Saiba mais sobre ‘Segundo Sol‘, a nova novela das nove da Globo, que estreia nesta segunda-feira, dia 14.
Bahia, a terra da diversidade cultural, do sincretismo, das belezas naturais, da culinária de tempero forte e do famoso carnaval. Nesse lugar fascinante, de cores intensas, onde o sol brilha quase todo o ano, a próxima novela das nove vai mostrar que a cada novo dia você pode recomeçar, se reinventar, tornando-se o protagonista de sua própria caminhada.
Luzia (Giovanna Antonelli) viverá uma grande saga em busca de sua nova chance, de seu segundo sol. Mulher simples e batalhadora, ela terá a vida virada do avesso após se apaixonar por Beto Falcão (Emilio Dantas). No decorrer da trama, Luzia percorre uma longa jornada para reescrever sua história e reunir a família, despedaçada por uma série de armações de Karola (Deborah Secco), namorada de Beto, e Laureta (Adriana Esteves), figura poderosa da cena noturna de Salvador. “A novela é um drama familiar, a luta dessa mulher para recompor sua família e sua vida. A grande força dessa história são os laços familiares e a chance que todos nós merecemos de começar de novo”, pontua o autor João Emanuel Carneiro.
Em ‘Segundo Sol’, as tramas são temperadas com todos os ingredientes que fazem da Bahia um lugar único. “É uma novela densa, emotiva, mas ao mesmo tempo solar, sensual, divertida”, explica o diretor artístico e geral da novela Dennis Carvalho, que garante uma história com música e humor.
Salvador, 1999. Quando o primeiro sol se põe
No histórico bairro de Santo Antônio Além do Carmo, vive a família Falcão. Beto (Emilio Dantas), um dos quatro filhos de Dodô (José de Abreu) e Naná (Arlete Salles), fez fama como cantor de axé, mas há cerca de três anos experimenta o gosto amargo do ostracismo. Seu grande hit ‘Axé Pelô’ agora concentra poucos foliões em torno do trio elétrico, já em péssimo estado, em que ele se apresenta no carnaval. Beto está em crise existencial por conta do fracasso. A namorada arrivista, Karola (Deborah Secco), se mostra impaciente com a falta de perspectiva na carreira do cantor, e o relacionamento entre os dois estremece.
Beto ainda precisa lidar com as dívidas contraídas por Remy (Vladimir Brichta), o irmão “ovelha negra”, administrador de sua carreira. Os Falcão tiram o sustento do bar de caranguejo que fica no mesmo imóvel onde moram, mas correm o risco de perder a casa devido a um empréstimo realizado para a construção do estúdio musical do cantor. Para ajudar a pagar parte das dívidas, Beto aceita fazer uma apresentação em Aracaju, quando algo surpreendente acontece. O cantor perde o voo, o avião em que iria embarcar cai no mar e ele é dado como morto. Surge de imediato uma inesperada comoção nacional, elevando Beto à categoria de mito, o que atrai a cobiça de Karola e Remy. Sem que ninguém saiba, os dois mantêm um caso e percebem que a situação pode render muito dinheiro. Em poucos minutos, o telefone do empresário começa a tocar sem parar com propostas de todos os tipos envolvendo a imagem do cantor “falecido” precocemente.
Sozinho na casa em que mora, arrasado por perder o voo, Beto estranha a aglomeração de pessoas do lado de fora. Pouco depois, se depara com a entrada de Karola e Remy, que quase caem duros quando veem o cantor são e salvo. Beto é convencido pela dupla de interesseiros a não se revelar e passar um período na fictícia ilha de Boiporã, paraíso com poucos habitantes, próximo a Salvador, para onde ele dizia que queria se mudar e levar uma vida simples quando a carreira fracassou. Karola e Remy garantem a Beto que em pouco tempo conseguirão recuperar o dinheiro para manter a casa da família e prometem explicar o plano a Dodô, Naná e aos irmãos Clóvis (Luis Lobianco) e Ionan (Armando Babaioff), mas não cumprem o combinado. Remy tem certeza de que a família não aceitaria a farsa.
Nasce o amor de Luzia e Beto
É neste momento conturbado da vida de Beto (Emilio Dantas) que ele conhece Luzia (Giovanna Antonelli), uma mulher simples, mas muito atraente. Abandonada pelo marido, ela cria sozinha um casal de filhos pequenos e ganha a vida catando mariscos na ilha de Boiporã. O cantor aluga a casa da irmã de Luzia, Cacau (Fabíula Nascimento), que se mudou para Salvador em busca de uma vida melhor. A afinidade com a vizinha é imediata. Beto também se encanta por Ícaro (Thales Miranda/Chay Suede) e Manuela (Rafaela Brasil/Luisa Arraes), que logo enxergam no forasteiro um pai.
