Em uma ação inédita, a Globo lançou sua primeira novela produzida exclusivamente para uma plataforma de streaming. ‘Todas as Flores’, de João Emanuel Carneiro, teve seus primeiros capítulos liberados no Globoplay nesta quarta-feira (19).
Letícia Colin faz sua estreia com vilã na novela. A atriz interpreta Vanessa, filha de Zoé (Regina Casé) que vai infernizar a vida de Maíra (Sophie Charlotte), a irmã co deficiência visual. As duar cresceram em mundos completamente diferentes e se conhecem apenas quando Vanessa descobre que tem leucemia e precisa de um transplante de medula óssea.
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Em coletiva de imprensa, o Área Vip quis saber sobre a nova experiência da atriz. Como toda boa artista, Letícia está em êxtase com o novo desafio. “Eu to amando fazer vilã. Primeiro eu tive muita dificuldade, de dizer ali os absurdos que a Vanessa diz. A Vanessa é o contrário de tudo que eu acredito no outro, de tudo que eu desejo pra mim, pro meu filho, eu sou progressista, eu acho que a Vanessa é mais conservadora. Ela é muito egoísta, eu sou mais democrática, então tem uns momentos assim, tem um texto que é difícil a gente olhar pra um ator que você ama, tem o maior carinho, e dizer”, analisou.
Letícia lembrou que o importante é passar veracidade às cenas. “Mas nosso trabalho é não ser a gente. Colocar ali na tela, representar essas pessoas que também existem para que a gente possa olhar criticamente e ver o que não dá certo. Eu acho que o papel da vilã também é canalizar o que as pessoas têm de mais escondido na alma. Aquela coisa que você pensa, mas não fala pra ninguém. Quando você vê uma novela, pelo menos isso toma um destino, né. Você tá na fábula, tá na fantasia, mas não tá no mundo real, acho que é quase um papel terapêutico, uma personagem que traz uma leveza, um bom humor. Ela é patética, claro que ela não se dá só bem, isso é uma coisa muito boa para o ator, ela se ferra muito, as coisas dão muito errado”, acredita.
Para a atriz, o público sabe diferenciar o trabalho do artista. “Acho que a parte mais difícil desse trabalho é ela ser tão capacitista. A Vanessa é uma personagem que fala muitos absurdos e acho que isso vai servir pra gente tirar isso do nosso vocabulário, vai ficar bem nítido que quem tá fazendo isso é uma vilã”, ressaltou.
O trabalho em sido mais um aprendizado para a atriz. “A gente tem muito que aprender, to aprendendo demais desde que esse projeto começou, com as pessoas que estão trabalhando com a gente, com a maneira certa de conduzir, de falar, enfim, é tudo muito enriquecedor. Eu acho que a Vanessa fazendo tudo errado , ela vai mostrar também que é muito melhor fazer do jeito certo, né”, afirmou.
Parceira com Sophie
E durante a trama, Letícia Colin e Sophie Charlotte prometem muita emoção para o público. Letícia não poupou elogios à parceira de cena. “Gente, a Sophie é um luxo. Fico muito emocionada de ver a Sophie falando, me lembrei do primeiro dia que eu vi a Maíra dela nascer. Nós estávamos numa sala de ensaio, nos preparando juntas e também nas nossas individualidades. Mas eu tive a honra de ver uma das primeiras vezes que a Maíra surgiu, me arrepia toda, eu fico muito emocionada quando eu lembro”, lembrou.
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Ela seguiu elogiando o trabalho da colega. “O trabalho da Sophie é um primor, acho que todas nós temos um grande desafio nessa novela. Acho que a dramaturgia tem nos desafiado cada vez mais, estamos indo mais fundo, estamos indo além, queremos fazer melhor, queremos ser excelentes, mais completas, humanas… E aí quando a Sophie fez pelas primeiras vezes ali e foi muito emocionante. É lindo ver o comprometimento dela com a personagem. Então, assim, que isso seja registrado, vocês vão ver, é arrebatador”, ressaltou.
Para Letícia, Vanessa vai piorar ainda mais ao perceber o brilho da irmã. “Então o que acontece, diante desse tamanho brilho e encantamento, a Vanessa, ela sente inveja… Essa irmã é tudo que ela jamais vai conseguir ser. E além de tudo, a Zoé, que é a única pessoa que ela tem na vida, que é uma relação muito neurótica, muito simbiótica, pouco saudável, elas se maltratam, depois elas já estão grudadas, juntas, são muito solitárias as duas. Porque o mal é muito solitário, muito egoísta, elas se devoram o tempo inteiro, e aí essa mãe se encanta por Maíra, se apaixona por ela. Acho que Maíra desperta em Zoé uma coisa antiga muito verdadeira, muito vital, orgânica, amoroso, que a nossa Maíra traz”, afirmou.
