado, Martinha (Beatriz Damini) não vai deixar barato quando perceber que o rapaz está interessado em Rita, complicando a convivência dele com a família. A partir daí, vai ficar cada vez mais difícil a relação que se estabelecerá entre Rita e o casal que adotou sua filha.
O amor em família: a grandiosidade da adoção
A disputa pela bebê promete dividir as opiniões do público. Enquanto Rita (Alanis Guillen) sofre pela distância da filha, a família adotiva fica atormentada com a possibilidade de perder a guarda de Nina.
Médico veterinário, Joaquim (Joaquim Lopes) é um pai amoroso e desejou bastante a chegada da criança, mas, para Lígia (Paloma Duarte), vai ser ainda mais difícil lidar com a situação. A ginecologista tem o lado maternal bastante aflorado e é o exemplo de boa mãe. No passado, sofreu quando soube que não poderia mais ter filhos após duas gestações interrompidas, mas não hesitou ao decidir enfrentar todas as etapas necessárias até conseguir adotar uma criança. Agora, quando finalmente a Justiça autoriza a adoção definitiva de Nina, ela se sente plena. Por isso, o surgimento de Rita vai ser motivo de muita tensão na família.
Irmã de Lígia, a advogada Lara (Rosanne Muholland) vai se empenhar para manter Nina sob a tutela do casal, usando métodos condenáveis, se preciso. Ambiciosa e competitiva, Lara tem uma visão de mundo bem diferente de Lígia, que muitas vezes se sentirá confusa sobre qual postura adotar diante da luta pela guarda de Nina.
O amor entre amigos: um sentimento que nasce a partir de uma situação de violência
Apesar da fase conturbada que enfrenta, Rita tenta viver como qualquer jovem da sua idade. Numa noite, quando volta com os irmãos Raíssa (Dora de Assis) e Thiago (Danilo Maia) de uma festa, uma situação violenta e inesperada une suas trajetórias a de outros três jovens que não se conhecem. Dentro de uma van, o trio mais Jaqueline (Gabz), Guga (Pedro Alves) e Anjinha (Caroline Dallarosa) presenciam a retirada truculenta de um rapaz do interior do veículo por homens armados. Tudo acontece muito rápido, mas o tempo é suficiente para gerar uma mistura de medo, choque e impotência sobre todos.
Os jovens discutem sobre o que fazer e, diante de divergências de opinião, decidem criar um grupo em uma rede social – o “Deu Ruim” – para manter contato até decidirem se denunciam ou não o caso à polícia. O convívio logo passa a ser pessoal e diário quando Raíssa, Jaqueline e Anjinha descobrem que estudam na mesma escola, o colégio estadual Otto Lara Resende. Poucos dias depois, a notícia de que o rapaz retirado da van – que vem a ser o filho de uma funcionária da escola – foi encontrado morto, une para sempre o grupo de jovens.
O amor de mãe que excede limites: a vida de Raíssa e Thiago embaixo das asas de Carla
Raíssa (Dora de Assis) e Thiago (Danilo Maia) sentem o peso da criação controladora de Carla (Mariana Santos). O rapaz é o braço-direito da mãe no comando da lanchonete “Baixadas”, o ‘point’ dos jovens em Duque de Caxias, e deixou de estudar para se dedicar ao comércio da família. Mas Carla não permite que ele tome decisões importantes no trabalho e nem em casa, principalmente quando tenta interferir no comportamento da irmã mais nova. Thiago muitas vezes se sente sem um lugar no mundo, mas é alegre, divertido e tenta não levar a vida tão a sério.
Já para Raíssa é mais difícil lidar com a superproteção da mãe. Desde que o marido morreu durante um assalto, Carla tem um medo excessivo da violência urbana que assola o Rio de Janeiro e controla cada passo dos filhos. Na noite em que Raíssa e Thiago presenciam o episódio na van, voltando de uma festa, a comerciante quase entra em pânico com a demora dos filhos.
