Saiba mais sobre a nova trama das sete da Globo, ‘Vai na Fé‘, que estreia na próxima segunda-feira, dia 16 de janeiro.
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‘Confia, vai dar certo!’. ‘Vai na Fé’, conta histórias de pessoas que não esmorecem diante das dificuldades da vida, pois acreditam que, no final, tudo vai dar certo. Mesmo no ‘corre’ e nos perrengues do dia a dia, elas se cercam de esperança e coragem, na certeza de que o amanhã será melhor. Assim pensa Sol (Sheron Menezzes), protagonista desta trama criada e escrita por Rosane Svartman, com direção artística de Paulo Silvestrini. Mulher de fé, mãe, guerreira, moradora de Piedade, bairro tradicional da Zona Norte do Rio de Janeiro, vendedora de quentinhas no centro da cidade, Sol é como milhões de brasileiros que sonham, lutam e correm atrás.
‘Vai na Fé’ é uma história com temas contemporâneos, cheia de conflitos, humor e romance. “Busquei assuntos que estão presentes na sociedade e que sinto a necessidade de iluminar. Porque acredito que uma novela é sempre um grande diálogo com a sociedade. De análises de trabalhos anteriores, entendi que o público quer ver personagens mais próximos da realidade, com os quais ele se identifica, que erram, acertam, e que, às vezes, são também contraditórios”, conta a autora Rosane Svartman. A trama vai percorrer conflitos de diferentes gerações e camadas socioculturais, ambientada em uma Rio de Janeiro urbana, mas que, segundo o diretor Paulo Silvestrini, pode representar qualquer lugar do Brasil. “O ambiente é essa cidade plural e misturada, onde as diferentes culturas e identidades sociais se confrontam e convivem, adequando expectativas e revendo valores”, explica Paulo.
De sol a sol
Mesmo enfrentando dificuldades no dia a dia, a família de Sol (Sheron Menezzes) se cerca de esperança, empatia e garra para encarar a vida. A casa dessa família em Piedade é como a de muitos brasileiros. Lá convivem três gerações: a mãe Marlene (Elisa Lucinda), a filha Sol e o genro, Carlão (Che Moais), além das netas Jenifer (Bella Campos), de 18 anos, e Duda (Manu Estevão), de 12 anos. Essa família central na trama é unida pelo amor, o respeito e a fé. Aos domingos, eles vão juntos à igreja do bairro, onde Sol faz parte do coral. Foi lá que ela, jovem, conheceu Carlão. Ele se apaixonou por Sol assim que a viu pela primeira vez e a conquistou com sua generosidade, dedicação e amor. A caçula, Duda, é o xodó de Carlão. Pai e filha cultivam uma convivência próxima e afetuosa. Ela herdou dele o gosto pela luta e os dois dividem momentos juntos treinando boxe na garagem de casa. Enquanto isso, Jenifer, a primeira universitária dessa família multigeracional, é uma jovem estudiosa que sonha ser advogada. Sua entrada em uma faculdade de prestígio, com bolsa de estudos, é um orgulho para toda a família.
Junto com Bruna (Carla Cristina Cardoso), amiga de longa data, Sol bate o ponto no centro do Rio para vender as refeições que sua mãe, Marlene, prepara. Com o carro parado em uma vaga ‘cativa’, elas abrem o porta-malas recheado de quentinhas e com alegria e bom-humor anunciam para os clientes os pratos do dia no ritmo de paródias de músicas famosas.
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“Glamurosa, quentinha de frango, Poderosa, tempero radiante.”
Bruna e Sol são amigas desde a juventude, vizinhas em Piedade. Bruna conhece bem a amiga e está sempre ao seu lado. Teve a filha Kate (Clara Moneke), que cria sozinha, um pouco depois do nascimento de Jenifer. Com elas, o perrengue não é diferente, e Bruna se desdobra para sustentar a casa. Mas, ao contrário de Jenifer, Kate não se rende aos estudos e se aproxima de pessoas como Hugo (MC Cabelinho), um ex-namorado que escolheu entrar para o crime organizado.
