“Todo-poderoso” da Globo durante quase 30 anos, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, era quem batia o martelo sobre todas as produções da emissora. O diretor sempre foi conhecido pelo “feeling” e por ter acumulado inúmeros acertos.
Mas até Boni já errou. Em entrevista ao podcast Achismos, o pai de Boninho apontou Espelho Mágico (1977) como a pior novela produzida pela emissora durante sua gestão. O diretor, inclusive, revelou que foi contra sua produção.
“A pior novela foi Espelho Mágico, uma coisa que eu fui contra, mas eu [quis] dar um voto de confiança às pessoas que acreditam naquilo e que achavam que era fantástico”, revelou Boni.
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Fracasso
Boni relembrou que a história escrita por Lauro César Muniz foi rejeitada pelo público. “Então essa novela era uma homenagem ao cinema americano, aos atores e às pessoas da televisão. Então tinha uma novela dentro da outra, [mas] foi um fracasso total, as pessoas não estavam interessadas em assistir”, revelou.
“Nós tivemos que tirar do ar rapidinho. Ela estava prevista para durar seis meses, mas no terceiro mês já tinha uma nova”, exagerou Boni.
Na verdade, apesar da baixa audiência, Espelho Mágico ficou no ar durante quase seis meses. A trama teve 150 capítulos e foi exibida entre 14 de junho e 5 de dezembro de 1977.
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Proposta ousada
Espelho Mágico ousou ao se passar nos bastidores da produção de uma novela. Seus protagonistas eram os atores Diogo Maia (Tarcísio Meira) e Leila Lombardi (Gloria Menezes), estrelas da novela Coquetel de Amor, escrita por Jordão Amaral (Juca de Oliveira) e dirigida por João Gabriel (Daniel Filho).
Jordão é um dramaturgo e jornalista que se apaixona por Leila Lombardi. Ele, então, declara seu amor por ela no texto de Coquetel de Amor. Assim, havia uma “novela dentro da novela”, o que confundiu o público.
A trama marcou a estreia de Vera Fischer nas novelas da Globo. A atriz viveu Diana Queiroz, personagem “inspirada” nela mesma: uma ex-miss que se torna atriz de novelas. Espelho Mágico teve seis capítulos disponibilizados no Globoplay, por meio do Projeto Fragmentos.
