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Análise: Linha Direta estreia tímido, mas com mensagem de grande relevância

Além do Caso Eloá, o programa fez a denúncia de um foragido da Justiça

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Núcia Ferreira
Núcia Ferreira
Jornalista carioca com passagens pelas revistas Conta Mais, TV Brasil e TV Novelas. No site Área VIP, além de redatora, é repórter especialista em Celebridades, TV e Novelas.
Pedro Bial relembrou o Caso Eloá – Reprodução Globo

Depois de muita expectativa, o ‘Linha Direta‘ voltou à tela da Globo nesta quinta-feira (04). Com a apresentação de Pedro Bial, o programa policial dificilmente corre o risco do fracasso. O crime apresentado no primeiro episódio do retorno da série teve bastante repercussão em 2008: o sequestro e morte da jovem Eloá Pimentel. Apesar da timidez do primeiro episódio, a mensagem passada foi de nunca fechar os olhos para a impunidade.

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A história do crime parou o Brasil na ocasião, quando Lindemberg Alves invadiu o apartamento da ex-namorada de apenas 15 anos em Santo André, no ABC Paulista. Ele manteve Eloá e três de seus colegas, que estavam reunidos para fazer um trabalho de escola, como reféns.

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O programa de estreia reconstituiu o momento que o Lindenberg entra no apartamento e faz de refém a ex-namorada e os colegas Nayara Rodrigues, Iago Vieira e Victor Campos, que estudavam no local.

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Com depoimentos dos jovens, foram relembrados os momentos de angústia vividos por ele. A vizinha, Simone, que acolheu os pais de Eloá em sua casa, também falou sobre a tensão da época.

Além de contar com a análise do promotor de justiça Antônio Nobre Folgado, o programa relembrou o show midiático que aconteceu na época. “Fizeram desse caso quase um reality”, comentou César Tralli em depoimento ao programa.

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O programa de estreia, no entanto, passou longe do tom ‘assustador’ das edições anteriores. Mas trouxe a tona questões do crime hediondo. Apesar de ter sido condenado a 98 anos de prisão por júri popular em 2012 por homicídio duplamente qualificado e, cárcere privado, Lindenberg conseguiu ir para regime semiaberto em 2021. A decisão da Justiça, porém, foi revogada quatro meses depois por entender que Lindenberg, de acordo com laudos psiquiátricos, apresenta comportamento antissocial e agressivo. Hoje, ele está novamente em regime semiaberto e o Ministério Público recorreu mais uma vez. A decisão final ainda é esperado.

Pedro Bial comenta sobre a volta do ‘Linha Direta’

No final da atração, o Linha Direta mostrou ao que realmente veio. Bial lembrou sobre a Lei do Feminicídio, que surgiu em 2015, sete anos após a morte de Eloá. O apresentador lembrou que denúncias podem ser feitas pelo telefone 180.

Bial ainda denunciou um foragido da Justiça. Ele relembrou um caso ocorrido em 2018, de Leticia Tanzi, que foi assassinada pelo próprio pai, em São Roque, interior de São Paulo. O caseiro Horácio Nazareno Lucas. “Se você tem alguma informação que leve à prisão de Horácio, ligue para o telefone 181. Suas informações serão encaminhadas às autoridades e sua identidade será mantida sempre no mais absoluto sigilo. Muito obrigado pela cooperação. Até semana que vem”, finalizou o apresentador.

Programa fez sucesso por quase uma  década

No inicio da atração, Pedro Bial ainda lembrou a trajetória do programa, ressaltando que o Linha Direta ajudou a colocar a prisão mais de 400 criminosos. Sucesso na no final da década de 1990,o Linha Direta foi um programa polêmico, amado por uns e odiado por outra parcela do público. O programa apresentava  crimes que aconteceram em várias regiões do Brasil e contou com edições especiais como o Linha Direta Justiça que ajudava a prender foragidos da Justiça.

O primeiro Linha Direta foi ao ar em março de 1990, com apresentação de  Hélio Costa, e ficou apenas quatro meses no ar. Em 1999, o programa ganhou novo fôlego com Marcelo Rezende à frente. Até agosto de 2000, o apresentador, que morreu em 2017. Domingos Meirelles assumiu o Linha Direta em 2000 e ficou até 2007.

Em vários casos apresentados, o programa contava com uma central telefônica disponível 24 horas por dia e, a partir de 2000, com uma página na Internet para receber denúncias de telespectadores com garantia de sigilo total. A exibição dos retratos dos procurados  permitia que muitos fossem localizados.

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O programa, porém, esbarrou em algumas barreiras ao logo de sua exibição e dividiu opiniões. A emissora porém recebeu apoio do Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos Humanos e de parentes de vítimas de crimes impunes, que  fizeram um abaixo-assinado para que o programa não saísse do ar. O programa também recebeu em 2003 a medalha Tiradentes, homenagem da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro pela prestação de serviço.

Quando deixou de ser em 2007, a Globo justificou no site do programa que era apenas uma pausa. “A respeito das manifestações de entidades ligadas aos Direitos Humanos pela continuidade do programa Linha Direta – por seu reconhecido interesse público -, informamos que a TV Globo passou a adotar o sistema de temporadas. Mesmo com êxito e importância comprovados, os programas têm sua exibição suspensa, passando por uma reavaliação para nova exibição futura”. Promessa feita, promessa cumprida!

**As críticas e análises aqui expostas correspondem a opinião de seus autores

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Núcia Ferreira
Núcia Ferreira
Jornalista carioca com passagens pelas revistas Conta Mais, TV Brasil e TV Novelas. No site Área VIP, além de redatora, é repórter especialista em Celebridades, TV e Novelas.