Com talento nato para a música, Raíssa compõe e canta bem. Amiga do rapper Camelo (Ronald Sotto), ela começa a se apresentar em bailes funk, sem o conhecimento de Carla, que mal deixa a filha sair à noite e quer que ela cumpra o grande desejo do falecido pai: estude Direito para se tornar juíza. Excelente aluna do Ensino Médio, Raíssa se dedica muito aos estudos e tenta não decepcionar a mãe, mas, com o tempo, vai ficar mais difícil abrir mão de seu grande amor pela música e do sonho de ser cantora.
Carla faz o perfil mandona e “linha-dura”, mas é amorosa e companheira dos filhos. Atenta, ela alerta Raíssa sobre o comportamento de Nanda (Gabriella Mustafá), sua amiga inseparável desde a infância. Bonita, extrovertida e sensual, a moça tenta roubar a cena de Raíssa nas apresentações que fazem com Camelo, por quem a filha de Carla tem uma forte queda. Não demora e Nanda começa a namorar o rapaz. De início, Raíssa não enxerga a competitividade. Serão muitas as reviravoltas na vida da jovem. O apoio de Rita (Alanis Guillen), que se torna sua grande amiga e confidente, e do grupo “Deu Ruim” a ajudará a enfrentar todos esses desafios. Coordenadora da escola, Neide (Quitéria Kelly) também terá um papel importante na trajetória da caçula de Carla para encontrar seu caminho profissional, aconselhando e intermediando a relação da jovem com a mãe.
Por conta da convivência entre os filhos e o grupo “Deu Ruim”, Carla conhece o pai de Anjinha, o major da polícia Marco Rodrigo (Julio Machado), viúvo como ela. Traumatizada com a morte violenta do marido, a comerciante se sente fechada para o amor e cultiva uma relação sem compromisso com o lutador de muay thai Madureira (Henri Castelli). Sem se dar conta, ela vai desenvolver uma implicância com Marco Rodrigo, que tem tudo para acabar em paixão.
As angústias de Guga para entender sua forma de amar
Uma ótima companhia para jogar conversa fora no bar ou curtir uma tarde na praia. E, mais ainda, nos momentos difíceis, quando surge a necessidade de alguém em que se possa confiar, disponível para ouvir e dar apoio. Guga (Pedro Alves) é aquele tipo de amigo que todo mundo gostaria de ter. Ele cultiva, desde a infância, a amizade com Filipe (Pedro Novaes) e Beto (John Buckley), mas nunca conversou com eles sobre o assunto que mais o aflige internamente. De bem com a vida e com olhar voltado ao próximo, ele ultimamente tem precisado prestar mais atenção em si mesmo. O rapaz acaba de terminar o namoro com Meg (Giulia Bertolli), percebendo que sente apenas amizade por ela. Ele também não corresponde ao interesse das jovens que conhece na faculdade ou nos programas noturnos. Aos poucos, Guga começa a questionar sua orientação sexual.
Dividir essas angústias com a família é extremamente difícil. De classe média alta, a família vive num luxuoso apartamento em Ipanema. Max (Roberto Bomtempo), seu pai, é um empresário, e cultiva um estilo ‘bon vivant’, do tipo que se orgulha de ter um filho bonitão, que atrai o interesse das mulheres. Na sua visão, Guga terminou com Meg para “curtir a vida”, como ele fazia quando era jovem. Já Regina (Karine Teles) consegue perceber mais o comportamento do filho, a quem é muito apegada, mas valoriza as aparências sociais e foge de encarar a situação de frente.
