Débora Bloch está pronta pra viver a sua Odete Roitman na nova ‘Vale Tudo’, que estreia na TV Globo no dia 31 de março no horário nobre da Globo. Porem, a personagem vai aparecer na trama apenas no capítulo 24. Criada por Gilberto Braga, Leonor Bassères e Aguinaldo Silva em 1988 e agora reescrita por Manuela Dias, Odete, diz Débora, continua “preconceituosa” e “classista”.
Nesta terça-feira (11), no bate-papo virtual com parte do elenco da novela, no qual o Área Vip esteve presente, a atriz contou que não quis assistir muito para criar a sua própria Odete Roitman, papel que foi eternizado por Beatriz Segall. “Para cada um, é uma experiência diferente. Eu vi a novela um pouco, não via todo dia, eu comecei a rever, mas achei que não estava me ajudando muito. Decidi me concentrar no texto, e contar a minha Odete, a minha maneira de fazer e viver essa personagem. Sempre que se remonta um clássico, os atores e o diretor vão dar a sua leitura, cada um vai acrescentar o seu repertório”, acredita.
Paulo Silvestrini sobre a nova Vale Tudo: “A essência da obra está preservada”
Para a atriz, Odete Roitman é um retrato de uma classe brasileira muito atual, apesar de estarmos no século 21. “A Odete é uma puta personagem, ela é um retrato de uma classe brasileira que despreza o Brasil ao mesmo tempo em que se beneficia e suga suas riquezas. E é muito atual, infelizmente. O Brasil mudou muito, mas estamos vendo uma volta no mundo de um pensamento conservador, preconceituoso, retrógrado… Caminhamos tanto nas questões humanistas, não imaginei que fôssemos assistir de novo essa ode a ideias conservadoras, ultrapassadas e fascistas. É como se a História estivesse se repetindo, e a Odete representa esse pensamento. É um pensamento atual, então estou tentando fazer a Odete dos dias de hoje”, analisou.
Taís Araújo pede uma vilã e ganha uma heroína em Vale Tudo
A atriz foi questionada ainda sobre como Odete aceitará o fato de Maria de Fátima ser negra, sendo uma mulher racista. “Ela é preconceituosa, classista e extremamente atual, mas é uma mulher controladora e manipuladora. A vontade dela é imperativa e ela age em função dos seus próprios interesses. Ela define o que é certo e usa as pessoas, então ela vê na Maria de Fátima como alguém que ela terá nas mãos, que ela usa como instrumento para manipular o filho e conseguir dele o que quer”, argumenta.