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Aos 92 anos, Stenio Garcia lamenta falta de trabalho: “O Brasil é cheio de idoso”

O veterano está longe das novelas há sete anos

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André Santana
André Santana
Jornalista, escritor e produtor cultural, André Santana escreve sobre televisão desde 2005 e já passou por várias publicações especializadas, assinando críticas, análises e informações sobre TV e novelas.
O ator Stenio Garcia
Stenio Garcia – Reprodução/Instagram

Um dos principais atores da televisão brasileira, Stenio Garcia não faz uma novela inteira desde Salve Jorge (2012). De lá para cá, o ator foi visto apenas em participações, em obras como Meu Pedacinho de Chão (2014) e Deus Salve o Rei (2018), sua última aparição em folhetins.

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Aos 92 anos, o veterano lamenta a falta de convites e reclama do etarismo na televisão. Para ele, a falta de trabalho tem a ver com o fato de os novos autores não escreverem personagens mais velhos.

“Os autores novos não sabem mais escrever para as pessoas velhas, mas o Brasil é cheio de idoso. Para um idoso trabalhar, o autor tem que saber escrever para ele. Ouvi o Tarcísio Meira dizer isso e bateu fundo em mim. Os grandes autores morreram ou não estão trabalhando”, analisou, em entrevista à ‘Quem’.

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Empreendedor

Em 2020, o contrato de Stenio Garcia com a Globo chegou ao fim e não foi renovado. Por isso, o artista afirma que o ator precisa ter uma segunda fonte de renda para conseguir sobreviver.

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“Se o ator não empreende, e depende do audiovisual, que é o que paga melhor, não vive porque não tem constância. Todos os modelos de trabalho são por obra e, de repente, quando o ator é muito bom, são diárias. Não podemos nos deixar leiloar por menos do que valemos”, disse.

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Triste

Garcia também revelou que se sentiu triste com a profissão depois de uma gravação de Deus Salve o Rei. “É muito difícil escolher o trabalho e contracenar com pessoas que não tem ideia do que estão fazendo ali”, desabafou.

“Não tenho pressa mais, já ganhei todos os prêmios, já fiz tudo. Contracenar com um ator que não olha no olho? Não quero. Me brocha. Quero olhar no olho e entender o que ele está pensando”, continuou.

“Às vezes fazíamos uma proposta de personagem e escrevíamos uma vida inteira de como ele seria no caderno. Uma vez, interpretando o Aleijadinho, amarrei a mão durante o laboratório para não a usar assim como ele, e me furei por conta do jeito que fiz. Hoje as pessoas não pesquisam mais os personagens”, finalizou o veterano.

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André Santana
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Jornalista, escritor e produtor cultural, André Santana escreve sobre televisão desde 2005 e já passou por várias publicações especializadas, assinando críticas, análises e informações sobre TV e novelas.