José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, ex-chefão da Globo, trouxe à tona uma das histórias mais polêmicas da televisão brasileira ao relembrar, em seu perfil no Instagram, a intensa rivalidade entre a Globo e o SBT nos anos 90. Segundo Boni, a disputa pela audiência nos domingos chegou a extremos “apelativos”, especialmente na concorrência entre o Domingão do Faustão, apresentado por Fausto Silva, e o Domingo Legal, comandado por Gugu Liberato.
Em 1997, essa briga atingiu seu ponto máximo com a polêmica exibição do famoso “sushi erótico” no Domingão do Faustão. A ideia inicial, segundo Boni, era que o programa fizesse uma matéria jornalística sobre essa prática — que consiste em servir sushis sobre o corpo de modelos nuas, uma tradição japonesa chamada nyotaimori. No entanto, o resultado acabou sendo bem diferente do que se esperava.
“Em 1997, os domingos estavam no auge da televisão apelativa”, relembrou Boni. “Era uma verdadeira guerra entre Faustão e Gugu, onde não havia limites. O Gugu inventou a famosa Banheira do Gugu, em que pessoas seminuas disputavam um sabonete dentro de uma banheira de espuma. Uma verdadeira sem-vergonhice”, criticou.
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Na tentativa de responder à ousadia do concorrente, o diretor Carlos Manga, que comandava o Domingão do Faustão na época, sugeriu a matéria sobre o “sushi erótico”. “Achávamos que ele faria uma reportagem documental sobre o tema, mas ele mandou uma equipe com câmera e atores da TV Globo para transmitir, durante meia hora, os atores comendo sushi sobre o corpo de uma mulher completamente nua”, explicou Boni.
A exibição da cena gerou forte repercussão negativa. A Globo foi duramente criticada pela imprensa, que considerou o conteúdo inadequado para o horário. Diante da polêmica, a emissora decidiu rever sua estratégia para o Domingão do Faustão.
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Como consequência, Carlos Manga acabou deixando a direção do programa, sendo substituído por Nilton Travesso em dezembro de 1997, o que marcou uma mudança importante na forma como a Globo conduzia sua programação dominical.
Colaborou: Renan Santos