Em um dia de trabalho no Centro, um cliente encomenda várias quentinhas para serem entregues em uma casa de show próxima. Sol é encarregada para a tarefa. Ao chegar lá, vê no palco Lui Lorenzo (José Loreto), cantor pop conhecido. Para a surpresa de Sol, Vitinho (Luis Lobianco), um amigo de longa data com quem perdeu contato, trabalha na produção do cantor. Na juventude, nos anos 2000, os dois, junto com Bruna, faziam sucesso nos bailes funks da Zona Norte do Rio de Janeiro, eram chamados o ‘Trio do Poder’.
Sol encontra Vitinho passando um sufoco e tendo que resolver um problemão. Ele teve de demitir Érika (Leticia Salles), backing vocal da banda, porque ela traiu a confiança de Lui passando informações para o perfil de fofoca de Anthony Verão (Orlando Caldeira). Diante da situação, Vitinho vê em Sol a solução de seus problemas e a convida pra substituir Érika.
Em casa, o convite cai como uma bomba. A família tem dificuldade em lidar com a novidade, mas com os pagamentos dos boletos atrasados, qual seria a opção? E eles sempre resolveram suas questões com diálogo e afeto, então, depois do choque, a expectativa de Sol é que tudo se acalme. Na igreja, o Pastor pondera que o que a move é um motivo nobre e que Sol saberá se manter íntegra. Determinada, Sol enfrenta as críticas e se apresenta com o grupo. O fato também é que ela se sente feliz no palco e logo faz sucesso com Lui & cia.
A reviravolta na vida de Sol faz com que ela reencontre Benjamin (Samuel de Assis), sua paixão na juventude, e Theo (Emilio Dantas), de quem guarda más lembranças. Os dois são amigos de infância da Zona Sul carioca e conheceram Sol no baile funk. Os caminhos deles se cruzam novamente quando o sucesso das apresentações de Sol ganha notoriedade nas redes sociais. Reviver esse passado traz consequências inimagináveis para Ben e Theo. Embora amigos de longa data, o tempo foi criando um abismo ético e moral entre os dois.
Theo é um empresário de sucesso que esconde negócios escusos. Na juventude, curtia sair das festas da elite carioca para frequentar bailes funk. Por essas andanças conheceu Orfeu (Jonathan Haagensen), hoje seu “sócio oculto” na empresa de importação e exportação, que traz mercadorias lícitas pagando menos imposto, mas ninguém sabe disso. Nem sua esposa, Clara (Regiane Alves). Insegura, ela leva uma vida cercada de futilidades, mas precisará amadurecer e encontrar forças para lidar com as dores do filho Rafa (Caio Manhente), um adolescente melancólico. Clara se sente perdida, impotente. O casamento com Théo está longe de ser uma relação bonita e saudável, e ela não percebe os danos que ele lhe causa. As relações frágeis dessa família vão justificar as consequências às quais estão predestinados.
Ben se casou com Lumiar (Carolina Dieckmann), uma colega da faculdade de Direito e advogada respeitada. Construíram uma vida profissional bem-sucedida, dividida entre o escritório de advocacia que Ben herdou do pai e o tribunal. Advogado criminalista, Ben sabe que o rapaz que foi na juventude mal reconheceria o homem que se tornou. Decidiram juntos não ter filhos, preferem viajar pelo mundo, o que é um lamento para os pais de Lumiar. Dora (Claudia Ohana) e Fábio (Zé Carlos Machado), alternativos e antíteses da filha, reclamam da falta que netos fazem em seu sítio de terapia holística em Lumiar, Região Serrana da cidade, o Refúgio Paz de Lumiar. Controladora, pragmática e metódica, Lumiar se sente completa com a relação que construiu com o marido, o trabalho no escritório de advocacia e as aulas que ministra.
