Mesmo não tendo alcançado os resultados esperados com a nova grade lançada em 2024, o SBT teve um ano importante. As experiências frustradas serviram, ao menos, para que o canal reconhecesse a importância de sair do limbo e voltar à vida.
O canal não acertou, é verdade, mas saiu de uma zona de conforto que vinha afundando o SBT ano a ano. Com o ano chegando ao fim, é hora de avaliar o que deu certo e o que não deu certo para pensar nas novidades que virão em 2025.
Neste contexto, as experiências malsucedidas servirão para que o SBT entenda o que não deve ser feito no ano que vem. E, a partir daí, pensar numa grade mais variada, competitiva e, principalmente, que resgate a identidade da emissora, o que ainda não foi feito.
A TV que tem torcida
O SBT é o canal que tem uma torcida numerosa e barulhenta. Isso se deu porque o canal estabeleceu uma relação direta com seu público ao construir uma identidade única e bem definida. Identidade essa que se perdeu com o tempo.
A emissora, afinal, foi criada à imagem e semelhança de Silvio Santos, e sua programação sempre refletiu o estilo único do “patrão”. Com a morte do animador, aumenta o desafio de manter no ar essa identidade e, consequentemente, o público.
A grade de 2024 não funcionou porque deixou de lado as principais marcas do SBT. A emissora, por exemplo, investiu no Chega Mais e no Tá na Hora: o primeiro era uma típica revista eletrônica matinal, enquanto o segundo é um jornal popular de fim de tarde. São formatos que não têm afinidade com o público do SBT, que sempre preferiu entretenimento puro e simples.
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O que pode dar certo
Tanto isso é verdade que o programa mais bem-sucedido do “pacote” de 2024 foi o Sabadou com Virgínia, que é um típico programa de auditório com entrevistas, brincadeiras e musicais. Nada mais SBT que isso. Outro acerto foi o Domingo Legal “vitaminado”, lotado de games, atrações que a audiência da emissora adora.
Sendo assim, a direção do SBT precisa olhar com mais carinho para os produtos que deram certo e buscar replicá-los no ano que vem. Insistir numa revista eletrônica, por exemplo, é um tiro no pé, já que o formato não dialoga com o público da emissora.
O SBT foi estabelecido por meio de programas de auditório, distribuição de prêmios, novelas mexicanas e atrações populares. Esse é o norte que a direção do canal precisa seguir para refrescar a situação do canal e voltar a brigar pela vice-liderança.
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Canal dos comunicadores
Outra identidade marcante do SBT é o fato de a emissora ser o “canal dos comunicadores”. Justamente por ter o dono como sua principal estrela, o SBT sempre teve um elenco de animadores/apresentadores com forte apelo junto ao público.
Por isso, o canal acertou no final do ano ao contratar José Luiz Datena. Somente um nome de apelo pode salvar o Tá na Hora, e Datena é referência no segmento. Pode funcionar. Além disso, há rumores de que o canal está acertando com nomes como Rodrigo Faro, Tiago Leifert e Ana Furtado. São nomes de TV, que podem agregar muito à programação.
Há ainda a ideia de resgatar o Casos de Família, que teria a apresentação de Cariúcha. Ainda não se sabe se a integrante do Fofocalizando está pronta para um voo solo desta magnitude, mas é uma aposta válida. E o formato é bem a cara do SBT. Ou seja, embora esteja numa fase difícil, as perspectivas para 2025 são boas para a emissora. Vamos ver.
**As críticas e análises aqui expostas correspondem à opinião de seus autores