Uma figura quase mítica reaparecerá na cidade depois de três décadas. Trata-se de Rachid (Gabriel Sater/Almir Sater), o libanês que salvou a vida do jovem José Inocêncio (Humberto Carrão) quando ele teve o corpo despelado na primeira e mais impressionante tocaia que enfrentou na trama de ‘Renascer’. No capítulo que vai ao ar amanhã, dia 23, Rachid (Almir Sater) chega no bar de Norberto (Matheus Nachtergaele) em busca de abrigo. Conversa vai, conversa vem, e o dono da venda fica abismado ao descobrir que o libanês existe e que foi ele quem costurou a pele de José Inocêncio.
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Diante da informação, Norberto trata de promover o reencontro de Rachid e José Inocêncio (Marcos Palmeira) e leva o forasteiro até a fazenda Jequitibá-Rei. José Inocêncio e Rachid se abraçam, emocionados e surpresos por estarem juntos novamente. O fazendeiro, claro, faz questão de receber Rachid com toda a pompa e o apresenta para Inácia (Edvana Carvalho), Mariana (Theresa Fonseca) e José Augusto (Renan Monteiro), que escutam a história mais uma vez, agora contada pelo próprio libanês. Mas o primogênito expõe sua desconfiança sobre a façanha e leva um fora de José Inocêncio. Rachid aproveita a ida até a fazenda e sonda com Inácia sobre a família de Maria de Santa (Duda Santos), deixando-a desconfiada.
Abaixo, Almir Sater comenta sobre o trabalho em ‘Renascer’:
A sua parceria com a família Ruy Barbosa vem de longos anos com trabalhos em ‘Pantanal’, na original e no remake, ‘O Rei do Gado’ e atualmente em ‘Renascer’. O que levou você a aceitar mais esse trabalho e retomar a parceria com Bruno Luperi?
Quando eu ouvi falar sobre a possibilidade de um remake de ‘Renascer’ pela primeira vez eu ainda estava gravando ‘Pantanal’. Falei para o Bruno Luperi, autor, que eu lembrava que meus parentes árabes ficaram felizes com a referência ao Líbano na primeira versão da novela, e com a atuação do saudoso Luis Carlos Arutin como ‘Rachid’. Naquela época eu já me imaginava no personagem e gostava de imitá-lo. Quando foi confirmado que teria uma nova versão da novela, o Bruno me ligou e perguntou se eu gostaria de ‘brincar de Rachid’ de novo. Fiquei muito honrado com o convite, porque é um personagem importante e faz parte da nossa memória afetiva. Estou buscando dar o meu melhor e muito feliz com a oportunidade.
Rachid retorna à trama após 30 anos de paradeiro desconhecido. O que essa volta significa para história e de que forma ele será recebido pelos outros personagens?
O Rachid (Gabriel Sater) aparece logo no primeiro capítulo da novela e volta só depois de 30 anos. Porém, durante esse tempo, o personagem é lembrado e citado inúmeras vezes. Ele é uma figura importante na trajetória do José Inocêncio, por isso seu retorno legitima a história de seu despelamento. A partir do momento que ele volta, suas vidas vão se entrelaçando e, aos poucos, a novela vai apresentar a história de vida dele. A chegada do Rachid é um momento de muita felicidade para todos, especialmente para José Inocêncio.
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Além da mudança de visual, você fez algum processo de preparação para viver o personagem?
Geralmente, quando assumimos um personagem, damos muita importância para o que o texto nos diz sobre ele. A partir daí, vamos imaginando e dando vida a essa pessoa. Rachid tem leveza, bom humor, inocência, vivacidade e um sotaque carregado. Então busquei olhar para trás, lembrar dos meus parentes e meus vizinhos, que também eram imigrantes, trazer para o personagem seus sotaques e costumes. Eu realmente estudei e me dediquei nesse ponto. Treinei a prosódia e minha esposa (Ana Paula) me ajudou muito.
E a questão da composição do sotaque libanês?
O sotaque é um detalhe muito importante porque você não vai usá-lo apenas por um momento e sim ao longo de toda a novela. É preciso estar atento porque ao relaxar um pouco ele pode sumir. É necessário estudar e ter atenção para evitar falhas.
Como foi a troca com o Gabriel, que interpretou o personagem na primeira fase de ‘Renascer’?
Gostei muito da participação do Gabriel. Foi um capítulo bem difícil, emblemático, que apresentava o início da trajetória daquele protagonista. E o Rachid composto por ele, chegou montado no burro, cantando em árabe, tocando alaúde e ele fez isso muito bem.
Você também irá tocar o alaúde em cena. Possuía familiaridade com o instrumento ou teve que aprender para a novela? Ele difere muito das violas tradicionais?
O personagem toca alaúde (instrumento de corda palhetada ou dedilhada formado por uma caixa de madeira em forma de meia pêra). É um presente que ele ganhou de seu pai. Eu não toco alaúde, mas tenho muita familiaridade com instrumentos de corda. Para gravar as cenas eu o afinei de uma forma que ele soasse melhor de acordo com a minha concepção. Estudei sobre esse instrumento escutando algumas músicas turcas também. Mas o Rachid aparecerá tocando apenas em momentos específicos, é algo bem pessoal.
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O que o público pode esperar de Rachid em ‘Renascer’?
Pode esperar um personagem divertido e muito diferente de tudo que eu já fiz. Eu me vejo no espelho caracterizado e levo um susto (risos). É quase irreconhecível. Mas é ótimo poder se dedicar ao lado de ator, sem vaidades. Eu conversei bastante com o Bruno Luperi sobre isso e achamos importante essa entrega de alma ao personagem. Tenho buscado fazer isso.