Professora de Direito na faculdade, Lumiar fica próxima de Jenifer, a filha mais velha de Sol, que, da mesma forma que seus colegas de turma Yuri (Jean Paulo Campos) e Bella (Clara Serão), entrou na faculdade pelo sistema de cotas. Neste ambiente universitário de festas e também de embates, o trio forma uma rede de apoio e segurança para os conflitos que se fazem presentes no convívio com outros alunos, como Guiga (Mel Maia), Fred (Henrique Barreira) e Otavio (Gabriel Contente), de realidades completamente distintas das deles. São jovens que carregam os sonhos de um futuro melhor e mais justo, e lutam por isso, sem nunca perder a fé.
Perto da universidade, está o bar de Simas (Marcos Veras), reduto dos alunos. Foi lá que ele conheceu sua namorada, Bia (Flora Camolese), uma estudante da universidade que vai trabalhar no escritório de Ben e Lumiar. Simas completa o trio de amigos com Ben e Theo, mas a sintonia que tinham quando jovens já não parece mais a mesma.
O clã Lorenzo
A chegada de Sol (Sheron Menezzes) ao grupo mexe com Lui Lorenzo (José Loreto). Ele fica encantado. Vira e mexe ela precisa fugir das investidas do cantor, sob o olhar atento de sua mãe Wilma (Renata Sorrah), que não acredita quando ele diz que, dessa vez, é mais do que atração. A mãe conhece bem o filho que tem. É um homem bonito e sedutor, e ele sabe disso. Infalível em suas conquistas, desconhece o que é o amor pulando de caso em caso. Isso até encontrar Sol.
Wilma passou a cuidar da carreira do filho depois que os convites para atuar desapareceram. Da carreira de grande atriz de teatro, cinema e televisão ficaram o ressentimento e as lembranças, pois com a idade, ninguém procura Wilma para novos trabalhos. Volta e meia, cita alguma fala de uma personagem que interpretou ou de um autor que admira. Lui também já não está mais no seu auge, foi-se o tempo em que enchia uma casa de shows. Hoje, só se apresenta em pequenos teatros, mas ainda é Lui quem garante o sustento da mansão em que vivem. E que mansão! Ele cresceu à sombra de uma mãe intensa e exuberante e sem a presença do pai, Fábio (Zé Carlos Machado). A fama veio após a participação em um programa de calouros, levado pela babá. Wilma, que é uma mulher egoísta, vaidosa e sem filtro, que tenta ser chique em meio à cafonice ao seu redor, nunca admirou o artista que tem em casa.
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Além de Vitinho (Luis Lobianco), que também é compositor das músicas de Lui, o esquadrão do cantor é mesmo como o de um grande artista. A tiracolo estão a backing vocal Ivy (Azzy), o DJ Cidão (Alan Campos) e os seguranças Jairo (Lucas Oradovschi) e Naira (Tati Vilela). O núcleo promete tiradas de humor e descontração na trama. As músicas de Lui Lorenzo são composições originais, criadas para o personagem. A novela estreia apresentando ao público alguns dos hits da carreira de Lui, todas no estilo pop, e coreografias que fizeram sucesso na época áurea do cantor.
Passado e presente se fundem na produção de arte e cenografia
O processo de criação do conceito da produção de arte e cenografia de ‘Vai na Fé’ resultou em escolhas artísticas que trazem para a novela uma atmosfera vintage nas cores e ambientes. O passar do tempo, que tem papel importante na narrativa dos personagens, funcionou como grande fonte de inspiração. “O tempo, tão importante na história de ‘Vai na Fé’, nos inspirou em um conceito que reverencia e recicla o passado, assim como valoriza o presente, preservando o que ele tem de melhor. É uma estética lúdica e elegante, e ao mesmo tempo contemporânea e saudosista”, explica a produtora de arte Carolina Pierazzo. Tanto a paleta de cores, quanto os objetos de cena se baseiam nas cores “setentistas” que, segundo Carolina, são as cores marrom, bege, vinho, laranja, mostarda e vermelho, que levarão o espectador para o imaginário da memória, das antigas paixões e das novas conquistas”. Junto disso, misturamos em escala menor pitadas de uma paleta mais fria, com tons de azuis, turquesa e roxo, que embalam cenários mais pops/coloridos, como a casa de Lui Lorenzo (José Loreto). Achamos que essa combinação é a mais interessante para uma novela atual, moderna e divertida”, revela Carolina.