Repletos de afinidades – assim como Beto, Luzia tem talento para a música –, os dois se apaixonam e fazem planos de casamento, sem que ela saiba a verdadeira identidade do cantor, agora Miguel. Mas logo a felicidade do casal é interrompida com a chegada de Karola (Deborah Secco) à ilha. Ela se aproxima de Luzia e mente que está grávida só para separar os dois. A marisqueira, em um primeiro momento, desconfia, mas depois, confirmando que realmente está grávida do homem que tanto ama, resolve se afastar de Beto.
Assustado, o cantor aceita que Karola fique em sua casa por um período e não se conforma com o afastamento de Luzia, que recebe o apoio do amigo gringo, Groa (André Dias). Ele é dono de um bar em Boiporã, onde Luzia canta sem pretensões artísticas, e segura a onda dela nesse momento tão difícil.
Enquanto isso, Karola volta a Salvador para anunciar a todos que está esperando um filho do cantor. Laureta (Adriana Esteves) fareja algo estranho – ela sabe que Karola tem dificuldade para engravidar. Laureta e Karola têm uma relação forte, mas longe de ser uma amizade verdadeira. A empresária é uma poderosa “promoter” de eventos, profissão de fachada, porque, na verdade, ela agencia moças e rapazes para programas com uma clientela selecionada.
Laureta decide ir atrás de Karola em Boiporã e descobre que Beto está vivo. Chantageia a “amiga” para manter o segredo escondido, oferecendo ajuda em troca de dinheiro. A partir daí, Laureta será a grande mentora de Karola nos planos para afastar Beto de Luzia.
É Laureta quem encontra o marido desaparecido da marisqueira, Edilei (Paulo Borges), e o traz de volta ao convívio da família. Tudo como parte dos planos para separar o casal.
Arrasado com a notícia da volta do marido de seu grande amor, e depois de saber que ela está grávida e acreditando que o filho não é seu, Beto pede a Luzia para conversarem. Eles precisam se acertar, afinal se amam. Os dois marcam no mirante onde fizeram amor pela primeira vez. Mas uma grande tragédia acontece. Edilei chega, depois de ser avisado do encontro por Karola, e, cheio de ódio, agride Beto, que cai desacordado. Para defender seu amor, Luzia empurra o marido para longe, mas ele despenca do mirante.
Uma série de acontecimentos posteriores, orquestrados por Karola e Laureta, fazem com que a marisqueira pareça culpada pela morte de Edilei e acredite que Beto não sobreviveu à pancada na cabeça. Fingindo ajudar Luzia, que fica sem chão, Karola a leva para se esconder da polícia na afastada casa da curandeira Januária (Zeca de Abreu), amiga da marisqueira, com planos de roubar o herdeiro de Beto logo após o nascimento.
Depois do parto, Luzia recebe a notícia de que seu bebê nasceu morto e continua sem desconfiar das más intenções de Karola. Alguns dias se passam e ela é surpreendida com a chegada de Groa, alertando que a polícia está no seu encalço por conta de uma denúncia de Laureta. Neste momento, ela percebe que foi vítima de uma armadilha e toma uma atitude contra Karola, que faz com que sua situação se complique ainda mais. Condenada a quase 30 anos de prisão, Luzia consegue fugir da cadeia e não enxerga outra saída a não ser aceitar a proposta de Groa para morar na Europa, sendo obrigada a abandonar seus filhos.
O segredo que consome a família Falcão
O casal Dodô (José de Abreu) e Naná (Arlete Salles) e seus quatro filhos formam uma família unida e amorosa, mas sempre às voltas com algum conflito. Naná é daquele tipo de mãe que quer todos embaixo de suas asas e prefere não enxergar os pontos negativos na personalidade de seus herdeiros. Já Dodô sabe bem distinguir as virtudes e defeitos de cada um e tentou, em vão, ao longo dos anos, endireitar o caráter de Remy (Vladimir Brichta).
O patriarca é mulherengo, mas ótimo marido e pai de família, além de muito trabalhador. Com exceção de Remy, que tenta se aproveitar do talento de Beto (Emilio Dantas), todos se orgulham de ter um cantor na família.
Caçula dos Falcão, o atrapalhado Clóvis (Luis Lobianco) quer seguir os passos de Beto e acredita que também leva jeito para cantar axé, mas não tem talento algum. Ingênuo e até um pouco infantil, Clóvis nunca se deu bem com as mulheres, até que se apaixona por Gorete (Thalita Carauta) e consegue conquistá-la. Com a moça, tão singular quanto ele, forma um casal inusitado e divertido. Já Ionan (Armando Babaioff) destoa dos irmãos: é certinho e estuda para ser policial. Está sempre disposto a ajudar os outros e não vai demorar para formar a própria família. Se casa com Doralice (Roberta Rodrigues) e tem dois filhos, Junia (Tarsila Lima) e Doni (Ícaro Zulu).
A família Falcão sabe que tem problemas, como qualquer outra família, mas agora percebe que está numa grande enrascada. Eles descobrem a farsa que Remy decidiu criar em torno da morte de Beto, e, apesar de precisarem muito do dinheiro para saldar as dívidas, têm consciência de que sustentar essa mentira não é certo. Dodô fica inconformado e ameaça colocar logo a boca no trombone.
Mas antes de tomarem qualquer decisão, Dodô (José de Abreu), Naná (Arlete Salles), Clóvis (Luis Lobianco) e Ionan (Armando Babaioff) vão atrás de Beto em Boiporã, loucos para revê-lo, e tomam um grande susto: o cantor entrou em coma em decorrência da pancada na cabeça.
O sofrimento toma conta de todos ao verem o estado de Beto no hospital. Mal descobriram que ele está vivo e agora podem perdê-lo de verdade. Diante da família, Karola (Deborah Secco) finge mais dor do que de fato sente. No íntimo, ela está realmente sofrendo – do seu jeito, Karola gosta de Beto. O grupo se penaliza com o desespero que ela demonstra, menos Dodô, que nunca acreditou nas boas intenções da moça e desconfia da gravidez.
Meses se passam e o cantor continua em coma. Karola, que usava uma barriga falsa, surge no momento certo com o bebê de Luzia no colo e apresenta à família o pequeno Valentim (Danilo Mesquita). Beto volta do coma e se lembra de tudo. Quer procurar Luzia (Giovanna Antonelli), mas, depois de saber do sumiço de seu amor, acaba sendo convencido a oficializar a união com Karola, para ficar perto do filho. Apesar da insistência de Dodô em revelar que Beto está vivo, a família acredita que o melhor a fazer é manter a farsa, decisão que vai pesar cada vez mais na consciência de todos com o passar dos anos.
O destino dos filhos de Luzia
Pouco tempo depois que chegou a Salvador, Cacau (Fabíula Nascimento) conseguiu trabalho como empregada doméstica na mansão da família de Severo Athayde (Odilon Wagner), um milionário do ramo da construção civil. A jovem nunca quis se casar e ter filhos. Seu objetivo é vencer na vida por meio do esforço próprio. Mas o destino prega suas peças e Cacau recebe a notícia de que terá de cuidar dos sobrinhos por tempo indeterminado. Ela se preocupa em como dará conta de criar duas crianças com pouco dinheiro, e como isso pode afetar seus sonhos. Mas recebe a missão com muito amor e dedicação.
Na família Athayde, Karen (Maria Luisa Mendonça), esposa de Edgar (Caco Ciocler), filho de Severo e Claudine (Cassia Kis), há tempos tenta engravidar, sem sucesso. Com o incentivo de Claudine, pessoa amável e contemporizadora, Edgar convence a esposa a adotar Manuela (Rafaela Brasil/Luisa Arraes), filha de Luzia, por quem todos se afeiçoam. É uma forma de unir o desejo de aumentar a família e prestar ajuda a Cacau. Com essa decisão, Ícaro (Thales Miranda/Chay Suede) ficaria dormindo com a tia na ala dos empregados.
Esse seria o acordado, não fosse o segredo da relação amorosa entre Cacau e Edgar vir à tona. Cacau acaba expulsa da casa e as crianças são criadas separadas. Os irmãos sentem a distância um do outro, e Luzia, que assina o processo de adoção de Manu enquanto ainda está na prisão, diz que nunca vai perdoar a irmã por ter separado seus filhos.
A revolta de Roberval
Motorista da família de Severo Athayde (Odilon Wagner), Roberval (Fabrício Boliveira) também se encanta por Cacau (Fabíula Nascimento). Ela aceita namorá-lo, atraída pela beleza e o jeito cortês do colega de trabalho, mas não resiste à cultura e ao refinamento de Edgar (Caco Ciocler), o que acaba revoltando o motorista. Num ímpeto de raiva, ele conta sobre o envolvimento entre empregada e patrão, após descobrir um grande segredo escondido a sete chaves por sua mãe Zefa (Claudia Di Moura) e o casal Severo e Claudine (Cassia Kis): ele é filho de Severo com Zefa.
Roberval não se conforma por ter passado a vida sendo tratado como empregado enquanto na verdade é filho legítimo do patriarca. Severo é um homem bom, inteligente e carismático, mas pode também ser preconceituoso e desumano. Ele não assume a paternidade de Roberval, que decide ir embora.
O motorista quer que a mãe o acompanhe, mas ela escolhe continuar servindo a família, o que decepciona profundamente Roberval, que jura para si próprio que irá se vingar de todos, inclusive da própria mãe, a quem sempre foi muito apegado.
Antes de partir da mansão, Roberval propõe casamento a Cacau. Promete que será um pai para seus sobrinhos e crescerá na vida. Mas a moça, embora goste muito dele, nega o pedido.
Roberval passa a trabalhar como operário em uma construção de luxo e lá conhece Laureta (Adriana Esteves), que o ajuda a conseguir um bom dinheiro para recomeçar a vida fora do Brasil. A ele fica apenas uma certeza: um dia vai voltar para se vingar de todos que o fizeram sofrer.
Quando o segundo sol chegar…
Quase duas décadas depois, Luzia está morando na Islândia e se tornou Ariella, uma DJ de sucesso. Ela se corresponde com Manuela (Luisa Arraes), que é fã do trabalho da DJ, pela internet, sem que a jovem saiba que a artista se trata de ninguém menos que sua mãe desaparecida. Manu rejeita a lembrança de Luzia e é uma jovem infeliz, apesar da personalidade forte.
Depois que Karen (Maria Luisa Mendonça) conseguiu engravidar e teve Rochelle (Giovanna Lancellotti), ela se sentiu excluída da família Athayde. Edgar (Caco Ciocler) sempre foi um pai amoroso e presente, mas não o suficiente para preencher o buraco no peito da filha. Mesmo com a revolta e os traumas que a ausência da mãe biológica causou, Manu é uma menina que sabe se impor e rebater as provocações da irmã. Jovem fútil e cruel, Rochelle vive tentando prejudicar Manu de todas as formas. Ela chega a dar em cima do namorado boa praça dela, Acácio (Danilo Ferreira), mesmo sendo comprometida com o encrenqueiro Narciso (Osmar Silveira). Ícaro (Chay Suede) também se torna um jovem problemático por conta de toda a dor que viveu a partir do sumiço da mãe. Ele não obedece e nem dá satisfações a Cacau (Fabíula Nascimento). Tem brigas feias com a tia, que já não suporta seu comportamento revoltado. Mas o rapaz também cultiva um lado meigo. É amoroso e protetor com a irmã Manu e vai se apaixonar perdidamente por Rosa (Leticia Colin).
Sabendo da situação dos filhos, Luzia decide voltar ao Brasil para se reaproximar deles, arriscando ser presa. Com visual irreconhecível, Luzia faz shows em Salvador como Ariella e desenvolve uma bela amizade com Manu, que passa a trabalhar como sua assistente de palco. Ela monitora Ícaro através da filha, muito próxima do irmão apesar do afastamento na infância. E com o tempo, perdoa a irmã, Cacau, por ter separado seus filhos, prometendo para si mesma que irá ajudá-los a mudar de vida. Seu objetivo é reunir novamente sua família.
Já Beto (Emilio Dantas) continua mantendo a farsa de sua morte e vive cercado de luxo, mas anda muito incomodado com os rumos que a vida tomou. Enquanto não consegue sair da cilada em que se meteu, ele acaba o longo casamento com Karola (Deborah Secco) e, assim que fica sabendo da volta de Luzia, decide lutar para reencontrá-la. Karola, claro, não vai deixar barato.
Roberval (Fabrício Boliveira) volta da África, onde passou todos esses anos sem manter contato com a mãe. Com o passar do tempo, reuniu uma grande fortuna, aprendeu a ter gostos caros e a se vestir com uma elegância impecável. Ele procura Cacau, que agora é uma mulher bem-sucedida, dona de um renomado restaurante. Os dois retomam o antigo relacionamento em clima de conto de fadas, e, dessa vez, ela se envolve para valer, mesmo desconfiando de que tem algo estranho nesse homem que quer colocar o mundo a seus pés.
Os jovens do casarão ocupado
Valentim (Danilo Mesquita), o filho de Luzia (Giovanna Antonelli) e Beto (Emilio Dantas), se tornou um belo jovem, íntegro e muito ligado ao homem que o criou, sem imaginar que foi enganado por toda a família. Na história contada a Valentim, Miguel é um primo de Beto Falcão, por isso os dois são tão parecidos. A preocupação da família ao decidir pela mentira era que Valentim desse com a língua nos dentes e depois que ele cresceu ninguém teve coragem de dizer a verdade.
Com Karola (Deborah Secco), o rapaz nunca se deu muito bem, mesmo sem desconfiar de que ela não é sua mãe biológica. Valentim discorda da maneira com que Karola conduz as ações que envolvem o legado de Beto, sempre visando conseguir dinheiro a qualquer custo. Já a vilã é louca pelo filho que roubou de Luzia e lhe enche de mimos e carinhos.
