Carlos Lombardi desautoriza farpa da Record na Globo

foto: Reprodução

Carlos Lombardi, autor de tramas como “Perigosas Peruas”, “Uga Uga”, “Kubanacan”, apesar de ter trocado a Globo pela Record há alguns meses , desautorizou uma farpa que sua atual emissora dirigiu à concorrente, usando seu nome.

Durante a apresentação das novidades para 2013 ao mercado publicitário na terça-feira (26), a Record citou Lombardi num vídeo institucional, afirmando que o autor trabalha “com toda a liberdade de criação que ele só encontrou aqui para realizar seu maior projeto”.

Ouvido pela Folha Online, Lombardi afirmou que em 31 anos na Globo, a maior parte deles foram ótimos. “Saí para um desafio novo. Não bati em ninguém. Ninguém bateu em mim. Não aconteceu nada demais. Eu estava com saudades de uma série de pessoas com quem trabalhei e que já estavam na Record. Na Record, novidade para mim é a chefia. Eu me sinto em casa”, disse Lombardi.

O novelista também evitou caracterizar a novela que escreve para a Record, como seu maior projeto.

“Não sei se ele vai ser o maior. O que ele tem é uma diferença de tom em relação às coisas que fiz anteriormente”, disse. A diferença, afirma Lombardi, é que agora trata-se de “um mix com mais drama do que o normal [em seu padrão]”.

“Trabalhei muito tempo fazendo comédias, que tinham também ação e romance. Sempre teve drama. A única coisa é que mudou o mix. Nesse sentido, é um projeto ambicioso pessoal para mim. Como vai ser [o resultado] só saberemos depois.”

A trama do novo trabalho é ambientada no Rio de Janeiro da década de 1970. “Estou contando a história do começo da decadência do bicheiro tradicional e da entrada do tráfico no Rio de Janeiro. A novela se passa em 1977. Isso dá um contexto para a história que explica o Rio de Janeiro de 1980 até hoje”, diz o autor.

Lombardi diz não ter, com sua criação “meta educativa ou temática”.

“Vou informar. A reflexão fica por conta de quem assiste. Não induzo nem dor nem reflexão. Meu objetivo é entreter as pessoas.”

Ocupar a faixa das 22h é um aspecto que motiva Lombardi. “Escrever para o horário livre às vezes cansa um pouco, especialmente agora, em que estamos numa época em que demos muitos passos atrás na classificação indicativa [do Ministério da Justiça]. Esse povo pirou. O que fiz em ‘Quatro por Quatro’ [Globo, 1994/95, 19h], por exemplo, hoje não passaria às sete da noite. E o público aprovou. Qualquer coisa que seja muito forte o público não aprova. A gente sabe disso. A classificação indicativa está excessiva. E estão trabalhando nela como uma nova censura. Acho isso uma pena. A gente já tinha se livrado da censura. Odeio flashback ruim.

Hoje em dia, os parâmetros de um trabalho na faixa livre estão muito mais retrógrados do que há dez, 15 anos.”

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