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Análise: Após início promissor, Volta por Cima estaciona com história de amor insossa

Os mocinhos da trama das sete não despertam a torcida do público

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André Santana
André Santana
Jornalista, escritor e produtor cultural, André Santana escreve sobre televisão desde 2005 e já passou por várias publicações especializadas, assinando críticas, análises e informações sobre TV e novelas.
Jão (Fabrício Boliveira) e Madá (Jéssica Ellen) em Volta por Cima
Jão (Fabrício Boliveira) e Madá (Jéssica Ellen) em Volta por Cima – Divulgação/Globo

Volta por Cima estreou na faixa das sete causando a melhor das impressões. A história de Madá (Jéssica Ellen), jovem que se dedica a cuidar da família, gera imediata identificação do público. A autora Claudia Souto apostou numa trama popular, no melhor sentido da palavra.

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Mas, dois meses depois da estreia, a novela parece já ter perdido fôlego. A trama, atualmente, gira em torno de uma história de amor que se sustenta baseada nos clichês mais batidos. Madá e Jão (Fabrício Boliveira) terão o romance estremecido por conta da gravidez de Cacá (Pri Helena).

Com isso, parece que a história começa a ser cozida em banho-maria, apostando em tramas episódicas que não evoluem. Ainda há a promessa de novas histórias, o que pode chacoalhar a novela. Mas, até aqui, Volta por Cima perdeu o encanto inicial.

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Veteranos em cena

Assistir Volta por Cima está longe de ser uma experiência ruim. A trama acerta em vários pontos, sobretudo por conta da presença de veteranos no elenco. Betty Faria (Belisa), Drica Moraes (Joyce), Tonico Pereira (Moreira) e Tereza Seiblitz (Doralice) são alguns dos grandes nomes da produção.

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Além disso, Claudia Souto criou tipos graciosos, que chamam a atenção. Gigi (Rodrigo Fagundes), por exemplo, é um ótimo personagem, que rouba a cena sempre que aparece. Falta uma história mais consistente ao tipo, mas ainda há tempo.

Isabel Teixeira, mais uma vez, também prova porque é uma das melhores atrizes da atualidade. Como a vilã Violeta, a estrela circula por diferentes emoções, sempre de forma impecável. A parceria com Milhem Cortaz (Osmar) foi certeira.

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História insossa

No entanto, no atual momento da história, Volta por Cima sofre com a falta de um fio condutor forte. A mocinha Madá vive um romance com Jão que começou bem interessante, mas que já esfriou.

Inicialmente, Madá e Jão implicavam um com o outro, o que dava ao romance uma coisa meio “gato e rato”. Era evidente que havia uma forte atração ali e a trama levava o público a torcer pelo casal.

Mas, capítulos depois, a trama arrefeceu. Madá e Jão ficaram juntos e nada mais abala o casalzinho, fazendo a história perder força. A gravidez de Cacá deve dar uma chacoalhada na história principal, mas trata-se de um recurso batido e pouco interessante.

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Mocinhos sem pimenta

Volta Por Cima – Roxelle (Globo/ Fábio Rocha)

Além disso, Madá e Jão não são tão interessantes enquanto mocinhos. A heroína, por exemplo, foi comparada à Sol (Sheron Menezzes), de Vai na Fé (2023), mas a personagem criada por Rosane Svartman tinha conflitos mais diversos. Sol era religiosa, mas também dançarina de funk. Era boa mãe, mas escondia segredos do passado. Tinha substância.

Já Madá não chega a ser uma mocinha ruim, mas é mais chapada, correta, sem grandes dilemas morais. O mesmo acontece com Jão, que é um personagem que tinha tudo para ser interessante, mas falta uma pitada de pimenta.

No romance principal, Chico (Amaury Lorenzo) não aconteceu enquanto rival de Jão. Já Roxelle (Isadora Cruz) é um desbunde, mas é a única personagem mais tridimensional dentro deste quadrado amoroso. Por tudo isso, Volta por Cima acabou decepcionando quem comprou a ideia inicial.

**As críticas e análises aqui expostas correspondem à opinião de seus autores

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André Santana
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Jornalista, escritor e produtor cultural, André Santana escreve sobre televisão desde 2005 e já passou por várias publicações especializadas, assinando críticas, análises e informações sobre TV e novelas.