Basta fazer as perguntas certas e conectar todos os fatos. Esta é uma das premissas do ‘Linha Direta’, o precursor do gênero ‘true crime’ no Brasil, que estreia sua segunda temporada hoje, dia 18 de abril na TV Globo, após ‘Os Outros’. Sob o comando de Pedro Bial, o programa busca aprofundar as investigações de crimes marcantes da sociedade brasileira com episódios que misturam em sua narrativa reportagens, entrevistas e simulações de casos com atores e recriação de cenários. Em sua primeira temporada, em 2023, o ‘Linha Direta’ ajudou a prender 37 foragidos da justiça.
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“Desde a temporada passada temos recebido muitas sugestões de casos, além dos que nós mesmos investigamos. Damos preferência a temas que tenham um impacto social porque nós não exploramos a violência por si só; é necessário que a história ajude a promover uma reflexão. Quando o caso principal não tem foragidos da polícia, incluímos um segundo caso com foragidos com um crime de mesma natureza”, conta o diretor artístico Gian Carlo Bellotti.
Cada programa aborda diferentes temas por meio dos casos mostrados, como violência contra mulheres e crianças, abuso sexual, vingança, intolerância religiosa, racismo, entre outros. Além de conduzir o programa nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, Pedro Bial também entrevista eventualmente personagens e/ou testemunhas que tiveram ligação com as vítimas e que podem aprofundar as histórias através de seus depoimentos. O caráter social também está presente através da divulgação dos canais de denúncia, como o telefone 181, de qualquer lugar do Brasil, e o Disque Denúncia local de cada estado para que a população ajude as autoridades com informações que levem à localização de foragidos da justiça, com a garantia do sigilo da identidade.
“Existe o serviço público direto, que é prender pessoas foragidas, mas o maior serviço que prestamos é a moral clássica da literatura policial: com as histórias, aprendemos que não se vence a violência usando de ainda mais violência, mas sim com inteligência. Invariavelmente, todos os casos são resolvidos com investigação criteriosa, percebendo as motivações dos criminosos, e, uma vez que o crime foi cometido, é importante não cometer outro para desvendá-lo, mas sim utilizar a lei interpretada pela inteligência humana”, ressalta Pedro Bial.
Neste ano, o programa continua investindo no formato multiplataforma com conteúdos para TV e podcast. Sucesso de audiência no Spotify Brasil e de downloads no Globoplay, a edição anterior esteve entre os títulos mais ouvidos do país. Para a segunda temporada, o ‘Linha Direta – O Podcast’ segue trazendo conteúdos extras, com impressões de Pedro Bial e depoimentos de bastidores vivenciados por roteiristas, pesquisadores e pela produção do programa. Com uma versão estendida e aprofundada dos casos e publicações semanais, sempre após à exibição do programa na TV, o ‘Linha Direta – O Podcast’ estará disponível no Globoplay e nas plataformas de áudio a partir do dia 18 de abril.
‘Linha Direta’ tem apresentação de Pedro Bial, direção artística de Gian Carlo Bellotti, direção geral de Dudu Levy e Fellipe Awi e direção de gênero de Mariano Boni. A redação final é de Pedro Bial e a produção é de Nathalia Pinha e Anelise Franco. O programa tem estreia no dia 18 de abril e será exibido às quintas-feiras, após ‘Os Outros’, na TV Globo. O ‘Linha Direta – O Podcast’, versão em áudio do programa original, estará disponível no Globoplay e nas plataformas de áudio a partir de 18 de abril e com publicações semanais sempre após à exibição do programa na TV.
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Abaixo, Pedro Bial fala sobre a expectativa para a nova temporada do ‘Linha Direta’.
Quais serão as novidades e temáticas do programa para esta temporada?
A primeira temporada foi muito bem-sucedida. Nosso desafio era atualizar um formato de sucesso mas que já tinha parado de ser exibido há 15 anos. Nesse tempo, o mundo mudou muito, então queríamos adaptar a ideia para o mundo de hoje. Esse processo continua, existe um aprofundamento e uma busca por temas cada vez mais atuais. Teremos mais excelência na linguagem que já tinha uma proposta bem urdida. Além da modernização, também há o desafio de manter a essência do programa, que é a busca pela justiça, o uso da inteligência para desarmar a violência. Isso permanece e iremos para os casos do Brasil que suscitam reflexão.
Como foi o retorno do público em relação à primeira temporada e o que o telespectador pode esperar desta nova temporada?
Através de pesquisas, tivemos como resultado que o programa matou a curiosidade de quem não conhecia e renovou o encanto de quem já o acompanhava anos atrás. Seguimos antenados, o programa tem um compromisso com o público. O espectador é um parceiro nas nossas investigações.
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Qual o diferencial do ‘Linha Direta’ em relação aos outros programas de true crime?
Acredito que existem muitos programas excelentes de true crime em podcasts. Eles têm uma forma de contar essas histórias que eu adoro. Também existem bons exemplos no streaming. Porém, também há o contraste com os exemplos que a gente não quer seguir que é a pura exploração da violência, do terror e o apelo do sensacionalismo. Estamos fora disso e iremos permanecer assim.
De que forma você acha que o ‘Linha Direta’ presta um serviço para a sociedade?
Existe o serviço público direto, que é prender pessoas foragidas, mas o maior serviço que prestamos é a moral clássica da literatura policial: com as histórias, aprendemos que não se vence a violência usando de ainda mais violência, mas sim com inteligência. Invariavelmente, todos os casos são resolvidos com investigação criteriosa, percebendo as motivações dos criminosos, e, uma vez que o crime foi cometido, é importante não cometer outro para desvendá-lo, mas sim utilizar a lei interpretada pela inteligência humana.
Quais os maiores desafios de contar essas histórias?
Ser claro no relato, fazer com que tudo fique compreensível. Também é importante ter imagens para construir as narrativas. Hoje isso é bem possível, pois praticamente não existe ponto cego, temos câmeras por toda parte. É importante que seja emocionante e que as pessoas sejam estimuladas por isso. É pela emoção que as pessoas aprendem e se desenvolvem. Gostamos de provocar uma reflexão a partir da emoção.
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Qual a sua expectativa para a estreia do programa?
A expectativa é que vamos estrear bem, com boa repercussão e que iremos contribuir para mudar o estado de coisas da vida brasileira. A maior parte da população vive aterrorizada pela violência, é uma vida muito difícil. É importante levantar essa discussão para que algo seja feito de fato.