Por conta das divergências com Karola, Valentim resolve se mudar para um casarão ocupado, onde vivem diversos jovens num esquema de comunidade. Ali não entra dinheiro, apenas troca de mercadorias e serviços, e todos têm suas tarefas definidas. É lá que Valentim se encanta por Rosa (Leticia Colin), namorada de Ícaro (Chay Suede). Rosa pertence à humilde família Câmara, ela é filha de Agenor (Roberto Bonfim) e Nice (Kelzy Ecard), e irmã de Maura (Nanda Costa). A família sempre viveu com dificuldade e Rosa se queixa de não ter recebido incentivo para estudar, ao contrário de Maura, que teve apoio financeiro para se tornar policial.
No casarão, Acácio (Danilo Ferreira), o namorado de Manu (Luisa Arraes), é o líder informal do grupo. Exímio capoeirista, está sempre de bom humor e disposto a ajudar a todos. Os jovens criam juntos um filho “coletivo”, o menino Tupã (Ygor Rodrigues), formando uma grande e inusitada família.
Luzia rumo ao seu segundo sol
Os shows de Ariella/Luzia (Giovanna Antonelli) atraem os jovens do casarão e num deles Valentim (Danilo Mesquita) acaba conhecendo a DJ nos bastidores. Assim como o pai Beto Falcão (Emilio Dantas), o rapaz tem talento para a música, e, ao trocar ideias sobre o tema com Ariella/Luzia, desenvolve com a artista uma sintonia mútua, que só a força dos laços da maternidade pode explicar. O destino une mãe e filho e também Valentim e Ícaro (Chay Suede), os irmãos que vão disputar o amor de Rosa (Leticia Colin).
Enquanto se reaproxima de Ícaro e Manu (Luisa Arraes), Luzia vai viver uma emocionante trajetória até descobrir que seu bebê que achava que tivesse nascido morto é Valentim, o rapaz encantador a quem já se afeiçoou, e que Miguel, o grande amor que não conseguiu esquecer, é o astro Beto Falcão, mais vivo do que nunca.
A viagem para a Bahia: Imersão cheia de axé e dendê
Foi um mês inteiro convivendo com tudo o que a Bahia reúne de mais especial. Equipe e elenco de ‘Segundo Sol’ iniciaram a temporada de gravações em solo baiano pelo sul do estado, no início de março. As primeiras cenas foram registradas no centro histórico de Porto Seguro, próximo ao Marco do Descobrimento, local da chegada dos portugueses em terras brasileiras. A região serviu de cenário para a fictícia Boiporã, onde vive a protagonista Luzia (Giovanna Antonelli) e o lugar escolhido pelo cantor de axé Beto Falcão (Emilio Dantas) para se refugiar após ser dado como morto. Logo depois, os trabalhos seguiram para Trancoso, em locações como a famosa Praia do Espelho, considerada uma das mais belas do país, e a fazenda de praia Ponta de Juacema, um lugar deslumbrante, debruçado sobre uma falésia. Nesse visual paradisíaco, Luzia e Beto se apaixonam e vivem intensos momentos de amor, que serão interrompidos com a chegada da vilã Karola (Deborah Secco), ex-namorada de Beto. Giovanna Antonelli não conhecia o sul da Bahia e ficou completamente encantada com o que vivenciou durante o trabalho na região. “Fiquei com vontade de me mudar para lá. As pessoas são muito carinhosas e cada paisagem é mais bonita que a outra. Levei a minha família para conhecer e quero muito voltar depois, de férias”, conta a atriz.
Em Rio da Barra, outra linda praia de Trancoso, onde também foram realizadas cenas da fictícia Boiporã, a equipe de cenografia construiu as casas de Luzia e de sua irmã Cacau (Fabíula Nascimento). As duas moradias são idênticas a outras duas construídas numa locação externa no Rio de Janeiro, onde foram gravadas as cenas de interior antes da viagem. Foi uma grande tarefa reproduzir as casas com todos os detalhes, utilizando a mesma técnica de construção. “Optamos pela taipa de mão, mais conhecida como pau a pique, que tem um acabamento bem rústico. Foi um desafio fazer quatro casas praticamente ao mesmo tempo, e muito gratificante ver o resultado final”, conta May Martins, que assina a cenografia da novela com Claudio Duque.
Na última semana de março, os trabalhos migraram para Salvador, onde a trama é ambientada. As gravações movimentaram diversos pontos da cidade e atraíram a curiosidade da população.
Em pleno domingo, os frequentadores da tradicional Feira de São Joaquim, localizada no bairro do Comércio, se depararam com Giovanna Antonelli, Emilio Dantas e André Dias durante a realização de cenas dentro e no entorno da feira. Outro local de gravação que atraiu o interesse de muita gente foi a igreja de São Francisco, no Pelourinho. A diretora-geral da novela Maria de Médicis, que comandou a maior parte dos trabalhos na Bahia, fez questão de gravar na Feira de São Joaquim e na Igreja de São Francisco por considerar os lugares realmente especiais. “A feira me fascina, é impressionante a variedade de produtos e a diversidade de culturas que existe ali. Já a igreja de São Francisco é de uma beleza singular, a primeira vez que entrei fiquei maravilhada”, explica.
