A décima temporada do ‘MasterChef Brasil‘ está dando o que falar após um primeiro episódio eletrizante que foi analisado minuciosamente aqui no Área VIP. Já no seu quarto episódio, uma polêmica tomou conta da internet após a apresentadora Ana Paula Padrão usar o pronome neutro para cumprimentar os participantes.
“Olá, agora sim de forma definitiva. Sejam muito bem-vindas, bem-vindos e bem-vindes à cozinha do MasterChef 10”, disse a jornalista ao apresentar os 18 cozinheiros amadores da edição. O fato gerou estranheza para muita gente, já que ela nunca tinha feito algo do tipo no reality show.
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No entanto, Ana Paula teve seus motivos: Wilton, um dos participantes, se identifica como uma pessoa não-binária, e por isso a apresentadora optou por usar a linguagem neutra em seu cumprimento. O que ela não contava era que seria muito criticada por isso.
Após a repercussão negativa por parte de um grupo de internautas, Ana Paula Padrão se pronunciou em uma entrevista ao site oficial do MasterChef e justificou o uso do pronome neutro no reality:
“Usar o argumento de que os pronomes neutros não existem na gramática da língua portuguesa é uma maneira do conservadorismo reagir a existências dessas pessoas não-binárias. Usar o pronome neutro sem nenhuma pretensão de mudar a língua portuguesa, mas apenas como sinal de respeito a uma pessoa que se apresenta como não-binária. É usar a palavra para reconhecer a existência dessa pessoa”, disse.
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Ana Paula Padrão diz que não irá ignorar existência de ninguém
Ainda em seu pronunciamento, que mais serviu de uma aula sobre o assunto e como agir nestes casos, Ana Paula Padrão destacou que não faz parte dessa rede de preconceitos e irá agir com inclusão sempre que for necessário:
“Palavra tem poder. Se você usa a palavra para reconhecer e aceitar a presença daquela pessoa, você está trazendo aquela pessoa à cena. Você para de negar a existência dessa pessoa. Eu não vou negar a existência de ninguém. Eu respeito qualquer um”, disparou.
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“Se tivesse alguém que não entendesse a língua portuguesa, eu provavelmente me expressaria para falar a língua dessa pessoa. Usar os pronomes não-binários é apenas uma maneira de reconhecer que aquela pessoa existe. Não dá mais para varrer essas para debaixo do tapete. Agora é todo mundo junto e misturado”, encerrou a apresentadora.
Colaborou: Hernane Freitas