A saga de José Inocêncio (Humberto Carrão/Marcos Palmeira) chega ao fim esta noite com o último capítulo de ‘Renascer’, que será exibição mais cedo, às 20h50, logo após o ‘Jornal Nacional’. A emoção invade a trama com a apresentação do desfecho dos grandes personagens da história escrita por Bruno Luperi baseada na obra de Benedito Ruy Barbosa e direção artística de Gustavo Fernández.
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Na trama, João Pedro (Juan Paiva) terá novamente papel fundamental nesta reta final. Cabe ao filho caçula, o ‘enjeitado’, a missão de tirar o facão enterrado no jequitibá e terminar com o sofrimento do pai, muito debilitado após o acidente com a cadeira de rodas e com o sentimento cada vez mais latente de que a finitude da vida está mais próxima. O pedido de perdão de José Inocêncio para João Pedro e o abraço que o coronel nunca havia dado antes no filho são alguns dos momentos mais aguardados pelo público.
A seguir, o autor Bruno Luperi comenta sobre o término de ‘Renascer’ e faz um balanço sobre o trabalho.
Entrevista com o autor Bruno Luperi
O que mais te emocionou ao longo do processo de escrever ‘Renascer’?
É difícil escolher um único momento que tenha me emocionado mais do que os outros. Foi um processo inteiro permeado de muitas emoções. Mas, eu diria que o pacto do José Inocêncio (Humberto Carrão) aos pés do Jequitibá foi um momento muito importante de se escrever. Ali, eu realizei que de fato aquilo estava acontecendo na minha vida. ‘Renascer’ é a primeira novela do meu avô (Benedito Ruy Barbosa) que eu tenho memória muito viva de acontecer. Foi uma novela de muitas descobertas para mim. Tinha cinco anos de idade no momento em que ele estava escrevendo aquela obra. Eu o vi escrevendo, produzindo e vi o impacto que ela causou no Brasil. Então eu comecei a ter uma dimensão do que era o ofício dele, da responsabilidade que ele tinha em mãos naquele momento, e de como aquilo afetava a vida de milhões de pessoas. Naquele momento, comecei a entender o que o meu avô fazia, o ofício de um dramaturgo. Quando eu sentei para escrever as primeiras cenas desta novela foi quando eu realizei que aquilo iria acontecer comigo também.
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Qual foi a sensação de escrever os últimos capítulos desta saga?
Essa última semana foi muito emocionante pela dificuldade de escrever porque foi quando talvez a responsabilidade tenha pesado com mais força sobre os meus ombros. Eu tinha o compromisso com a versão original, de chegar num final condizente e coerente com aquilo que foi proposto pela versão original com meu avô, trançando todas as tramas novas, costurando as adaptações que foram feitas ao longo do caminho, para tudo convergir neste momento. Isso tudo me deixou muito satisfeito com a amarração de todas as histórias, e a sensação de alívio e de dever cumprido.
O público comentou – e comemorou – a Mariana ser a responsável pela morte do Egídio, por exemplo, e as últimas sequências exibidas. Como foi a construção deste final inédito?
Não foi só o final da novela que foi inédito, pois ela quase como um todo, tem um teor de ineditismo. Então considero mais do que um remake, uma adaptação. Lógico que partindo do que foi ‘Renascer’, do que é a novela original, da proposta, da discussão temática, da natureza dos personagens, mas tentando sempre reinterpretá-los à luz do nosso tempo, com personagens reenvelopados para a atualidade. Algo muito diferente de ‘Pantanal’, por exemplo. É um trabalho muito grande manter o espírito de uma novela em uma nova roupagem, agradando ao público fiel da primeira versão e sendo coerente com as discussões do nosso tempo, uma medida delicada. E foi uma alegria muito grande conseguir costurar o final inteiro e chegar aonde a novela tinha de alcançar na história: o encontro e o abraço de José Inocêncio (Marcos Palmeira) com João Pedro (Juan Paiva), o momento em que aquele pai se redime com o seu filho, e então Maria Santa (Duda Santos) vem lhe buscar. Essa é a história que está sendo contada. Então esses últimos capítulos foram fruto de muito suor e muito esforço. Saio muito satisfeito com o resultado e mais feliz ainda em ver que o público também está curtindo tanto quanto todos nós essa jornada.
‘Renascer’ terá a exibição do último capítulo hoje à noite. Qual o balanço que você faz deste trabalho?
Mais do que satisfeito, saio realizado desse processo. Sinto que consegui prestar mais uma homenagem ao meu avô, esse gênio do gênero da teledramaturgia, que é Benedito Ruy Barbosa. Sinto que cumpri uma missão muito importante com esta adaptação de ‘Renascer’, e também saio muito satisfeito com a novela que nós criamos, com as adaptações que foram feitas, e com as homenagens que foram prestadas. É muito difícil trazer uma novela que se passa num cenário que sofreu tantas transformações ao longo desses 30 anos respeitando o que foi concebido lá atrás. Então, a versão que nos precede, e eu acho que nós todos fomos muito felizes nas decisões que tomamos. É uma novela muito bonita, rica em termos artísticos, em termos afetivos. Ao mesmo tempo em que ela encanta pelas inovações, pelas novas propostas, ela também homenageia e trata com muito respeito a versão que nos precede, a versão original, e o trabalho de todos que vieram antes de nós até chegarmos até aqui. Então é um balanço muito positivo, me sinto realizado e torço para que venham muitas outras histórias para serem contadas. Foi uma linda jornada. Se não fosse o carinho e o reconhecimento do público, nada disso teria valido a pena.