A Globo aposta todas as suas fichas no sucesso de Garota do Momento, novela que substitui No Rancho Fundo a partir de 4 de novembro. A novela escrita por Alessandra Poggi é um típico romance de época, situado na década de 1950.
Na sequência, virá Êta Mundo Bom! 2, de Walcyr Carrasco, outra história que se passa numa outra época. Em seguida, está bem cotada uma história escrita por Duca Rachid, Julio Fischer e Elísio Lopes Jr., autores de Amor Perfeito (2023) – também de época.
Não se trata de coincidência. De acordo com a colunista Carla Bittencourt, do portal Leo Dias, a Globo pretende investir apenas em novelas de época na faixa das seis. O canal pretende evitar equívocos, como Elas por Elas (2023), e fazer apostas mais seguras.
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De antigamente
Segundo a colunista, o plano comercial produzido pela Globo das novelas Garota do Momento e Êta Mundo Bom! 2 traz dados que defendem a escolha por tramas de época na faixa das seis. O documento informa que 92,8% dos espectadores de novelas das seis gostam de tramas de época, e 82% concordam que esse tipo de folhetim combina com o horário.
“A nostalgia não deve ser vista apenas como um desejo saudosista de um tempo passado, mas sim como um elo entre o familiar e o novo. Um sentimento que atravessa gerações, unindo o que é conhecido com o que é inesperado. E é nesse equilíbrio entre familiaridade e surpresa que as boas histórias conseguem sobreviver ao teste do tempo”, diz o documento obtido pela colunista.
Ou seja, ao que tudo indica, deve demorar para que outra novela contemporânea ocupe a faixa das seis. Caso aconteça, deverá ser algo nos moldes de No Rancho Fundo, que se passa nos tempos atuais, mas possui um clima interiorano que lembra novelas de época.
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Overdose?
Vale lembrar que a Globo já fez essa aposta no passado. No início dos anos 2000, a emissora percebeu que novelas de época às seis davam mais audiência que as contemporâneas.
Tramas como Esplendor (2000), O Cravo e a Rosa (2000) e Chocolate com Pimenta (2003) alcançaram bons números, enquanto Sabor da Paixão (2002), Agora É que São Elas (2003) e Como uma Onda (2004) anotaram índices fracos. Por isso, o canal enfileirou uma série de novelas de época seguidas: Alma Gêmea (2005), Sinhá Moça (2006), O Profeta (2006), Eterna Magia (2007), Desejo Proibido (2007) e Ciranda de Pedra (2008).
Porém, a audiência foi caindo a cada nova novela. Na ocasião, o canal constatou que a fórmula de novelas de época estava desgastada e decidiu apostar na contemporânea e urbana Negócio da China (2008), que também não deu certo. A audiência só voltou a subir a partir de Paraíso (2009), trama contemporânea, mas interiorana.