Na internet, Guga conhece Serginho (João Pedro Oliveira), jovem batalhador que trabalha numa loja em Ipanema e vive em Duque de Caxias com o irmão Camelo (Ronald Sotto) e a avó Margarida (Ana Miranda). Os dois começam a conversar e marcam um encontro para se conhecerem melhor. É justamente nesse dia, ao retornar para casa, que Guga entra na van e presencia a retirada de um jovem do veículo por homens armados. Com a união dos jovens em função dos desdobramentos do caso, Guga se aproxima muito de Rita (Alanis Guillen), que aos poucos, se tornará sua grande amiga e conselheira nessa jornada de descobertas. A presença frequente da moça na casa dele vai acabar confundindo a cabeça de Max e Regina, que acreditarão que ela é a namorada que o filho foi encontrar em Caxias no dia do incidente da van.
O relacionamento com Serginho se inicia com uma bonita amizade. Serginho é bem-resolvido em relação à sua sexualidade, e a convivência entre os dois será determinante para que Guga entenda melhor seus desejos e sentimentos. Durante a trajetória de Guga, o afastamento da turma da Zona Sul acaba sendo inevitável. Mas a ex-namorada Meg, que inicialmente fará de tudo para reconquistá-lo, vai ajudá-lo, fazendo com que os antigos amigos compreendam melhor sua nova fase da vida.
O primeiro amor de Anjinha
O rosto delicado e os cabelos compridos contrastam com o jeito moleque de Ângela, ironicamente apelidada Anjinha (Caroline Dallarosa). A filha do major da polícia Marco Rodrigo (Julio Machado) é páreo duro para qualquer garoto da sua idade durante um confronto ou numa partida de futebol. No tempo livre, está sempre jogando bola ou lutando muay thai. Pela falta de vaidade, se acha sem graça e até mesmo feia, acreditando não ter chance com os meninos.
Apesar de sempre ter tido bastante amor e dedicação do pai, Anjinha sente muito a ausência da mãe, que morreu quando ainda era pequena. Todas as noites, “conversa” com ela antes de dormir sobre suas angústias e sentimentos. O desejo de arranjar um namorado é imenso, e faz com que a jovem comece a desafiar seus próprios limites. No dia de seu aniversário, Anjinha se encanta por Cléber (Gabriel Santana), entregador do “Baixadas”, onde Marco Rodrigo encomendou um bolo. O charme e o jeito descolado do rapaz, que improvisa versos de rap no momento da entrega, arrebatam seu coração. Determinada a conquistá-lo, Anjinha pesquisa sobre a vida de Cléber nas redes sociais e decide ir atrás dele em uma roda de rap. E é justamente na volta desse evento que ela entra na van que vai unir sua vida à de Rita, Raíssa, Guga, Jaqueline e Thiago.
De início, Cléber só enxerga Anjinha como amiga, mas não demora para que os dois se envolvam. Além dos conflitos em relação ao próprio jeito de ser, um segredo que Anjinha decide esconder pode colocar esse romance à prova. Amigo de Marco Rodrigo na polícia, o Capitão Luiz Peixoto (Roger Gobeth) vai observar os encontros da jovem com Cléber e pode atrapalhar o namoro.
A busca de Jaqueline pelo amor do pai que não conhece
A vida toda, Jaqueline (Gabz) se incomodou ao ver Vânia (Olívia Araújo) conversando ao telefone com um homem que ela sabe ser o pai que nunca quis conhecê-la. Por muitas vezes, a jovem pediu que a mãe o apresentasse ou contasse mais sobre ele, mas sempre escutou que seu pai tem outra família e que não deseja se relacionar com ela, apenas contribuir financeiramente em sua formação. Empregada doméstica caprichosa e cheia de iniciativa, Vânia encarou com tranquilidade a missão de criar a filha sozinha. É um grande exemplo de mulher guerreira, dona de um humor que resiste às adversidades.