“Coração da novela”, a casa de Sol (Sheron Menezzes), que na trama fica no bairro de Piedade, subúrbio do Rio, foi pensada nos mínimos detalhes. A decoração remete a um lar feliz, com muita vivência, forte presença dos pertences das mulheres da família – Sol, Marlene (Elisa Lucinda), Jennifer (Bella Campos) e Duda (Manu Estevão) – nos ambientes, como livros, cadernos, esmaltes e uma máquina de costura, e de Carlão (Che Moais), que tem uma diversidade de luvas de boxe. Entre os objetos de decoração, móveis antigos, que pertenceram a gerações anteriores da família, e relicários que guardam lembranças emocionantes, porta-retratos e bibelôs. Todo o instrumental de produção das quentinhas estará à mostra em diversas cenas, com a cozinha da casa sempre viva. “Tudo isso transforma o cenário em um verdadeiro lar, uma casa gostosa de entrar e estar, aconchegante, feliz”, completa a produtora de arte. A parte externa da casa em que vive a família de Sol fica na cidade cenográfica, com todas as características de uma casa antiga do subúrbio – pé direito alto e presença da arquitetura neoclássica.
Também na cidade cenográfica estão localizadas a casa de Bruna (Carla Cristina Cardoso) e Kate (Clara Moneke), e a igreja que a família de Sol e moradores do bairro frequentam. Em outro trecho da cidade, que representa a Zona Sul do Rio, ficam o bar do Simas (Marcos Veras), reduto dos estudantes, e a universidade ICAES, um dos cenários mais grandiosos da novela. É uma construção extensa e que simula um campus de universidade real. “Temos distâncias grandes entre os espaços, corredores, repetição de portas, uma escadaria grande, vegetação, espelho d’água, pilotis, tudo isso dentro de uma arquitetura modernista. Conseguimos dar uma amplitude ao cenário, com materiais reais, medidas reais, o que confere uma possibilidade para a direção e para os autores escreverem muitas cenas sem precisar sair dos Estúdios Globo, facilitando muito o dia a dia da produção”, explica a cenógrafa Anne Bourgeois.
Outro cenário que promete chamar atenção na novela é a mansão de Lui (José Loreto). O cantor vive com a mãe Wilma (Renata Sorrah) numa casa luxuosa, com arquitetura exterior clássica, e no interior uma série de objetos que combinam com sua personalidade excêntrica, como um iluminado bar na sala de estar, fotos enormes de Lui e da mãe nas paredes, e plantas exóticas. O ambiente também traz instrumentos musicais e de ginástica, equipamentos de DJ, discos de ouro/platina, álbuns antigos dos anos 2000, entre outros elementos. “A mansão de Lui Lorenzo tem inspirações na Gucci do Alessandro Michele, em casas contemporâneas icônicas de Milão, uma mistura dos estilos modernista e neoclássico. Também trouxemos o “setentismo” pop e boêmio para este ambiente, revisitando o passado elegante que nos interessa. O cenário foi desenhado para ser um ambiente divertido. Elementos contemporâneos ultramodernos se encontram com objetos de época divertidos e coloridos, em um ambiente quase monocromático nas paredes e profundidades”, explica Carolina Pierazzo. A cenógrafa Anne Bourgeois complementa. “As cadeiras na sala de jantar são um acontecimento, elas têm três pés, que são pés torneados. Parece um trono indígena, são peças com características de design, peças contemporâneas. E tem outras, como um móvel chinês preto todo de pedra, que também diz muito sobre a estética dessa casa. As peças são chiques, mas o conjunto da obra choca um pouco, porque temos muita informação icônica no mesmo ambiente”, conclui.
