Caio Blat, que interpreta o cirurgião plástico Benjamin Argento na novela Beleza Fatal, fez críticas pesadas à falta de direitos sobre a imagem dos atores nas negociações com plataformas de streaming. O ator lamentou o fato de qualquer produção em que participou ser colocada no streaming sem sua comunicação prévia ou qualquer compensação financeira, destacando a crescente lacuna jurídica que afeta os profissionais da área.
Blat usou a própria novela da Max como exemplo para expor o problema. A trama, que estreou na Band nesta segunda-feira (10), foi inicialmente criada para o streaming, mas logo foi comprada por uma emissora de TV aberta.
Em entrevista ao DR com Demori, programa da TV Brasil, o ator explicou que, embora ficasse feliz pela produção alcançar mais público, ele e os outros envolvidos não tinham nenhum direito sobre as negociações que aconteceram depois.
“Fizemos a novela para a Max para abrir um novo campo de mercado. Imediatamente a novela foi vendida para uma emissora de TV aberta. A gente ficou feliz porque quer que ela chegue ao maior público possível, mas a gente não tem nenhum direito, nenhuma participação sobre isso. Trabalhamos para o streaming por um valor, para aqueles assinantes. Agora eles negociam, os direitos todos são deles. Podem revender e reprisar”, disse Blat em um trecho divulgado pelo jornal Extra.
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Ele também criticou a falta de uma legislação que proteja os direitos dos atores sobre suas imagens e interpretações. Segundo o ator, enquanto os autores e diretores têm direitos autorais garantidos, os atores ficam vulneráveis, sem controle sobre suas imagens nas plataformas de streaming.
Blat chamou atenção para a ausência de uma lei de direitos conexos no Brasil, algo que já existe em outros países. “Os atores acabam ficando para trás com essas mudanças tecnológicas. Fora do teatro, o ator é um peão do sistema de mídia”, afirmou.
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“Só existe direito autoral para o autor da novela e para o diretor. Os atores só têm os direitos conexos. A nossa imagem, voz e interpretação ficam presos ali. Mas, no Brasil, não existe uma lei de direitos conexos como no México, na Argentina, na Espanha e em Portugal”, completou o ator.
Colaborou: Renan Santos