Anunciada como uma espécie de sucessora do Sai de Baixo (1996), Tô Nessa marca a volta do investimento da Globo em programas de humor. No entanto, a série estrelada por Regina Casé fez uma estreia ruim, que causou a pior das impressões.
Tô Nessa, aliás, tinha tudo para dar certo. Regina Casé faz humor como ninguém, e a produção reúne um jovem e promissor elenco, com nomes como Valentina Bandeira, Luana Martau e Dan Mendes, entre outros talentos. Mas nada funcionou na estreia.
Com um texto confuso e piadas fracas, Tô Nessa não arrancou muitas risadas na estreia. Pelo contrário. O programa parece mais preocupado com estripulias ditas “inovadoras”, como a plateia diferente e a banda no palco, do que em verdadeiramente divertir.
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Mais um fiasco
Considerando o episódio fraco, Tô Nessa até que não decepcionou na audiência. O humorístico conseguiu manter a liderança da Globo no final das noites de domingo, um feito a ser celebrado.
Mas, diante da expectativa criada pela própria Globo, que volta a investir em humor quatro anos depois do fim do Zorra e da Escolinha do Professor Raimundo, Tô Nessa ficou devendo em graça. Parece que a emissora desaprendeu a fazer comédia.
Com isso, Tô Nessa é forte candidato a engrossar a lista das apostas equivocadas da Globo em 2024. O ano, definitivamente, não foi dos melhores na emissora, que não foi feliz com o lançamento de vários programas.
Aposta errada
Assim como o Tô Nessa, Estrela da Casa também pode ser considerada uma aposta equivocada da Globo. O reality show nasceu com a proposta de suceder o The Voice Brasil, mas se mostrou confuso e pouco atrativo.
A ideia era mesclar uma competição musical com um formato de confinamento, tal qual o BBB. Na prática, a emissora replicou regras e estruturas do Big Brother, mas agora confinando aspirantes a cantores.
Com isso, Estrela da Casa acabou atirando para todos os lados e não agradou ninguém. Quem gosta de um programa no estilo BBB deve ter se irritado com a cantoria. Já quem curte uma competição musical não deve ter entendido as provas de resistência ou “gincanas” típicas de realities de confinamento.
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Horário nobre em crise
Junta-se a isso dois equívocos no horário nobre da Globo. A emissora abriu o ano apostando no remake de Renascer, que não disse a que veio. Foi um erro apostar em uma nova história rural depois de Terra e Paixão (2023), ainda mais porque as duas novelas tinham histórias parecidas.
Ainda assim, o desastre não foi tão grande quanto Mania de Você. A atual novela das nove, escrita por João Emanuel Carneiro, não consegue agradar ao público tradicional dos folhetins com sua história cheia de segredos e viradas.
A avaliação é que a novela tem uma boa trama, mas que está sendo mal contada. Personagens dúbios, situações mal explicadas, a narrativa exageradamente acelerada e o excesso de segredos afugenta o tradicional público de folhetins, o que explica a baixíssima audiência.
Outros erros da emissora em 2024 foram as apostas em Cheias de Charme (2012) e Cabocla (2004) na faixa Edição Especial. Nenhuma das novelas segurou os índices, evidenciando que o ano não foi dos melhores na Globo. Será que o cenário muda em 2025, ano em que o canal celebra seus 60 anos?
Colaborou: André Santana
**As críticas e análises aqui expostas correspondem a opinião de seus autores