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Análise: Com estreia de Times Brasil CNBC, o país tem espaço para tantos canais de notícias?

Nos últimos anos, os canais informativos se multiplicaram na TV paga brasileira

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André Santana
André Santana
Jornalista, escritor e produtor cultural, André Santana escreve sobre televisão desde 2005 e já passou por várias publicações especializadas, assinando críticas, análises e informações sobre TV e novelas.
Christiane Pelajo na Times Brasil CNBC
Christiane Pelajo na Times Brasil CNBC – Foto: Reprodução/Times Brasil

Mais novo canal de notícias brasileiro, a Times Brasil CNBC é a nova empreitada do jornalista Douglas Tavolaro, que encabeçou a vinda da CNN ao país há alguns anos. A emissora está no ar desde o último domingo (17) prometendo foco no jornalismo de negócios.

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A estreia foi um tanto confusa e gerou dúvidas nos espectadores. A começar pelo nome, já que, inicialmente, a emissora foi anunciada como CNBC Brasil. Porém, entrou no ar “oficializando” o nome Times Brasil CNBC, destacando a marca nacional e revelando que é licenciada exclusiva de conteúdo da empresa estadunidense CNBC.

Os cenários pouco iluminados e o fato de o canal ainda não ter grande alcance foram outros pontos apontados por espectadores. No entanto, são erros que podem ser creditados à estreia e que devem ser corrigidos conforme a emissora ganhar musculatura.

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Notícias para todos

Na verdade, a grande questão que fica com o lançamento da Times Brasil CNBC é: afinal, o Brasil comporta tantos canais de notícias? Afinal, nos últimos anos, foram vários os investimentos no segmento, ampliando consideravelmente a informação na TV paga e nas plataformas digitais.

Até 2020, a GloboNews era líder absoluta do segmento, enquanto BandNews e RecordNews eram praticamente inexpressivas. Porém, com o lançamento da CNN Brasil, o mercado de notícias na TV viveu um verdadeiro chacoalhão.

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Pouco tempo depois, a Jovem Pan News também foi lançada. Na esteira, vieram a BM&C News e, mais recentemente, CNN Money. O UOL também entrou na TV paga prometendo ampla programação jornalística, enquanto as “velhas” GloboNews, RecordNews e BandNews fizeram novos investimentos para encarar a concorrência.

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Mercado

A abertura de novos campos de trabalho para profissionais da comunicação deve ser sempre celebrada. Assim como deve ser festejada a grande oferta de conteúdo jornalístico de qualidade, numa época em que a desinformação parece ter virado a regra.

A proliferação de canais de notícias, aliás, soa como um manifesto pela comunicação profissional em um momento em que mentiras são espalhadas pelas redes sociais. Sem dúvidas, é o retrato de uma era.

Porém, sempre fica a dúvida sobre a sustentabilidade do negócio a longo prazo, sobretudo neste momento em que as emissoras tradicionais sofrem com a retração do mercado publicitário. A própria CNN Brasil promoveu, há um ano, uma série de demissões que deu o que falar. É um risco que todos esses canais correm.

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Nova proposta

Mas, diante de um cenário tão diverso e instável, a Times Brasil CNBC apresentou um bom diferencial. Ao se colocar como um canal especializado em jornalismo de negócios, a nova emissora mostrou vontade de não ser “mais do mesmo”.

O conteúdo é bom. Análises políticas e do mercado financeiro convivem com boas reportagens internacionais, que desvendam trajetórias de grandes empresas e marcas. Há a preocupação de demonstrar que informação sobre negócios afeta a vida dos espectadores de maneira geral, e não apenas dos grandes empresários.

Além disso, o canal reuniu grifes como Marcelo Torres, Zeca Camargo, Fabio Turci e Christiane Pelajo, além de oferecer programas voltados, também, ao entretenimento. Assim, apesar das dificuldades apresentadas, as perspectivas são boas.

**As críticas e análises aqui expostas correspondem à opinião de seus autores

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André Santana
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Jornalista, escritor e produtor cultural, André Santana escreve sobre televisão desde 2005 e já passou por várias publicações especializadas, assinando críticas, análises e informações sobre TV e novelas.