Em Pantanal, Tenório (Murilo Benício) está cada vez mais incomodado com o vizinho, José Leôncio (Marcos Palmeira), ainda mais depois que este deu abrigo à Maria (Isabel Teixeira) e a orientou sobre seus direitos no processo de divórcio. O ódio que o grileiro sente é tão grande que ele contrata um matador para dar fim à ex-mulher, Alcides (Juliano Cazarré), Zé Leôncio, Jove (Jesuita Barbosa), Tadeu (José Loreto) e José Lucas (Irandhir Santos). Essa é a lista que entrega a Solano (Rafael SIeg), que chega ao Pantanal pela chalana de Eugênio (Almir Sater) e vai à casa de Tenório se passando por peão em busca de emprego, enganando direitinho seus filhos e Zuleica (Aline Borges). As cenas vão ao ar a partir desta segunda-feira, 5 de setembro.
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Surpreendendo até mesmo o pai de Guta (Julia Dalavia), que encomenda os crimes, nas primeiras horas na região, ele já atira em José Lucas (Irandhir Santos) e acredita tê-lo matado, considerando o local do ferimento. A bala acerta em cheio o peito do peão. Para desespero de Zé Leôncio, o filho mais velho desaparece logo depois que eles discutem mais uma vez sobre política. Zé Lucas deixa a fazenda do pai bastante ofendido com suas palavras, ditas num momento raro de confraternização com todos à mesa na cozinha de Filó (Dira Paes). O atentado marca o início de tempos difíceis para os Leôncio.
Rafa Sieg, que esteve no Pantanal há alguns meses para gravar suas primeiras cenas como Solano, e continua gravando com o elenco no Rio de Janeiro, tinha 11 anos quando a primeira versão da novela foi exibida e guarda lembranças familiares especiais. “Eu morava na casa dos meus avós maternos, no interior do Rio Grande do Sul. Como muitos da minha geração, nos anos 1980/1990, cresci na frente da televisão. Eu lembro exatamente da imagem do meu avô, que se chamava Werner, sentado no canto do sofá com as pernas estendidas numa banqueta, assistindo à novela todos os dias. Ele era muito noveleiro. Lembro das imagens, dos personagens e do tempo dilatado daquela natureza na televisão e de como tudo parava na hora da novela. O sobrenome que eu assino artisticamente, o Sieg, é o deste avô. Não sei dizer exatamente o quanto isso me influenciou, mas hoje eu me sinto especialmente presenteado com a oportunidade de estar em ‘Pantanal’ e dedico a esse meu avô o meu trabalho”. Na entrevista abaixo, Rafa comenta sua participação na novela, fala sobre os bastidores e seu personagem.
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Entrevista com Rafa Sieg
Como foi receber a notícia de que estaria na novela?
Sem dúvida, um chamado especial, em um dia especial também. Eu estava filmando “Nosso Lar 2” quando recebi o convite do diretor Gustavo Fernandéz, com quem já havia trabalhado em ‘Avenida Brasil’, ‘Além do Horizonte’ e ‘Órfãos da Terra’. Um dia que havia começado muito cedo para mim, onde eu vi o dia amanhecer do Alto da Boa Vista, numa conexão profunda com a natureza. E receber esse chamado para uma novela tão incrível, que fala exatamente dessa conexão e de seus infinitos laços em nossas vidas me emocionou muito.
Como foi a preparação para dar vida a Solano?
Uma transição vertiginosa. Eu estava fazendo um filme que se passava nos anos 1940 e da noite para o dia, literalmente, embarquei nessa viagem de sete horas Pantanal a dentro. Obviamente, antes disso, eu já havia estudado os capítulos, mas sabia que meu corpo e ritmo interno precisavam ser alterados para o que iria fazer a partir de então. A partir disso, passei a usar a própria viagem ao Pantanal – comendo poeira, abrindo porteira, observando pessoas e a paisagem ao meu redor mudando –, como os elementos primários mais importantes nessa preparação. Abandonar o que estava ficando para trás e me conectar com essa natureza, por vezes árida também, fluida, de horizonte amplo, de águas escuras e cheia de mistérios, como Solano.
Poderia nos contar sobre a experiência de gravar no Pantanal?
Eu não conhecia o Pantanal. E, além desse contato com a natureza pulsante do lugar, foi o meu primeiro contato com o elenco e equipe. Um time que já estava jogando junto há meses, fazendo um trabalho admirado por todos, inclusive por mim, que já estava assistindo à novela em casa. E fui recebido de braços abertos. Reencontrar o Marcos Palmeira, com quem já havia trabalhado em “Mandrake”, um grande anfitrião desse projeto e do próprio Pantanal, e o carinho dos demais, marcou minha chegada. Tive dois dias de preparação antes de começar a gravar. Fiquei 15 dias no Pantanal. E mesmo percebendo e ouvindo de todos que a paisagem naquele momento não era mais a mesma de quando eles haviam estado ali no ano passado, e muito menos de 30 anos atrás, por conta da seca, da devastação ambiental na Amazônia e que se reflete tristemente no Pantanal de hoje, ainda assim é deslumbrante. A força e a harmonia que existem naquele lugar são presente divino. Fui presenteado várias vezes com um pôr do sol deslumbrante, noites estreladas, contato com as águas e a força da natureza. A primeira cena que gravei foi na chalana, com o Almir Sater. Meu personagem chega por ali. E isso uniu vários aspectos positivos na minha apresentação. O tempo manso da chalana e do Almir colaboram nesse clima de mistério. E também o aspecto místico dessa pessoa incrível que é o Almir no Pantanal. Importante também foi gravar as últimas sequências do meu personagem com a Alanis e o diretor Davi Lacerda, na locação real. Na tapera. No Pantanal. Uma sequência que levamos três dias para concluir, numa energia alta e vibrante que me ajudou muito no desenho do personagem como um todo.
Quem é Solano? O que o público pode esperar de sua chegada?
Solano significa ‘Vento do Leste’. E quando esse vento sopra ele vem trazendo mudanças. O Solano é um matador profissional, contratado pelo Tenório e que está disfarçado de peão. Veste uma máscara para conseguir o que precisa. Vai buscar conquistar a confiança de todos e cumprir sua “missão” da maneira mais eficiente possível. Ele é como um urubu disfarçado de capivara. Eu penso que o público vai identificar nesse sujeito algumas figuras que, por vezes, aparecem e ninguém acredita que seriam capaz de cometer tantos crimes. Para alguns, até parece evidente, mas ele consegue enganar todos ao seu redor. De qualquer forma, a força da natureza terá seu papel determinante no final de Solano.
‘Pantanal’ é escrita por Bruno Luperi, baseada na novela original escrita por Benedito Ruy Barbosa. A direção artística é de Rogério Gomes e Gustavo Fernandez, direção de Walter Carvalho, Davi Alves, Beta Richard, Cristiano Marques e Noa Bressane. A produção é de Luciana Monteiro e Andrea Kelly, e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim.