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Análise: Decisões equivocadas comprometem futuro do SBT

Em crise, emissora lança nova grade sem divulgação e parte para o tudo ou nada

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André Santana
André Santana
Jornalista, escritor e produtor cultural, André Santana escreve sobre televisão desde 2005 e já passou por várias publicações especializadas, assinando críticas, análises e informações sobre TV e novelas.
Paulo Mathias, Michelle Barros e Regina Volpato comandam o Chega Mais
Paulo Mathias, Michelle Barros e Regina Volpato no Chega Mais – Foto: SBT

A última semana não foi das mais auspiciosas para o SBT. Apesar de ter anunciado uma aquisição de peso, José Luiz Datena, a emissora também demonstrou fragilidade ao tomar decisões que parecem de última hora.

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Exemplo disso é o final do Chega Mais. Já se sabia que o matinal estava no cadafalso, mas, ainda assim, esperava-se um desfecho menos abrupto. Até quinta-feira passada, não se sabia que aquela era a última semana do matinal. Na sexta, os apresentadores se despediram. Simples assim.

A solução para tapar o buraco também não foi das melhores: esticar novamente o Primeiro Impacto, mesmo sem qualquer investimento. Assim, novamente, as manhãs do SBT estão entregues a notícias requentadas e repetitivas.

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Fim de programas

Além de Chega Mais e Chega Mais Notícias, outros programas do SBT também devem chegar ao fim em breve. Raul Gil já confirmou que sua tradicional atração não segue na emissora em 2025. Mesmo destino deve ter É Tudo Nosso, nas noites de sexta-feira.

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Enquanto esteve no ar, o programa comandado por Benjamin Back nunca disse a que veio. Já o Programa Raul Gil vinha sendo cozinhado em banho-maria pelo SBT há tempos. A decisão de realocá-lo na faixa do meio-dia já indicava o início do fim.

O término dos quatro programas mostra que a grade lançada em 2024 não funcionou. O SBT investiu pesado em uma nova programação, mas os resultados não vieram. E, curiosamente, o canal demorou para tomar uma atitude para reverter o quadro.

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Grade surpresa

Em meio a tantos cortes, o SBT lançou nesta segunda-feira (9) uma nova grade de programação que pode ser chamada de “grade surpresa”. Afinal, o canal só confirmou as mudanças nesta… segunda-feira!

Ou seja, a emissora decidiu partir para o tudo ou nada e lançar uma nova programação contando com o fator surpresa para tentar chamar a atenção do público. Um tremendo equívoco! Afinal, a emissora já tem um público encolhido. Para trazer mais espectadores, uma boa divulgação é fundamental.

Entre as novidades, o SBT surpreendeu ao escalar Chaves e Chapolin para o horário nobre, às 20h45 e 22h, respectivamente. Apelar para as criações de Chespirito sempre foi uma tradição da emissora, mas encaixá-los num horário tão concorrido não deixa de ser uma ousadia.

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Chaves, o salvador

Chaves - Foto: Divulgação Televisa/SBT
Chaves – Foto: Divulgação Televisa/SBT

É bem verdade que Chaves costuma render resultados, independentemente do horário de exibição. Mas jogar a série aos leões, concorrendo com atrações como o Jornal Nacional, da Globo, e a novela Força de Mulher, da Record, é um indicativo de que as coisas vão mal.

O SBT praticamente assina um atestado de que não é capaz de trazer algo novo para chamar a atenção do público em seu horário nobre. E mais: admite que, na altura de seus 43 anos, ainda é dependente de uma produção dos anos 1970.

Nada contra Chaves, pelo contrário. A produção tem fãs e merece, sim, voltar a ser exibida pelo SBT. O problema é o contexto deste retorno. São tantas decisões equivocadas que fica difícil vislumbrar um futuro próspero para o canal da família Abravanel.

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**As críticas e análises aqui expostas correspondem à opinião de seus autores

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André Santana
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Jornalista, escritor e produtor cultural, André Santana escreve sobre televisão desde 2005 e já passou por várias publicações especializadas, assinando críticas, análises e informações sobre TV e novelas.