‘Renascer’ chegou ao fim nesta sexta-feira (06) com alguns desfechos diferentes da novela original, de 1993. Monótona, mesmo com as diversas mudanças do autor Bruno Luperi para tentar movimentar a saga dos Inocêncio, escrita pelo avô, Benedito Ruy Barbosa. O final de José Inocêncio (Marcos Palmeira) é mesmo a morte, porém com algumas modificações. Antes de morrer, ele se reconcilia com o filho João Pedro (Juan Paiva), que resgata o facão enterrado no Jequitibá, e recebe a última visita de Maria Santa (Duda Santos). A despedida de pai e filho, que foi rejeitado e responsabilizado pela morte da mãe.
A morte de Egídio (Vladimir Brichta), na última semana da novela, foi um dos momentos de mais emoção nessa reta final. As vilanias praticadas pelo coronel o levaram a um desfecho trágico, vítima de uma tocaia armada por Mariana (Theresa Fonseca) e Damião (Xamã), ele morreu enforcado, em uma sequência impactante. Por meio de uma visão, Inácia (Edvana Carvalho) descobriu que a vida da família Inocêncio estava nas mãos de Mariana. Cega de ódio, a personagem conseguiu convencer Damião a matar o vilão.
+ Autor de ‘Renascer’, Bruno Luperi comenta seu processo de criação e as emoções finais da trama
Se na primeira fase da novela o elenco emocionou o público, a trama desandou com a passagem de tempo. Juliana Paes como Jacutinga foi embora e a casa serviu de cenário para alguns personagens. Nem mesmo o misticismo do diabinho na garrafa, as idas e vindas de casais ou as mortes foram suficientes para reacender a vontade de acompanhar a trama. Personagens como dona Iolanda (Camila Morgado) e Morena (Ana Cecília Costa) caíram na caricatura e ficaram exageradas.
As poucas exceções em que a emoção voltava ao folhetim foram as sequências com o espírito de Santinha (Duda Santos). A delicadeza na interpretação da atriz trazia uma áurea de paz mesmo em momentos tensos da trama, como quando a alma buscou Venâncio (Rodrigo Simas) e também recentemente nas conversas com João Pedro.
Aliás, o romance do mocinho com Sandra (Giullia Buscacio) também arrematou a torcida do público, mas não se manteve fiel à trama original, em que a herdeira de Egídio teve uma filha no meio da trama. Nessa versão, a mocinha perde o bebê e termina a novela grávida.
Buba (Gabriela Medeiros) também ganhou uma historia nova. A personagem que na versão anterior era hermafrodita desta vez foi trans, tornando a história semelhante da atriz que foi escalada para o papel. A personagem também ganhou um núcleo de amigas, que compareceram ao casamento da moça com José Augusto (Renan Monteiro) e fizeram o favor de perder o vestido da noiva no aeroporto. Meire (Malu Galli) salva o casamento da filha aparecendo na última hora com o vestido de noiva da avó.
Diferentemente de 1993, Tião (Irandhir Santos) não morreu tragicamente, mas o ator parecia pouco a vontade no personagem. O escritor também decidiu trocar os casais na reta final, deixando Bento (Marcello Melo Jr) com Kika (Juliane Araújo) e Ritinha (Mell Muzzillo) com Eriberto (Pedro Neschling). Além de criar um amor para Zinha (Samantha Jones).
Lu, personagem de Eli Ferreira, desta vez ficou ao lado do pastor Lívio (Breno da Matta). Na primeira versão da trama, o religioso acabava ficando com Joana, personagem vivida por Tereza Seiblitz na década de 1990 e agora interpretada por Alice Carvalho.
No último capítulo, vem à tona depois de Teca ler o que Marianinha (Gabriella Cristina) escreveu para Maria Santa (Duda Santos), que o avô da jovem foi quem abusou e engravidou a filha mais velha de Venâncio (Fabio Lago). A menina descobre que é prima de Mariana e as duas se emocionam.
**As críticas e análises aqui expostas correspondem a opinião de seus autores