Assim como muitos jovens Brasil afora, Jaqueline não se conforma em ter o registro “Pai: desconhecido” em sua certidão de nascimento. Mais que isso, ela quer o amor dele. Mesmo guardando bastante mágoa, Jaqueline não é uma pessoa amargurada. É doce, solidária e vive de forma plena sua cidadania, acreditando que vale a pena se manifestar por todas as causas que considera importante. A cada dia que passa, a vontade de olhar nos olhos do homem que a rejeitou aumenta e ela decide procurar por ele. Prestes a completar 18 anos, acredita que tem o direito de conhecê-lo e convence a mãe a conseguir o encontro, garantindo que não vai contar a ninguém sobre sua identidade.
O tão esperado “olho no olho” com César (Tato Gabus Mendes), no mesmo dia do episódio da van, é bem mais difícil do que Jaqueline imaginava. Médico bem-sucedido, ele critica sua forma de se vestir e de falar, além de não se mostrar nem um pouco envolvido ou interessado em manter contato. Mas, como boa guerreira, a jovem não vai desistir de entender os motivos que o levaram a abandoná-la. Quando descobre que tem uma irmã mais nova, Milena (Giovanna Rispoli), Jaqueline vai tentar se aproximar da menina, que poderá ser o elo que falta para essa reconexão.
A jornada em busca do amor da família paterna não vai ser fácil para Jaqueline, mas ela tem um grande amigo e conselheiro, que, de certa forma, se propõe a cumprir o papel do pai que ela não teve. Madureira (Henri Castelli) é o criador da ONG Boa Luta, que dá assistência a jovens da Baixada Fluminense através da prática do muay thai. Exemplo de pessoa que teve a vida transformada pelo esporte, o lutador quer transmitir o amor e cuidado que recebeu aos outros. Enquanto treina com Madureira, Jaqueline desabafa seus problemas. É na academia também que ela se envolve com Daniel (Hugo Moura), professor da ONG. O rapaz foi criado na zona sul, mas encontrou sentido para sua vida na Baixada, e vai estar ao lado de Jaqueline nas peripécias para se aproximar de César e sua família.
A sintonia do grupo por um mundo melhor
Em meio aos problemas pessoais e dilemas próprios da juventude, Rita, Raíssa, Thiago, Guga, Anjinha e Jaqueline pensam no próximo e lutam por um mundo melhor, com mais igualdade e menos preconceito. Logo depois da descoberta de que o rapaz retirado da van foi encontrado morto, eles rapidamente oferecem apoio à mãe do jovem e organizam uma manifestação em Duque de Caxias. Além de prestar uma homenagem, eles pedem pelo fim da violência urbana que afeta o dia a dia de tantos jovens em nosso país.
O testemunho sobre o que viram na van às autoridades se torna inevitável e, com ele, a revelação dos segredos que cada passageiro carregava naquele momento. A união dos jovens será fundamental para que enfrentem as consequências dessa situação, cada um a sua maneira.
As gravações em São Paulo e a extensa preparação do elenco
‘Malhação: Toda Forma de Amar’ é ambientada em Ipanema e Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, onde foram realizadas as primeiras gravações externas. Já as cenas que iniciam a trama, apresentando a família que adota a bebê de Rita (Alanis Guillen), foram gravadas em São Paulo. Lígia (Paloma Duarte) e Joaquim (Joaquim Lopes) vivem em Ipanema, na zona sul do Rio, mas cresceram em São Paulo, e levam os herdeiros para conhecer a cidade de origem. O Parque Ibirapuera, lugar que mistura natureza, arte e cultura, é o destino escolhido para comemorar a conquista da adoção definitiva de Nina, ao lado do filho mais velho Filipe (Pedro Novaes). A família passeia pelos jardins e visita o museu Afro Brasil, em clima de muito amor e harmonia. A visita ao Ibirapuera tem relação com os sentimentos e com o estilo de vida dos personagens. “Adoção é um ato de amor. A natureza e a arte são expressões desse sentimento, por isso, achamos que essa mistura que existe no parque é perfeita para apresentar essa família”, explica o diretor artístico Adriano Melo. Sob o comando de Adriano, uma equipe de cem pessoas trabalhou durante os dias na capital paulista.
Até se iniciarem as gravações, o elenco passou por um intenso processo de preparação. O trabalho teve como norte principal gerar harmonia e entrosamento entre os atores, exercitar ferramentas de interpretação e o relacionamento com o audiovisual. “Muitas pessoas do elenco nunca trabalharam na TV. Juntos, descobrimos interesses e referências de dramaturgia em comum, desafios e dificuldades. Trabalhamos também as relações entre os personagens. É um processo muito rico, que faz toda a diferença no momento da gravação e no resultado que veremos no ar”, explica a preparadora de elenco Cristina Moura.
Também fez parte dessa etapa um workshop com palestras sobre temas como adoção, violência urbana, o rap como forma de expressão e projetos sociais que mudam a realidade de jovens da periferia. Os atores Lilia Cabral e Tony Ramos emprestaram sua experiência para conversar com o elenco sobre o ofício, e atores que já passaram por ‘Malhação’ como Juliana Paiva, Nicolas Prattes, Agatha Moreira e Rodrigo Simas contaram sobre suas experiências, dando dicas para quem está começando na TV.
Além do trabalho em conjunto, alguns atores se aprofundaram em habilidades específicas para interpretar seus personagens. Dora de Assis, Gabriella Mustafá, Ronald Sotto, Gabriel Santana e Caian Zattar tiveram aulas de canto para as cenas no universo do funk e do rap. Dora de Assis também aprendeu a tocar violão. “Fiz aulas de canto e violão quando era pequena, mas há muito tempo não tinha contato com esse universo. Assim como a Raíssa, me sinto acanhada para cantar em público, e as aulas me mostraram que a minha barreira está na cabeça e que, com confiança e vontade, posso levar minha voz para onde quiser. Foi um processo bonito e muito importante para perceber que eu posso cantar”, conta a atriz.
Já Gabz, Caroline Dallarosa, Henri Castelli e Hugo Moura fizeram treinamento de muay thai. Na trama, o personagem de Henri, Madureira, comanda um projeto social que ensina as técnicas da luta para jovens da Baixada Fluminense. Caroline Dallarosa também precisou ter aulas de futebol para a personagem Anjinha, e teve de enfrentar a dificuldade de começar a praticar esportes de uma hora para outra. “Era sedentária, e são dois esportes cansativos e que exigem muito. Com o tempo, fui criando muito amor pelos dois esportes, principalmente o futebol, que me apaixonei completamente. É um esporte que quero levar para a vida”, conta Caroline. Pedro Novaes e John Buckley fizeram aulas de surfe, o maior hobbie de Filipe e Beto, e Beatriz Damini treinou equitação para viver a autoconfiante Martinha. “Achei que fosse fácil e instantâneo aprender hipismo, mas exige muita concentração, condicionamento e equilíbrio. As aulas foram fundamentais também para a construção do psicológico da Martinha. Pude entender o quão determinada ela se torna quando quer conseguir algo”, explica a atriz.
Cor e criatividade no figurino e caracterização
Para criar o figurino de uma trama que fala sobre o amor, a figurinista Renata Vasconcelos partiu do princípio de que o visual da maioria dos personagens teria de ser colorido, alegre, variando de acordo com a personalidade e o estilo de vida de cada um. No núcleo de Duque de Caxias, a diversidade de cores, texturas e estilos é mais evidente. No processo de pesquisa sobre o comportamento e hábitos de consumo dos jovens que vivem no município da Baixada Fluminense, ela percebeu que eles são muito antenados, criativos e gostam de exclusividade. “Essa geração é muito conectada e tem acesso ao que seus ídolos vestem, ao que se usa no mundo inteiro. Isso se reflete diretamente no visual deles. Muitos compram peças em brechó e reformam, usam várias referências misturadas. É interessante perceber que o jovem da periferia não quer imitar o da Zona Sul. Ele quer ter o próprio estilo, acredita no seu comportamento e nas raízes, tem orgulho de pertencer àquela comunidade. Tentei buscar isso ao máximo na composição dos looks”, conta Renata, que fez compras no calçadão da Avenida Nilo Peçanha, no centro de Caxias, para compor os diferentes visuais de forma variada e criativa.
Na trama, os personagens que interagem com o universo do funk e do rap são os mais vaidosos e investem fortemente num estilo próprio. Cléber (Gabriel Santana) usa calça nos moldes dos anos 90, com o gancho caído, cintura mais baixa e corte reto. Está quase sempre de pochete, que é tendência no momento, e valoriza um bom tênis. O cabelo é moderno, com a nuca raspada e louro nas pontas, porque trabalha nas ruas e fica exposto ao sol. Camelo (Ronald Sotto) é ainda mais vaidoso e consegue criar um visual bem transado. Um exemplo é a mistura que faz usando calça legging com bermuda e blusa larga de malha, com estampas variadas. O dread no cabelo ajuda a dar um tom moderno ao visual. Tatoo (Caian Zattar) já tem o estilo mais voltado para o mundo do funk, com brilho nas roupas e acessórios, como colar e anel dourados. Usa calça saruel e camisetas de malha com comprimento maior que o normal. “No rap e no funk, a forma das roupas é mais larga e tentei ser bem leal a isso. O que diferencia os personagens é o estilo das calças e o comprimento das blusas”, conclui a figurinista.
O estilo das meninas que vivem em Caxias também reflete sua autenticidade. Raíssa (Dora de Assis) começa a trama recatada, mas irá ousar mais no visual quando se tornar cantora de funk. Já Nanda (Gabriella Mustafá) explora sua sensualidade, sem parecer vulgar. As roupas são um pouco mais justas e usa sandália alta ou botas moderninhas. O visual de Jaqueline (Gabz) reflete a revolta que sente por ter sido abandonada pelo pai e sua luta pelas causas sociais. Usa calça e shorts com rasgos e pinturas, e blusas com frases de efeito. Anjinha (Caroline Dallarosa) se difere da maioria das jovens de sua idade por conta do visual menos feminino, uma interferência do pai, Marco Rodrigo (Julio Machado). “A Anjinha sempre teve as roupas compradas pelo pai, não sabe como se vestir. Ela usa rosa claro e outros tons femininos, mas a forma é mais larga e veste camisa polo, por exemplo. Ela também tem muita roupa de esporte, como o uniforme do futebol”, enumera Renata Vasconcelos. “As únicas referências mais femininas que ela apresenta são fitinhas para prender o cabelo durante os jogos e uma choker de plástico que estará sempre usando”, completa a figurinista.
Rita (Alanis Guillen) é a que tem o figurino mais simples, por conta da origem humilde e por ter vindo de outro município, trazendo pouca roupa. Na maior parte do tempo ela aparece usando vestido florido de malha e sandália rasteira ou batas com bordado, como se tivessem sido feitas por alguém da família. Martinha (Beatriz Damini) e Meg (Giulia Bertolli), as jovens que vivem em Ipanema, são criativas e apostam em cores, assim como a maioria das moças da Baixada. Martinha faz o estilo grunge, usando peças xadrez com botas, ao mesmo tempo em que curte roupas que combinam com o clima tropical do Rio de Janeiro, como calça pantacourt e tops estampados. Meg aposta em referências dos anos 70. Usa calça boca de sino, saias largas e blusas com estampas abstratas ou psicodélicas. “A escolha do visual da Meg foi inspirada em jovens de universidades que têm esse pezinho no passado, no estilo livre, meio hippie, sem ser largado”, explica a figurinista. Para os meninos da zona sul – Filipe (Pedro Novaes), Guga (Pedro Alves) e Beto (John Buckley) – a opção foi por roupas mais básicas e minimalistas. “Eles não querem chamar atenção pelo visual e são despojados. Beto ainda tenta usar um pouco de estampa e jeans rasgado, já Filipe e Guga têm um estilo bem comum, o que diferencia um e outro são as texturas das peças e detalhes, como um bolso na camisa de malha, por exemplo”, explica Renata.
O figurino dos adultos é mais convencional. Lígia (Paloma Duarte) tem o perfil despojado e não abre mão de conforto e leveza, afinal, é mãe de uma bebê de um ano. O guarda-roupa da médica é repleto de macacões, calças pantalona e blusas soltas. Ela também não dispensa uma bolsa de palha grande. As cores são sempre mais neutras, ao contrário da irmã Lara (Rosane Muholland), que aposta em tons como o vermelho vivo. Advogada, Lara precisa escolher peças mais formais, mas não chega a usar alfaiataria. Quase sempre atrás do balcão de sua lanchonete, Carla (Mariana Santos) precisa usar roupas práticas, como bermudas de stretch e camisetas caneladas. Muitas vezes, opta por prender o cabelo. Quando precisa se arrumar mais, escolhe vestidos ou macacões. Marco Rodrigo (Julio Machado) estará quase sempre usando o uniforme de policial, mas fora do trabalho, é básico e um pouco fora de moda. Madureira (Henri Castelli) ostenta o típico estilo de lutador, com short próprio do muay thai e camiseta. Quando não está dando aula, o visual é simples, mas charmoso – usa bastante bermuda, calça de moletom e jaqueta jeans. O diferencial de Madureira está no corte de cabelo. “Ele usa uma listra raspada ao lado, uma referência que encontrei na luta e em pessoas de Caxias”, conta Marcelo Dias, responsável pela caracterização da trama.
O conceito da caracterização como um todo busca se aproximar o máximo possível da realidade. “A maquiagem é pontual. Raíssa e Nanda estarão mais produzidas nos shows. A Lígia tem o olhar caprichado, para contrastar com a roupa casual e trazer mais expressão. A Lara é um pouco mais sofisticada e se maquia mais, com bom gosto na escolha dos tons”, explica Marcelo. Por conta da simplicidade, Rita é a personagem que tem menos produção. “É como uma pedra bruta. Nem na sobrancelha eu mexi. A maquiagem é praticamente zero, até para ressaltar a beleza e luminosidade dela. A Rita só pensa em encontrar a filha, ela nem se dá conta de que é bonita”, contextualiza.
Em relação aos cortes de cabelo, Marcelo ousou apenas nos rapazes da Baixada e em Martinha, que usa os fios bem curtinhos e escuros, com a nuca geométrica. “É um visual bem de vanguarda. A personalidade da personagem, um pouco vilã, segura esse estilo”, acredita Marcelo Dias. O supervisor de caracterização diz que, de uma forma geral, o visual está de acordo com o que combina melhor com ator e personagem. “A Regina, por exemplo, é uma mulher sofisticada e irreverente, achei que combinaria com ela um loiro mais aberto, e também com a cor dos olhos claros da Karine Teles”, conta Marcelo, que em suas pesquisas percebeu uma diferença clara entre quem vive na Baixada e na zona sul. “Nas periferias, quase todo mundo gosta de ser diferente. Já na zona sul o melhor é passar despercebido. Apenas na Martinha eu fugi dessa percepção”, conta.