Nos dias seguintes, as gravações percorreram a Praça Castro Alves, o bairro Santo Antônio Além do Carmo, o Forte da Capoeira, a praia do Porto da Barra, o Mercado Modelo e a Comunidade Solar do Unhão, localizada na Gamboa de Baixo, que oferece uma das vistas mais especiais para a Baía de Todos os Santos. “Encontramos as locações perfeitas para ambientar a nossa trama em Salvador. Fomos recebidos com muito carinho, alegria e respeito durante os doze dias que estivemos lá”, conta Maria de Médicis.
Com um dicionário de “baianês” sempre em mãos, Emilio Dantas fez uma verdadeira imersão nos hábitos e na cultura locais e conviveu bastante com o povo baiano. Destaque para as gravações em que Beto Falcão se apresenta em cima do trio elétrico, onde o ator interagiu com centenas de figurantes. “É impressionante a energia das pessoas. Estar na Bahia por tanto tempo foi essencial para compor o meu trabalho”, acredita o ator.
Para gravar ‘Segundo Sol’ na Bahia por tantos dias, foi necessário o transporte de equipamentos em quatro caminhões. Um caminhão maior, com 20 metros de altura, comportou materiais de cenografia, arte e figurino. Roupas e acessórios foram levados em 14 malas grandes. Ao todo, as gravações de ‘Segundo Sol’ na Bahia contaram com cerca de 200 profissionais, entre equipe e elenco, e mais de mil figurantes locais.
Cenografia e produção de arte: A tradução da Bahia contemporânea
A pesquisa ‘in loco’ foi fundamental para as equipes de cenografia e de produção de arte começarem a criar cenários e vivências de uma novela passada inteiramente na Bahia. Foram quatro viagens para Salvador e sul do estado antes do início das gravações, com o objetivo de observar tudo o que pudesse contribuir para criar uma ambientação moderna, preservando as características locais. “Decidimos por uma paleta de cores muito interessante, que não remete a uma Bahia colorida demais, mas também fugimos do conceito ‘clean’, porque aí não ficaria fiel. Usamos muitos tons, como verdes, castanhos, berinjela e cobre para mostrar uma Bahia cosmopolita, menos regional, que é como a observamos hoje”, explica a cenógrafa May Martins.
O grande desafio foi a construção da cidade cenográfica, que abriga, na maior parte, o histórico bairro de Santo Antônio Além do Carmo, onde mora a família Falcão. Para recriar a atmosfera desse lugar, a cenógrafa conta que optou pelos sobrados com fachadas estreitas e comprimento extenso, sempre terminando perto do mar. “Percebemos que essa arquitetura traria para a casa dos Falcão uma característica que é do bairro todo. Na parte de dentro do imóvel, colocamos bandeiras – aqueles vidros em cima das portas – para a luz passar, porque como os terrenos são estreitos e compridos, a luz vem do fundo, e assim temos luminosidade em todos os ambientes”, explica May.
No interior da casa da família, a divisão privilegia uma grande sala de estar, onde todos se reúnem para conversar ou ver TV, e uma cozinha maior, onde fazem a maioria das refeições. “São ambientes grandes e a família está quase sempre junta”, revela a cenógrafa. No Santo Antônio de ‘Segundo Sol’ a equipe reproduziu a famosa Cruz do Pascoal no tamanho original, com os mesmos azulejos portugueses seculares, mas quis mostrar a religiosidade local sem copiar exatamente o que existe em Salvador. “Fizemos um quarteirão sacro, com convento e igreja, porque achamos tudo isso muito baiano. Mas da nossa maneira, de um jeito que não existe lá”, explica May. A cidade cenográfica também terá lojas de artesanatos para turistas, de instrumentos musicais, e de roupas usadas nos terreiros de candomblé. “Isso tudo é muito presente na Bahia, não poderia faltar. Nas viagens percebi que essas roupas de candomblé são feitas de forma bem artesanal, quase exclusivas para quem compra. Me impressionou observar que na Bahia existe uma forma orgânica de transformar os objetos que é muito bacana”, enaltece a produtora de arte da novela Andrea Penafiel. A vocação noturna do bairro de Santo Antônio também estará presente com força em ‘Segundo Sol’. “De dia, o bairro tem uma cara e, à noite, outra. Cada dia da semana tem uma programação cultural; as mesas dos bares são colocadas ao lado de fora, reunindo bastante gente”, conta a cenógrafa.
Além do bairro de Santo Antônio Além do Carmo, a cidade cenográfica abriga o casarão ocupado onde vivem alguns jovens da trama. A inspiração veio das ocupações desse tipo no bairro Dois de Julho. “Visitamos alguns casarões e fomos às festas promovidas pelos moradores, para entender bem a forma como vivem. É impressionante como são organizados e estabelecem um rodízio de tarefas. Observamos que nos banheiros o box é separado, para que uma pessoa possa tomar banho sem impedir que alguém use o banheiro ao mesmo tempo, e os armários também são coletivos, divididos apenas entre femininos e masculinos”, revela May Martins. Por conta dessa dinâmica de vida em comunidade, o interior do casarão também foi erguido na cidade cenográfica, com três andares distribuídos de forma irregular na construção, que tem 13 metros de altura e 140 metros quadrados de área. “Assim todos podem estar em cena ao mesmo tempo. Foi a melhor forma de adequar o espaço ao que a dramaturgia pede”, analisa a cenógrafa.
Entre os cenários de estúdio, os que mais demandam atenção são a mansão da família de Severo (Odilon Wagner), a luxuosa casa de Laureta (Adriana Esteves) e a cobertura de Karola (Deborah Secco), que só aparece na segunda fase da trama. “Na mansão de Severo, montamos quase um museu com o que há de mais tradicional e representativo da aristocracia baiana. Tem um certo barroquismo na decoração e nos tecidos, muitos móveis antigos, luminárias e coleções de castiçais, é um clássico fácil de identificar”, explica May. Já a casa de Laureta revela uma ostentação moderna, com elementos contemporâneos como as cores preta e branca na decoração. Um tanto ‘over’, a personagem espalha pela casa diversos objetos de arte regional, como santos e patuás. “Tudo é de um tamanho fora do normal. Ela tem bom gosto, mas passa um pouco da conta”, diz a produtora de arte Andrea Penafiel. Na cobertura que Karola (Deborah Secco) vive com Beto (Emilio Dantas) e Valentim (Danilo Mesquita), o exagero é ainda mais evidente. “Karola é deslumbrada com a riqueza e por isso na casa dela tudo é luxuoso, o oposto daquela máxima de que menos é mais”, define a cenógrafa May Martins, sem esconder o orgulho do resultado final do trabalho.
Figurino e caracterização: baianidade cheia de estilo
Ao observar o visual dos baianos, a figurinista Helena Gastal e o caracterizador Fernando Torquatto perceberam o quanto eles têm autoestima e liberdade para se produzirem da maneira que desejam, mostrando sua verdadeira personalidade. Por isso, o figurino e a caracterização de cada personagem de ‘Segundo Sol’ se diferencia bastante um do outro, conferindo um estilo que traduz de forma bem particular o jeito de ser de cada um. Nas mulheres da trama, essa diferenciação é mais evidente. “Criamos visuais bem reais e interessantes, que trazem a força da mulher, a feminilidade. Cada personagem transita na sua vibração através do figurino e da caracterização”, explica Fernando Torquatto.
Na primeira fase, a equipe decidiu não ousar no visual da protagonista Luzia (Giovanna Antonelli), já que a personagem é uma marisqueira simples, que vive na beira da praia. Em compensação, para as cenas da segunda fase, que começa na segunda semana de exibição da novela, quando Luzia se torna a DJ Ariella, a dupla de profissionais pode deixar toda a imaginação fluir na composição. “Criei um figurino mais “street” para a personagem, porque ela é moderna, vem da Islândia, e também para aproximá-la do universo da filha, que se veste nesse estilo. Mesmo tanto tempo longe uma da outra, elas têm uma identificação que as une”, conta Helena Gastal, referindo-se a Manu, vivida por Luisa Arraes. Na caracterização, Fernando Torquatto optou por mudar radicalmente o cabelo da personagem, que passa do ondulado comprido em tom castanho para um cabelo descolorido, com pontas bem claras, na altura do ombro. “Aproveitamos a raiz natural da Giovanna e fizemos um degradê de tons, até chegar a um loiro bem branco nas pontas. A finalização do corte é mais bagunçada, para mostrar a vivência dela na Europa, e um estilo mais “cool”, que também tem a ver com o universo musical”, define Torquatto. A maquiagem da personagem também promete ser um diferencial. Ela estará sempre com os olhos pintados com lápis preto por dentro e uma máscara de cílios mais intensa. “Minha intenção é que a maquiagem seja uma marca da Ariella. Esse olho parece meio borrado, com uma pegada rock, e mostra o mistério em torno dela”, revela o caracterizador, que nas unhas optou por um esmalte de tom berinjela. Durante os shows, a personagem vai aparecer com parte do rosto pintado de preto, em linhas geométricas, como recurso para que ninguém a reconheça. “Os traços mais gráficos distraem a referência do rosto e ao mesmo tempo fica bonito”, defende Torquatto.
A aparência da vilã Karola (Deborah Secco) também vai mudar bastante da primeira para a segunda fase. Ela enriquece durante os anos que vive com Beto Falcão (Emilio Dantas) e passa a usar roupas e acessórios que denotam a sua condição de vida. “No começo da trama, optamos por um figurino que valoriza o corpo lindo que ela tem, e depois as peças também são sexy, mas sofisticadas”, conta Helena Gastal. Já a maquiagem é mais sutil, predominando tons rosados e claros. “Acho que quem olhar para a Karola não pode perceber suas reais intenções, e o visual ajuda nisso”, argumenta Torquatto. Em Laureta, personagem de Adriana Esteves, as tintas são mais fortes, já que fica mais claro para o espectador os objetivos dela. “Trouxemos para a Laureta um estilo atraente, com muito frescor, dentro do universo cosmopolita baiano. Ela usa uma maquiagem mais sofisticada nos olhos, em tons de marrom com cintilante, e os cílios em destaque para dar um olhar mais poderoso”, define o caracterizador. Ao se vestir, Laureta gosta de cor forte nas roupas e acessórios maiores. “Percebi que os baianos se enfeitam muito, ela vai representar bem essa característica”, conta a figurinista Helena Gastal.
Entre as personagens mais jovens, o visual de Rochelle (Giovanna Lancellotti) promete se destacar como o mais moderno, combinando com o perfil “digital influencer” da moça. “O cabelo dela tem uma franja comprida, um repicado longo e cheio que é uma grande tendência. O tom é marrom chocolate, a cor de cabelo que está mais na moda na Europa. Na maquiagem, estou usando o violeta que é a cor desse ano”, enaltece Torquatto, que também destaca o cabelo curto de Maura (Nanda Costa) como uma das principais tendências que irá revelar na trama. “Escolhemos o corte “shaggy”, feito em camadas com o fio desconexo, para aliar a praticidade dela na vida de policial com o lado feminino”, explica.
Para os homens, a equipe escolheu um visual mais tradicional, variando de acordo com o estilo de vida de cada um. Na segunda fase, Beto Falcão está rico e isso fica claro no corte de cabelo e nas roupas, mas sempre com um tom mais despojado. “Ele tem alma de músico, não combinaria um estilo arrumadinho. Ele usa muita camisa de linho e camisetas de malha, mas com menos cor que no início da trama, onde apostamos bastante em roupas com a técnica de tingimento “tie dye”, que deixa os tecidos manchados e confere um ar mais hippie”, explica Helena Gastal. Enquanto Beto ainda vive a carreira de cantor, ele aparece usando dreads no cabelo e barba. Quando vai se esconder na fictícia Boiporã, está de cara limpa e cabelo curto. Passados 18 anos, ele vai ostentar alguns fios branco nos cabelos, que estarão um pouco mais desalinhados. “A Karola tem um visual muito gráfico, então optamos por deixar o Beto com um pouco mais de desalinho”, ressalta Torquatto.
O personagem masculino de visual mais clássico é Edgar (Caco Ciocler), que usa muita camisa polo e de tecido e não muda o estilo com o passar dos anos. O cabelo é curtinho, arrumado. Já Roberval (Fabrício Boliveira), que começa a trama como motorista usando uniforme e tranças no cabelo, volta milionário vestindo ternos que prometem se destacar. “Os ternos são de modelagem “fit”, a última moda. Ele tem de diversos tons. É o personagem mais sofisticado”, revela Helena Gastal.
Entre os rapazes, o figurino de Ícaro (Chay Suede) evidencia seu lado rebelde. “Ele usa a calça com cueca aparecendo, camisa regata, uma coisa bem streetmesmo”, conta Helena. Valentim (Danilo Mesquita) segue a linha chique e despojada do pai, Beto Falcão.
Um tipo que se destoa de todos pela originalidade é o islandês Groa (André Dias), que usa roupas mais coloridas, com estampas, acessórios, como pulseiras e anéis, e cabelo comprido e barba. Para compor o personagem, Helena e Torquatto pesquisaram bastante. “Observamos as pessoas que transitam no universo sensorial, espiritual, aquelas pessoas que tem uma “vibe” hippie eterna. Ele é um cara com essa energia, ao mesmo tempo que é real, é um pouco etéreo. É daquelas pessoas que todos param para ouvir o que tem a dizer. Parece um profeta”, analisa Torquatto.
De João Emanuel Carneiro, a próxima novela das nove, ‘Segundo Sol’, estreia dia 14 de maio. A trama é escrita por João Emanuel Carneiro e Márcia Prates, com colaboração de Fábio Mendes, Eliane Garcia e Lilian Garcia. A direção artística e geral é de Dennis Carvalho, com direção geral de Maria de Médicis e direção de Cristiano Marques, Marcelo Zambelli, Noa Bressane e Ricardo Spencer.
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