Em contraponto ao luxo de Lui e também das moradias de Lumiar (Carolina Dieckmann) e Ben (Samuel de Assis), e de Theo (Emilio Dantas) e Clara (Regiane Alves), casais bem-sucedidos na trama, está a simplicidade do Refúgio Paz de Lumiar, centro de terapias holísticas onde vive o casal Dora (Claudia Ohana) e Fábio (Zé Carlos Machado). Uma pousada em Lumiar, região serrana do Rio de Janeiro, serve de locação ao Refúgio, e criar a ambientação do local demandou um trabalho de bastante pesquisa para as equipes de arte e cenografia, tanto para as cenas externas quanto para as gravadas em estúdio. “O Refúgio Paz de Lumiar é um espaço colaborativo de cura pessoal e integração com a natureza, de medicinas alternativas e autoconhecimento. Visitamos alguns centros holísticos para entender melhor a filosofia dos espaços e a imersão nesses ambientes. O mais interessante nas imersões que fizemos para a pesquisa foi entender sobre o dia a dia real desses centros: as alquimias feitas através de plantas, ervas, frutos, raízes, o dia a dia de trabalho colaborativo entre todos que estão hospedados – nos interessamos por espaços onde a diária é paga com trabalho colaborativo – seja nas hortas, na cozinha, cortando lenha para as fogueiras e lareiras, ajudando na produção de aromaterapia, com cursos, palestras, massagens, etc. Trouxemos isso tudo para o nosso centro holístico de Lumiar e para ações de Dora e Fábio”, conta Carolina Pierazzo.
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Naturalismo e leveza na caracterização e no figurino
Como ‘Vai na Fé’ é uma novela urbana e contemporânea, a caracterização e o figurino buscam traduzir a realidade do dia a dia do Rio de Janeiro, mas sem deixar de mostrar a beleza dos personagens. A caracterizadora Lu Moraes conta que o objetivo é trazer ao elenco uma beleza natural, dentro da atmosfera solar da trama. “Eu busquei me inspirar nos próprios atores e personagens que eles já tinham feito, tentando não repetir o que já foi realizado. Busquei conhecer a vida real deles, como são na essência e trouxe uma versão do meu olhar, do que eu acho mais bonito para eles e mais real. E que, claro, conte a história da personalidade do personagem de cada um”. Para Sol (Sheron Menezzes) e Lumiar (Carolina Dieckmann), que têm personalidades bem distintas, foi pensada uma forma de equilibrar o visual de cada uma de forma que haja uma harmonia. “Ludicamente falando, uma é o sol e a outra é a lua. Uma aquece e a outra ilumina. Para a Sol busquei um cabelo longo que nunca tinha visto na Sheron, respeitando o cabelo afro, o tipo de curvatura, a circunferência, o tipo de cacho que ela tem. Busquei especialistas no mercado. Eu queria deixá-la iluminada, então, o cabelo longo é para que pareçam raios de sol, ele tem a base mais escura e vai ficando iluminado no comprimento e nas pontas. Ficou bem natural. Em alguns momentos a gente prende, dependendo se ela está na igreja, se está no palco, se está vendendo quentinha, fazemos penteados diversos em cima desse cabelo”, conta a caracterizadora. “Para Lumiar, eu quis mostrar a Carolina bem diferente dos últimos trabalhos, e como ela se entrega muito ao visual de suas personagens, eu pude ousar. Na maioria dos papeis anteriores ela tinha um cabelo mais praiano, quase sempre loiro, e agora ela é uma advogada e professora universitária, então combina um cabelo reto, curto, prático e mais escuro. Ela é uma mulher pragmática, que pensa muito no trabalho. É um cabelo na altura do ombro, que em alguns momentos está liso, em outros com um certo volume, mas naquele mesmo comprimento. Na maquiagem ela passa, no máximo, um blush, um rímel. A vaidade dela está em outro lugar e ela é naturalmente linda”, explica.