As inspirações em Caxias e Ipanema na cenografia e produção de arte
‘Malhação: Toda Forma de Amar’ tem a maior cidade cenográfica de uma temporada da franquia até hoje, construída em uma área de mais de 8 mil metros quadrados nos Estúdios da Globo. O espaço viabilizou a criação dos ambientes dos dois universos presentes na trama: Duque de Caxias, município mais populoso da Baixada Fluminense, e Ipanema, movimentado bairro da zona sul do Rio de Janeiro. As equipes de cenografia e produção de arte procuraram se aproximar ao máximo da realidade de cada lugar para produzir os cenários que ajudarão a contar as histórias da trama de Emanuel Jacobina. A praça Nossa Senhora da Paz, símbolo de Ipanema, serviu de inspiração para o lugar em que a bebê Nina é levada para brincar e tomar sol quase todas as manhãs. As famosas galerias do bairro, com consultórios médicos, lojas, bares e restaurantes, também foram reproduzidas na cidade cenográfica. O consultório médico de Lígia (Paloma Duarte) e a clínica veterinária de Joaquim (Joaquim Lopes) compõem os cenários principais de Ipanema, assim como loja de roupas esportivas Strenght, onde Serginho (João Pedro Oliveira) trabalha. Com cenário diferenciado, a loja funciona dentro de um contêiner, uma tendência atual de reaproveitamento de construção, realidade já presente no bairro. “Trouxemos para a nossa cidade cenográfica outros elementos do mobiliário urbano de Ipanema, como postes e quiosques de plantas. Queremos que o público se sinta no coração do bairro, circulando pela praça, pelas galerias e pelos bares da rua Farme de Amoedo”, conta Alexis Pabliano, que assina a cenografia da temporada com Felipe Serran.
A pesquisa para reproduzir o universo de Duque de Caxias concluiu que é grande a quantidade de placas nas ruas, o comércio costuma ter muita informação nos interiores e nas fachadas. O “Baixadas”, a lanchonete de Carla (Mariana Santos), vai mostrar essas características nas cores dos azulejos nas paredes (branco e vermelho) – e na quantidade de banners, tabelas de preços e cartazes pendurados pelo estabelecimento. A modernidade dos lugares do município vai ficar mais evidente através das manifestações artísticas e culturais. Alguns painéis grafitados foram encomendados ao artista Tico Canato e estão nos muros das áreas de maior convivência entre os jovens. “Nos meus grafites para essa obra, predominam o conceito do amor. Tentei imprimir uma sensibilidade maior”, conta ele. “Temos um núcleo na cidade cenográfica que chamamos de Baixo Caxias, o point da rapaziada com pizzarias e restaurantes, onde fica o ‘Baixadas’. Ali também fizemos um palco para as rodas de rap, e os painéis do Tico enriquecem esse ambiente”, completa o cenógrafo Felipe Serran.
Para criar o interior das casas e apartamentos, a equipe buscou inspiração em residências de moradores locais. Ao criar a decoração do quarto das adolescentes, como Raíssa e Anjinha, a produtora de arte Andrea Penafiel optou por pôsters e fotos da família. “Nas casas que visitei, as meninas sempre tinham um pôster da banda preferida ou de celebridades da TV e fotografias pessoais presas diretamente nas paredes. Outra coisa que observamos é que as pessoas que moram em Caxias tem um sentimento de pertencimento muito forte ao lugar e tentamos refletir esse apego e afetividade no cenário”, conta. A afetividade, aliás, estará presente nos elementos que irão compor a maior parte dos ambientes. “Procurei objetos que remetem ao tema, como almofadas com dizeres sobre amor, porta retrato que mostre mãe e filho, casais”, conta Andrea Penafiel. “Já a casa da Lígia tem muitas plantas e objetos de arte, é muito acolhedora, e acreditamos que isso combina com o perfil de uma família que adota uma criança. A casa de Carla é bem funcional, as coisas ficam perto uma da outra, porque ela tem a vida agitada e faz muita coisa ao mesmo tempo. E, na de Marco Rodrigo, predomina a ausência de decoração, por ser o ambiente de um homem que não tem muito jeito para arrumar a casa”, explica.
‘Malhação Toda Forma de Amar‘ é escrita por Emanuel Jacobina com Marcio Wilson e Claudio Lisboa, e tem supervisão artística de Carlos Araujo, direção artística de Adriano Melo e direção de Cadu França, Tila Teixeira e Felipe Louzada.
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