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Filha do autor Manoel Carlos lança documentário sobre a obra do pai

O Leblon de Manoel Carlos celebra o criador de novelas clássicas

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André Santana
André Santana
Jornalista, escritor e produtor cultural, André Santana escreve sobre televisão desde 2005 e já passou por várias publicações especializadas, assinando críticas, análises e informações sobre TV e novelas.
Julia Almeida e Manoel Carlos
Julia Almeida e Manoel Carlos – Foto: Reprodução/X

Considerado um dos maiores autores de novelas de todos os tempos, Manoel Carlos é o criador de clássicos como Baila Comigo (1981), Por Amor (1997) e Laços de Família (2000), entre tantas outras. Tramas caracterizadas pela presença da protagonista Helena e pelo tom de crônica cotidiana.

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Aos 91 anos e aposentado, Maneco se tornou tema de um documentário que revisita sua obra. O Leblon de Manoel Carlos, disponível no YouTube, mostra como o autor transformou o bairro carioca em um microcosmo da sociedade brasileira.

O documentário é dirigido por Julia Almeida, filha de Manoel Carlos. A atriz, que atuou em algumas novelas do pai, ressalta as características únicas da obra do pai, que marcou toda uma geração e faz parte da história da teledramaturgia brasileira.

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Missão

Em entrevista ao site Splash UOL, Julia Almeida explicou como surgiu a ideia de realizar o documentário. “Meu pai e minha mãe fundaram a produtora Boa Palavra nos anos 1990 para organizar todos os trabalhos criativos do meu pai. Meu pai criava e minha mãe administrava. Agora, meu pai está com 91 anos, saiu de cena, e a minha mãe também, até para ficar muito do lado dele, e me passaram essa missão”, revelou.

A atriz explica porque optou por falar sobre a obra de Manoel Carlos valorizando o Leblon, bairro do Rio de Janeiro sempre retratado nas novelas do pai. “O Leblon era o personagem principal das novelas do meu pai […] Ele ficou conhecido por escrever crônicas do dia a dia, do seu cotidiano, do seu ‘quintal’, que é o Leblon, e transportar isso para o grande público”, analisou.

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Para Julia Almeida, o pai conseguia criar dramas universais, mesmo situando suas histórias na Zona Sul carioca. “Ele se interessava pelo dia a dia, pelos temas que são abordados até hoje”, observou.

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Trajetória de sucesso

Manoel Carlos foi pioneiro da televisão brasileira, atuando como ator, diretor e roteirista já nos anos 1950. Mas, a partir de Maria Maria (1978), sua primeira novela na Globo, Maneco passa a se dedicar integralmente aos folhetins. Na sequência, ele engata A Sucessora (1978).

O autor chega ao horário nobre da Globo em 1980, colaborando com Gilberto Braga em Água Viva. No ano seguinte, volta ao horário com Baila Comigo. Mas, depois de Sol de Verão (1981), o autor deixou a emissora e escreveu tramas para a Manchete e outros países da América Latina.

Em 1991, Maneco volta à Globo com Felicidade e, a partir daí, emenda um sucesso no outro: História de Amor, Por Amor, Laços de Família, Mulheres Apaixonadas (2003) e Páginas da Vida (2006), além de minisséries como Presença de Anita (2001) e Maysa (2009). Viver a Vida (2009) e Em Família (2014) foram suas últimas novelas.

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Jornalista, escritor e produtor cultural, André Santana escreve sobre televisão desde 2005 e já passou por várias publicações especializadas, assinando críticas, análises e informações sobre TV e novelas.