No visual dos homens, Lu Moraes optou por colocar barba na maioria, entre eles Ben (Samuel de Assis), Carlão (Che Moais) e Theo (Emilio Dantas). “A barba é uma tendência forte, uma marca dos anos 2020, 21 e 22. Quando eu vi que todos os homens da novela estavam barbados, fiz uma paleta de desenho de barba para não repetir a de nenhum personagem, nem cor, nem forma. Criei um tipo de barba em cada um”, explica. O cantor pop Lui Lorenzo (José Loreto), que também usa barba, é um personagem que amplia as possibilidades de criação, e a opção foi por um cabelo bem curto. “Eu tinha o desafio que era tirar o visual de ‘Pantanal’ do Zé Loreto, que acabou de sair da novela, e o Lui tem a dança, a água da piscina, então não ia funcionar um cabelo com topete esticado na escova estilo Elvis Presley, como pensei inicialmente. Decidi me inspirar no visual do cantor Maluma”, revela a caracterizadora. No núcleo de Lui, a ousadia também está no visual de Ivy (Azzy), Vitinho (Luis Lobianco) e Wilma (Renata Sorrah). “Esse é o núcleo mais lúdico da novela, eles são uma trupe. É o núcleo que realmente dá para criar mais, para envolver mistérios, trazer mais elementos de maquiagem, cor e caracterização no geral. Para a Ivy, como a Azzy em si já é um personagem, chegamos no tom rosa do cabelo. Na paleta de cores deste núcleo, a Wilma tem os cabelos ruivos e o Vitinho, loiro branco. Ficou uma paleta superequilibrada”, acredita.
Em tonal sintonia com a caracterização precisa estar o figurino dos personagens. A figurinista Sabrina Moreira também procura seguir ao máximo a realidade na composição das peças, mas pode brincar na hora de criar o figurino do grupo de Lui, que, durante os shows, é inspirado na proposta de cada apresentação. “Cada vez que tem um show a gente conceitua separadamente, para o primeiro foi conceituado um cenário de flores, então eu fiz para o Lui uma roupa preta, um visual meio toureiro, sem camisa embaixo e com muita aplicação. Botões dourados e uns bordados de flores vermelhas para acompanhar o cenário. Fiz uma pesquisa nos bordados da Dolce & Gabbana, que tem muita flor vermelha, muita pedra, cruz dourada e metal. Para o próximo show, já estou indo para um lado mais pop, com um figurino todo jeans com stretch”, conta Sabrina. O figurino de Wilma também promete ser um destaque na trama. “Como ela já foi atriz, isso está traduzido no figurino. A Wilma se veste de acordo com o humor dela no dia, com a situação que está vivendo. Tem dias que ela usa mais estampas, outros ela está mais rock and roll. É uma mulher multifacetada, e isso é um barato porque a gente vai montando um look a cada dia, de acordo com o mood da cena, não temos uma silhueta específica”.
Influenciadora digital e fashionista, a personagem de Mel Maia, Guiga, também permite um trabalho mais elaborado de composição do figurino. “Não quis distanciar tanto e tirar a personagem do universo dos alunos da faculdade, que usam um visual confortável e despojado, mas é claro que ela está um tom acima de todo mundo. Estamos usando alfaiataria, fui para um lado bem patricinha, com muita peça de grife, usando “candy colors”, tudo nesses tons quentes que estão super em alta. Ela tem bastante frescor, eu olhei muito a Chiara Ferragni, que é uma blogueira italiana, a minha primeira inspiração para a Guiga foi a Chiara, e daí parti para as alfaiatarias e calças wide leg que ela usa bastante, além de saia clochard”, descreve Sabrina.
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Criada e escrita por Rosane Svartman, com direção artística de Paulo Silvestrini, ‘Vai na Fé‘ tem direção geral de Cristiano Marques e a direção é de Isabella Teixeira, Juh Almeida, Augusto Lana e Matheus Senra. A obra é escrita com Mário Viana, Pedro Alvarenga, Renata Corrêa, Renata Sofia, Sabrina Rosa e Fabricio Santiago, e a pesquisa é de Paula Teixeira. A produção é de Mariana Pinheiro e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim.